quarta-feira, 30 de março de 2005

E a Viagem Prossegue!

Amigos viajantes, eis eu aqui novamente para trazer-lhes novas vistas nesta viagem. Embarquemos mais uma vez neste trem!
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Schiavo
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na possibilidade de vida
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sufocam-na
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na necessidade de morte
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impedem-na
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o que há
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com a
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humanidade
???

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O Importante
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Ao meu lado, todos
contra mim
querendo que eu queira as mesmas coisas
Mas não é assim...
Se sou importante, o que me importa não o é?
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Ah... que vão todos dormir ou sair pra dançar!
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Eu faço o que me apetece!
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"Xises" e "Ipsilones"
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Não, não se deve acender uma vela para xis nem ípsilon
ou haverá dois problemas
duas angústias
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Cresce o pensamento ou cresce o vício
ou cresce o pensamento enquanto vício?
Difícil precisar...
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Todos estão correndo seus riscos
Uns equilibram-se no muro do lugar comum
sempre ali, querendo ípsilon e abraçando xis e vice-versa
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Claro, ao menos correm riscos...
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Outros se conformam em escolher um lugar qualquer para se sentar sobre o muro sem nada vislumbrar
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Ao menos, há "xises" e "ipsilones"
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Um tem mais de um e outro mais de outro
Sabe-se, admite-se, admira-se assim
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Mas não se deve acender uma vela para um nem para outro
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Não tantas velas...
Há perigo da consciência incendiada nos excessos da angústia, do problema
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o leitor que não se engane - esta não é uma poesia...
é uma tentativa de enunciado matemático
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É necessário buscar as raízes de ípsilon e xis
cuidando mais, às vezes menos, das velas incendiárias
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dedicado ao amigo encontrado ontem por acaso
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Bom,o trem vai parando vagarosamente em seus trilhos. Adentra a estação. O desembarque. Vamos dormir, meus amigos. Haverá mais a ver nos próximos dias. Beijos e abraços!!!

sábado, 26 de março de 2005

Os Ovos de Chocolate

Bom, geralmente eu não me importo muito com datas, mas visto que os desejos de boa páscoa vieram em grande número, eu me empolgo e desejo a vocês
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Feliz páscoa, gente minha.
Muitos ovos de chocolate
e nenhuma espinha!!!
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Beijos e abraços!!!

quarta-feira, 23 de março de 2005

Love 2005

A visão do que pode ser amor, por um solitário em 2005:

Love 2005

Depois das modelos na revista da vizinha de banco
Depois de ouvir o CD de cabo a rabo no caminho de volta para casa
Depois de um dia qualquer de trabalho
Eis que há, de repente, a aparição...
Um fantasma, um belo fantasma que se metamorfoseia em rosa
Sim, é "ela" vestida de rosa e tão diva
Com seu andar tão suave, tão feminino e sedutor
E com todas as qualidades para deixar um homem como eu ou como qualquer outro rastejando pelo chão infecto da água dos esgotos
Depois de uma tarde de chuvas
Deus! (se eu acreditasse...) Que visão seria!
Não fui atrás - sei como o filme termina:

Divórcio e pensão para as crianças!!!

Amor, amor, amor... é tudo aquilo que os poetas passados e presentes dizem, e mesmo o que eu digo e direi... e algo mais! Sem ilusões nestes dias, vamos em frente! Talvez ainda seja possível um amor diferente, um amor dos antigos romances...

Beijos e abraços, amigos viajantes!!! Até a próxima!!!

segunda-feira, 21 de março de 2005

Restos da Ceia (O Idealismo)

Amigos viajantes, respondam:


O que vocês querem?
Poesia idealista ou realista???

Restos da Ceia (O Idealismo)

Que aconteceu ao mundo que já não se encontra um refúgio?
Todos os locais se encontram repletos de toda lama
E eu mesmo já não vejo motivos para escrever
Aonde foram os nobres sentimentos?
Existiram um dia, tampouco?
Agora escrevo tal qual um amador dolorido e sem brilho
Sou feito de poeira e restos da ceia da noite anterior
Os ratos deliciam-se do ser
Tudo, tudo se encontra apodrecido
Rotas as bandeiras que representam uma nação
Vazios os princípios que meus pais tentaram preservar
Que aconteceu a mim que teimo em erigir algo puro e perfeito?


Eu até já me esqueci da resposta... por isso, beijos e abraços!!! Até breve!!!

terça-feira, 15 de março de 2005

Sente-se e Sinta-se à Vontade, Sim?

Olá, amigos viajantes! Esta poesia é em inglês mesmo. Foi assim que a idéia surgiu, e achei melhor não traduzir. Aí vai:

Sit Down

Don't want to sit down
I still feel myself a strange in the house
I'm thirty-one
And I feel myself completely strange
Down
Down
D
O
W
N... sit down

Get up!
Get up and go on with this life
How to go on without this feeling?
Could somebody explain me?

I just don't want to sit down...

Sente-se

Não quero sentar-me
Ainda me sinto como um estranho na casa
Tenho trinta e um
E sinto-me completamente estranho
Para baixo
Baixo
Para
B
A
I
X
O... sente-se

Levante-se!
Levante-se e continue a viver
Como continuar sem este sentimento?
Alguém pode explicar para mim?

Apenas não quero sentar-me...

Bom, é isso. Desculpem-me algum eventual erro de inglês (e pelo meu esquecimento, no dia em que postei, da tradução, mas agora já está tudo ok e há uma tradução). Meu conhecimento anda meio enferrujado, por falta de uso do idioma. Beijos e abraços a todos e até breve!!!

Vamos nos Render à Poesia

Porque ontem foi o dia da poesia...

Meu Epitáfio (Cora Coralina)

Morta... serei árvore
serei tronco, serei fronde
e minhas raízes
enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira

Enfeitei de folhas verdes
a pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal

Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos
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Poética (Manuel Bandeira)
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Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação
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Minha Namorada (Vinícius de Moraes)
_____________________
Se você quiser ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser, se quiser ser
Somente minha, exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser...
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento:
Ser só minha até morrer...
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porque...
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, minha amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você...
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.
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Menina (Octávio Paz)
tradução de Olga Savary
_____________________
Entre a tarde que se obstina
E a noite que se acumula
Há o olhar de uma menina.
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Deixa o caderno e a escrita,
Todo seu ser dois olhos fixos.
Na parede a luz se anula.
_____________________
Olha seu fim ou seu princípio?
Ela dirá que não vê nada.
É transparente o infinito.
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Nunca saberá o que olhava.
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Ser (Carlos Drummond de Andrade)
_____________________
O filho que não fiz
hoje seria homem.
Ele corre na brisa,
sem carne, sem nome.
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Às vezes o encontro
num encontro de nuvem.
Apóia em meu ombro
sem ombro nenhum.
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Interrogo meu filho,
objeto de ar:
em que gruta ou concha
quedas abstrato?
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Lá onde eu jazia,
responde-me o hálito,
não me percebeste,
contudo chamava-te
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como ainda te chamo
(além, além do amor)
onde nada, tudo
aspira a criar-se.
_____________________
O filho que não fiz
faz-se por si mesmo.
_____________________
Eu (Florbela Espanca)
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Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
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Mas que eu não era Eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, não o dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... E não me via!
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Andava a procurar-me - pobre louca! -
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
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E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!
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Doomsday (Jorge Luis Borges)
tradução de Pepe Escobar
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Será quando a trombeta ressoe, como escreve São João o Teólogo.
Foi em 1757, segundo o testemunho de Swedenborg.
Foi em Israel, quando a loba cravou na cruz a carne de Cristo, mas não só então.
Ocorre em cada pulsação de teu sangue.
Não há um instante que não possa ser a cratera do Inferno.
Não há um instante que não possa ser a água do Paraíso.
Não há um instante que não esteja carregado como uma arma.
Em cada instante podes ser Caim ou Sidarta, a máscara ou o rosto.
Em cada instante pode te revelar seu amor Helena de Tróia.
Em cada instante o galo pode ter cantado três vezes.
Em cada instante a clepsidra deixa cair a última gota.
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Palavras (Sylvia Plath)
tradução de Ana Cristina César
_____________________
Golpes
De machado que fazem soar a madeira,
e os ecos!
Ecos partem
Do centro como cavalos.
_____________________
A seiva
Jorra como lágrimas, como a
Água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha
_____________________
Que cai e rola,
Crânio branco
Comido por ervas daninhas
Anos depois as encontro
Na estrada -
_____________________
Palavras secas e sem rumo,
Infatigável bater de cascos.
Enquanto
Do fundo do poço estrelas fixas
Governam uma vida.
_____________________
Depois da Chuva (Eugenio Montale)
tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti
_____________________
Sobre a areia molhada surgem ideogramas
de pés de galinha. Olho para trás
mas não vejo nem santuário nem asilo de aves.
Terá passado um ganso cansado, ou talvez manco.
Não saberia decifrar aquela linguagem
ainda que fosse chinês. Uma simples aragem
a apagará. Não é verdade
que a Natureza seja muda. Fala ao deus-dará
e a única esperança é que não se ocupe
muito da gente.
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caixa baixa
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descobri que gosto das letras
minúsculas.
porque tudo é árido e nu.
maiúsculas definem (enfeitam?)
mas o mundo, ao menos o meu,
é árido e nu.
então, porque não suprimo a
pontuação?
não sei, ainda não descobri.
ainda acredito em MUDANÇAS?
_____________________
Bom, aí está minha homenagem a tantos poetas (e faltaram tantos outros...) admiráveis. Claro que não resisti e coloquei um meu também, Caixa Baixa, que é a poesia que está na quarta capa do meu livro, Palavra Atômica, que deverá ter uma segunda edição (destavez, por conta própria) no segundo semestre deste ano.
Isso é tudo por hora, amigos viajantes. Se vocês conseguiram chegar até o fim desta seleção de poesias, beijos e abraços!!! Se não conseguiram, beijos e abraços da mesma forma! Eh eh eh!!! Até breve, quando partirmos em mais uma viagem ao âmago da palavra!!!

sexta-feira, 11 de março de 2005

Caso Irrelevante

Olá, amigos viajantes! Tenho um novo conto para mostrar a vocês. Aqui está:

Caso Irrelevante

Uma noite qualquer.

Fazia calor, um calor que insistia em ignorar as gotas de chuva que se desfaziam na janela fechada. “Que tédio”, pensou ele. Não gostava de ficar esperando. Sobretudo telefonemas. Ela nunca ligava, mas desta vez prometera. “Deve ser a chuva”, seus pensamentos justificavam a falta da pretendente. O violão ali parado, encostado na parede, poderia expressar tanta coisa, mas não. Ele apenas pensava e esperava. Enquanto isso, Henrique morria mais um pouco.

Madrugada.

Patrícia era noite e delírio. As luzes piscavam, despiscavam e novamente piscavam, somente para revelar e iludir. Ela suava na pista. Nada tão importante. As batidas simuladas eletronicamente eram as substitutas das batidas de seu músculo. De repente, lembrou-se. Mas, ah, já era tarde. E ele parecia a ela tão desprotegido, tão necessitado de um vínculo. Isto ela não queria. Não era importante. Bastava-lhe curtir um bocado. As baladas eram sua casa, as bebidas e os comprimidos eram os estimulantes do seu encanto desencantado. Poderia ser qualquer um a estar com ela. Não era importante, de qualquer maneira.

O dia surgiu com cara de mau humor para o abandonado Henrique. Deveria ter feito alguma coisa. Não ficar parado, esperando. Fustigava-se nestes momentos. Se ao menos ele conseguisse pegar o violão... no entanto, temia. A revelação da frustração pelo abandono traria consigo a frustração maior e pura de existir, então ele evitava o contato com o instrumento. Era melhor assim, fazer de conta. No outro lado da cidade, Patrícia acordava no quarto de um hotelzinho fuleiro onde pelo chão rastejavam baratas. Estranhou os dreadlocks que jaziam ao seu lado e ignorou o corpo masculino e musculoso. “Putz... é foda!”, balbuciou num estado meio de sonolência que ela queria manter. Mas ela estava em pé, com as pernas bambas e sentindo-se muito boba e feliz, mesmo que não soubesse. Vestiu-se e saiu, deixando a conta paga no balcão do hotel.

O inferno era o sol forte de um domingo sem paixão, quando óculos escuros quase não bastavam e não havia ninguém para dizer “te amo”. E todos sabem disso. Todos passam por isso uma vez na vida, ao menos. Uns se esforçam para evitar a situação, outros parecem viver sem dar a menor importância, e há os terceiros, que querem manter mesmo as coisas neste estado. Patrícia era dessa espécie. Que fazer? Henrique não foi jogar vôlei com os amigos. Dispensou-os todos e ficou emburrado tentando ler um livro. Sua mãe estranhou, os irmãos mais novos tiraram onda e nada mais aconteceu neste dia.

Patrícia ligou, mais à noite. Um pedido de desculpas, algo que não importava, de fato. Ele não atendeu, nem poderia. Havia rompido o pulso esquerdo com uma faca de cozinha. Durante boas horas, o sangue escorreu pelo chão de seu quarto sem que ninguém percebesse.

Mas nada, nada importava a estes jovens.


Bom, é isso, bem curtinho. Divertiram-se? Tá, confesso que não soa bem agradável... mas prossigam, prossigam. Sempre haverá mais a ver por aqui!!! Beijos e abraços!!! Até breve!!!

terça-feira, 8 de março de 2005

Pequena Reverência

Este post é uma pequena homenagem a todas as mulheres que acessam o Viagem ao Âmago da Palavra.

Em Movimento

____________ela gosta de dançar

bastante

_________e eu gosto de ver isto

________________(de vê-la)

mas eu não gosto

________de dançar

___muito

Sim, mais do que tudo, dancem, cantem, pulem, gritem, vivam. Vocês merecem. E saibam (vocês sabem) que o dia da mulher não é apenas hoje. Sempre é dia de vocês!!! Beijos e abraços!!! Até a próxima!!!

segunda-feira, 7 de março de 2005

Paredes, paredes sem quadros...

Amigos viajantes, refestelem-se com este prato vazio... :-)

Paredes

estas paredes brancas, tão paradas no tempo e no espaço...
nada dizem
escondem segredos
impressões
decepções
o choro da mulher
o medo do homem
tantos dias por mês
o silêncio
canso-me de observá-las, simplesmente fazem caso
tão paradas no espaço e no tempo, estas paredes brancas


Esta é novíssima, mesmo. Convém enfeitar as paredes com bons quadros, mas entre os meus não há consenso...

Beijos e abraços!!!

O Âmago da Palavra, Enfim...

Um Meio

para curar uma ferida
para estancar este sangue
para gerar nova pele
palavra

para surgir algum riso
para parar este choro
para emergir outro sonho
palavra

escrevo compulsivamente porque...
porque simplesmente preciso

faço-me sério se não estou à vontade
ou torno sátiro para proteger (-me)


____________(d)a verdade

________________(eu)
não há nada que me faça melhor...

palavra!

o resto é vazio é espera é silêncio

_____________(é como se estivesse morto)

senão, um pouco de agressão
para ferir corações...

já basta!

sexta-feira, 4 de março de 2005

Solidão e Migalhas

Olá, amigos-viajantes deste trem! Como vão? Aqui tenho mais duas poesias. Divirtam-se!!!

Solidão, a imbatível

simultâneas
elas vêm
Vontade e Vergonha
de rever o amor que não teve lugar
e todo o pesar do toque não sentido
do beijo em que não naveguei
naufraga o navio do desejo
talvez por isso não queira assistir aquele filme
nunca! jamais!
para onde ela foi? ou terei eu partido de sua presença insuportável?
sim, porque guardei para mim... por quê?
agora, são elas quem vêm
Vontade e Vergonha
tento ignorar... um bom livro como aliado
às vezes algum vinho barato ou cerveja igualmente barata
mas elas vêm, as irmãs sem misericórdia
perfuram com adagas minha pele, docemente
vazam-me e escorre o sangue
docemente...
além do sangue, pelas feridas escapa-me o senso de sobrevivência
digladio-me com elas, mas a força não basta
humilham-me
largam as adagas e arranham-me a pele com unhas de harpias
agora percebo... elas me disputam
sou um prêmio
um reles troféu do torneio das dores
dos amores subestimados
não faço a menor idéia se sobrará algo de mim
ou se estarei num universo de alguma sala de troféus
tão vasto universo dos seres solitários
pois sim, por minha responsabilidade, tão somente minha
a Solidão é mais uma vez campeã


a inexpugnável migalha

misérias...
todo pequeno humano prazer, são migalhas

- adorei conhecer você.
- pena que já é tão tarde...

pode ser que... pode ser que... pode ser que esteja próximo de criar sua grande, a maior, a mais monumental obra

mal pode esperar o amanhecer, mas...

... migalhas sem interpõem,
crescem como
muralhas do espanto
e do impossível

como crescer mais que elas?

tem medo...
tem medo como nos dias de criança

t
ee
mmm

mmmm
eeeeeee
dddddddd
ooooooooo

ccccccccccc
ooooooooooo
mmmmmmmmm
oooooooooooooo

nnnnnnnnnnnnnnn
aaaaaaaaaaaaaaaa
sssssssssssssssssss


nnnnnnnnnnnnnnnnnnn
oooooooooooooooooooo
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
tttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttt
eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
sssssssssssssssssssssssssss

dddddddddddddddddddddddddd
eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
sssssssssssssssssssssssssssssssss
ôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôô
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

- cruz credo!,
brada alguém

a inexpugnável montanha
são migalhas


Bom, isso é tudo, por ora. Beijos e abraços!!! Procurem ser felizes, sem pensar que pode ser tudo ilusão. De desconfiado, já basta o condutor deste trem!!! Eh eh eh!!!