quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Videar # 9993

Ataque 77 - Perfeição


Ei, sem palavras hoje. Só o clipe: Ataque 77 encontra Legião Urbana.

Beijos e abraços!

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Mal(l)o(r)ca

Porque estou longe demais...


Mal(l)o(r)ca

meu planeta, meu bairro, esta ilusão
minha mal(l)o(r)ca saudosa de sempre
nem conheço mais sua gente
conseguirei resgatar da memória
o que foi e o que não foi?
posso estar em qualquer lugar
na buenos aires de borges, de cortázar
(que já é outra)... que azar ou sorte!
e é voltando ao meu lar que me sinto bem

já cortejei as memórias, estas que fogem
um dia desses quis compor a mazurca
na mediterrânea e longínqua terra turca
assim como você é e eu estou
não posso mensurar a glória
quando já passa o dia e a noite engana
nos balcões dos bares vendo os velhinhos
a jogar dominó, e que seja sorte ou azar
mas é com a cabeça erguida depois da aventura que volto

itaquera, minha guerra, esta terra me engole
queria elevá-la a outro patamar
ou largá-la ao nível do mar
você não se importa e me bate a porta
como no consulado da américa, por medo ou rancor
sei que nunca aceitou e tomou tudo por traição
quando o que mais quero é respirar teus ares
deitado na rede, um vinícius em itapuã
itaquera, não se assuste, eu já volto para enfim lembrar

Sempre quis compor uma poesia sobre o bairro em que cresci e vivo. Eu só tinha que fazer de uma forma que não soasse muito ufanista ou boba. Mas agora, por estar tão perto, não consigo julgar. Espero que tenha conseguido alcançar meu intento. Pois que julguem vocês... eh eh eh! Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: GOTAN PROJECT - Notas.

domingo, 26 de novembro de 2006

O incompleto

Converso agora com uma amiga a quem mostrei este texto, antes de postá-lo. Durante a conversa, cheguei à conclusão de que estas palavras são em parte um choro.Talvez porque haja essa insustentável leveza de existir, ou por algum outro motivo incaptável para o momento. Talvez seja apenas um engano, não sei. Não imagino que haja uma resposta prática. Bom... leiam, amigos.

O Incompleto

Pouco tempo. Sim, muito pouco tempo tem uma vida.

É preciso gastá-la bem. Mas gastá-la mesmo. Consumir-se.

Claro, há os estudos, numa primeira parte da vida. Depois aparecem os empregos. Não necessariamente nesta ordem. Nunca se sabe. Cada vida é um universo e as variáveis são inúmeras. É preciso se dedicar a isto e àquilo. Sobram fins de semana. Quando sobram, porque uma chuva pode estragar tudo.

Pois é, este fim de semana foi assim. Estragado.

Pouca grana. Pouca grana na conta, menos ainda no bolso.

Já disse que é preciso gastar bem. Mas eu falava do tempo. Aplica-se à grana também. Tem gente que nunca aprende. No máximo, despiora.

Sim, despiora. Por que não?

Ninguém deveria ficar parado pensando e se iludindo. Mas acontece. E parece que tudo na vida é um pouco de ilusão. Já que é assim, vamos vivê-la. E torná-la real. Tentar, ao menos. É tudo tão estranho...

A impressão é que podemos estar nos melhores dias de nossas vidas. E também os mais estranhos. Tudo por causa da escolha. Sim, a escolha.

Temos os nossos próprios conjuntos de regras. Algumas vêm de cima. Outras vêm de dentro. Você pode acatar umas. Você pode modificar outras. Nunca se sabe por completo. E isso, particularmente a mim, me torna meio maluco.

Quero encontrar sentido, assim como vocês. Aposto nisso, que vocês também busquem um sentido. Não todos, mas ao menos alguns. Quero compartilhar a existência. E quero compartilhar com vocês. Quero compartilhar com alguém.

Não importa de onde veio, pra onde vai ou onde está neste momento. Mas, diabos, estou muito vazio. Quero preencher-me. Estou desesperado por preencher-me para depois consumir-me.

Alguma coisa aconteceu no meio do caminho que não consigo entender. E vocês, entendem este texto sem pé nem cabeça? Ou nem é tanto assim?

Ah... onde tudo isso vai dar, eu não enxergo... não posso enxergar muito neste clima horroroso.

Então, deixo estar. Deixo ser. Que a angústia deste tempo, que é o melhor tempo de nossas vidas, traga alguma espécie de prêmio. Que haja paciência para que esse prêmio se materialize. Visão, para que eu possa me encaminhar e possa tocá-lo, tomar posse.

Sei, isso está meio cansativo. Canso vocês? Então chega!

Eu só queria algo mais...

É só isso por hoje, amigos. Beijos e abraços!

NO MEU HD CRANIANO: O mais triste, belo e puro tédio.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Robert Altman, 20.02.1925 - 20.11.2006

Morreu Robert Altman, 81 anos, diretor de filmes importantes como Short Cuts - Cenas da Vida (o único que assisti, na verdade). Até o momento, não tive notícias do porque de sua morte. O mundo fica menos interessante com gente como ele indo embora. Mas a obra fica. E isso é o que importa.


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Não é?

Beijos e abraços novamente, amigos!

Mondo Bizarro II

Olá, amigos! Apresento-lhes hoje outra pequena cena de nossa película bizarra chamada Humanidade... eh eh eh!

Jovem finge morte para romper relacionamento virtual
20.11.2006. Da Ansa, em Cremona (Itália)

Um adolescente italiano, cansado de uma relação que mantinha através da internet com uma garota, fingiu sua morte para terminar a história.

O jovem, 14, residente de Vicebellignano - um povoado de apenas 1.300 habitantes, situado na província de Cremona, norte do país - encarregou sua irmã de enviar uma mensagem de texto para o celular da menina para lhe informar de um acidente de trânsito.

Depois, em contato com a garota, a irmã manteve a versão de que o irmão teria se submetido a várias cirurgias, que estava em coma e, por último, que havia morrido.

A mentira arquitetada pelos irmãos para romper a relação se transformou em uma tragédia para a menina, que, segundo a mãe, chorou muito ao saber da morte.

A irmã do "morto virtual" pediu à jovem que não participasse do funeral, mas lhe pediu que enviasse um buquê de flores para depositar no túmulo como "lembrança".

A jovem, desconsolada, descobriu a mentira depois que sua mãe telefonou para o registro civil e para um jornal local de Cremona para obter informações sobre o funeral.

A mulher analisa a possibilidade de entrar com uma denúncia contra os irmãos.

Falar o quê, né? Depois dizem que brasileiro é atrapalhado... eh eh eh! Beijos a abraços, amigos!

Arte: A Criança Doente, de Edvard Munch (1886).

NA MINHA VITROLA: FITO PÁEZ - Enloquecer.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Verde-hortelã

Antes tarde do que nunca, afinal já é véspera. Mas aí vai. Acontecerá no Centro de São Paulo o evento poético que provavelmente fechará o ano de eventos dos Prophanos (ou não... ainda tem um mês e mais um pouco pela frente, afinal). Pra quem não conhece, Prophanos é o grupo de poetas insanos do qual faço parte, assim como meu mais constante parceiro de poesias e cervejas, o Rafael Mafra, autor do texto que postarei abaixo, e o amigo Rubão, que está se transferindo para Ubatuba, entre tantas outras figuras notáveis que estarão lá no Gruta Bar.

Bom, o texto do Rafael Mafra explica melhor do que tudo as coisas:

Lembro como se fizesse uma semana. Há pouco mais de um ano atrás, saindo já um tanto tarde do meu emprego e não muito a fim de encarar a porcaria do trânsito do centro de São Paulo, resolvi dar uma volta e dar um tempo, esperando que diminuíssem um pouco as filas pra voltar pra casa. Desci do ônibus, que estava estacionado na Avenida Nove de Julho e segui em direção ao Terminal Bandeira. Antes de chegar ali, subi as escadarias do Viaduto/Rua Major Quedinho e seguiria até qualquer lugar perto do Vale do Anhagabaú.

Acontece que, seguindo por ali, uma pequena porta ao lado do prédio do Diário de São Paulo me chamou a atenção. Ouvia-se um som legal lá de dentro, rock 'n' roll. A princípio parecia ser uma boate ou algo do tipo, mas uma placa na porta do lugar descaracterizava-o como tal: "Gruta American Bar - Bilhar e Xadrez" era algo assim que estava escrito. Pensei comigo: "Xadrez? Bilhar tudo bem, mas xadrez? Tem rock e tem bilhar e talvez tenha xadrez, então deve ter cerveja. Vale a pena conferir!"

Desci as escadas - pois a tal porta leva ao subterrâneo de um prédio - e entrei noutra atmosfera. Tudo lá fora estava lá fora e pronto. No balcão uns quatro ou cinco senhores acima dos cinquenta anos. Pedi uma cerveja pro grisalho que estava atrás do balcão - e que lembrava um pouco o Paulo Coelho - sentei numa mesa e comecei a escrever alguma coisa. Observei o lugar. Tinha bilhar mesmo e tinha xadrez de verdade, até com relógios! Estava escuro, não tinha quase ninguém. Continuei escrevendo e tomando alguma cerveja. Certa hora saí ao banheiro e, quando voltei, o grisalho do balcão estava lendo minhas anotações...

Pouco depois perguntou o que eu estava escrevendo, se eu fazia poesia e etc. Respondi o que havia de ser respondido e conversamos um pouco mais. Dali a pouco, no fim da noite, saí daquele bar com um novo amigo e um sarau marcado.

Chamei amigos, o Alessandro e o pessoal do Prophanos. Chamei muitas pessoas. O evento foi legal, assim como todos os outros que se seguiram (e que muitos de vocês devem ter comparecido, ou ao menos recebido o convite).

Dos amigos que conheceram o lugar, a maioria o escolheu como uma boa opção para tomar uma cerveja, bater um papo e relaxar durante algumas noites da semana. Seja jogando uma partida de bilhar, xadrez, palitinho ou batendo conversa fora no balcão do bar, achamos bom e recomendamos.

É certo que muitos não gostam do ambiente, mas preferimos prestar mais atenção nas pessoas que estão por perto, e nisso o lugar também é muito favorável - nem sempre, é claro, mas na maioria das vezes.

O senhor grisalho que parece o Paulo Coelho chama-se Rubens, ou Rubão, como quiser. Ele toma conta do lugar. Ele organiza o sarau com a gente. Ele seleciona a trilha sonora sempre de primeira qualidade. Ele tem muitas histórias pra contar, é um cara vivido. Comeu a vida sem talheres, devorou sem dó as sobremesas e agora faz a digestão com uma dose de Seleta ou Sagatiba. O cara estava em Woodstock! O cara freqüentou o CGBG, em NY. Tem quatro filhas e uma mulher que, quando está em São Paulo, ajuda ele no balcão.

E ele está indo embora. Está indo pra Ubatuba, com a mulher, para abrir um bar por lá. O nome do bar vai ser "Verde-Hortelã".

Nosso próximo sarau também se chamará "Verde-Hortelã", no dia 18/11, na despedida do Rubão. Até agora ninguém sabe direito se haverá outros saraus por ali depois que o Rubens for embora. Pra quem pensa nisso, não há muita disposição, por enquanto. Mas, embora no momento também eu não tenha essa disposição, penso que ela vem depois, com um pouco de cerveja.

Por enquanto, vamos no clima de despedida, que vale. Até porque, não só de despedida será este sarau. Será também festa de aniversário do amigo Alessandro de Paula e seus trinta e tantos anos. obs. do dono deste blog: serão exatamente 33 anos... :-) Será também festa deste que vos escreve e de sua garota: estarão comemorando "bodas de bambu", como andam dizendo por aí.

E é claro: poesia, conversa, música, cerveja, poesia, bilhar, xadrez, cerveja, conversa, Seleta, bilhar, Sagatiba, poesia e etc.

Está feito o convite.


Próximo sábado, dia 18/11/2006 às 21h30

Local
Gruta Bar - Rua Major Quedinho, 112-A
(perto do Metrô Anhagabaú / ao lado do prédio do Diário Popular)

Entrada R$0,00

Poesias, textos diversos e conversas legais serão muito bem aceitos.

Abraços!

Rafael Mafra

Mais informações:

http://canetas.blogspot.com

É isso, amigos. Quem puder, apareça. Será imperdível. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: NANDO REIS - Como Se o Mar.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Videar # 9994

Stevie Ray Vaughan - Testify


Tempo cinzento na cidade cinza. Eu de azul. Um blue surrado na cidade desbotada. Blue covers my body, aqui com esta guitara que desliza fácil e deliciosa em meus ouvidos. Blues in my brain. Nunca havia ouvido aquele cara com a devida atenção, neste meus quase 33 anos de pequenas bobagens, grandes delírios e rock 'n' roll.

Aqui, neste pequeno limbo musical que crio para mim, no qual me perco a caminho do trabalho semana sim, a outra também, o dito popular se faz verdadeiro: nunca é tarde.

Lembrei-me da existência do guitarrista dias atrás, por culpa de uma amiga que vinha ouvindo-o. E me dei conta de que nunca ira atrás de material algum. Nem vinil nem CD nem MP3. Pois é. Mudei.

Agora estou aqui, neste trem, e ouço a coletânea idealizada por Martin Scorsese, que vez por outra se põe a documentar a música de seu tempo. Como se não bastasse ter realizado
Taxi Driver, Touro Indomável e o novíssimo Os Infiltrados (o grande mestre de volta às máfias, sim senhores, e com louvor).

Mas voltemos ao músico. O nome é Stevie Ray Vaughan. Único. Era, porque está morto. Maldito acidente aéreo em 1990! Vez por outra coisas assim levam um gênio daqui. Não de verdade.

Porque ele está aqui, nos ouvidos, o cérebro interpretando prazerosamente as ondas sonoras. Sim, tudo isso.

Não quero falar do aspecto técnico de sua música. Se há um rótulo que posso aplicar, será o de "brilhante". Mais que isso, não me arrisco. Tenho pouco a falar de Stevie Ray Vaughan. Descubro-o aos poucos.

Por isso, apenas prossigo rumo ao cumprimento da rotina. Levo um tanto de Ray Vaughan comigo. Deixo um pouco com vocês.

Beijos e abraços!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Videar # 9995

Nine Inch Nails & David Bowie
I'm Afraid of Americans


Eu tenho medo deles. Vocês não? Há uma ditadura que a cada dia se torna menos sutil. Por enquanto, ainda é possível escolher como se posicionar quanto a tudo isto. Mesmo que uma escolha pareça insignificante, nunca é. Uma escolha pode mudar a vida de qualquer pessoa e isto é uma responsabilidade e tanto. Viver com os olhos abertos ou viver com os mesmos eternamente fechados, dentro de um sonho, são experiências completamente distintas.

Pois bem, uma escolha. Tenho a minha. Digo que não devemos desprezar absolutamente tudo o que vem de lá. Vez por outra surge algo mais bacana que batatinhas engorduradas ou filmes em que um fortão mete bala em todos os inimigos durante uma guerra.

A cultura deles, no entanto, parece-me um tanto rala, exatamente como a inteligência do valentão que resolve tudo na porrada. Os filmes deles continuam, em grande parte, valorizando tal cultura. Derrubam torres por ali, mas a arrogância permanece. A guerra do Iraque é isto. Saddam não era santo. Um ditador regional. Agora, o ditador global vai enforcá-lo. Confesso, não sei bem o que pensar disto. Mas há espaço pra eu expressar minha desalegria em saber que George W. Bush habita o mesmo planeta que eu. Seja como for, fiz uma escolha e estou tão seguro quanto a ela que até me permito brincar um pouco.


Aliás, creio que esta seja a brincadeira preferida de Bin Laden. Dêem uma olhadinha nisto. Alguns de vocês devem conhecer o brinquedo desde o ano passado. Mas era um pouquinho diferente... eh eh eh!

Trata-se de uma brincadeirinha online em que você usa o mouse pra fazer o Bush deslizar espaço abaixo durante todo o tempo e estropiando-se contra um monte de bolhas. Divertido, não? A versão do ano passado era com uma mulher, coitada. Bom, você pode se divertir um pouquinho clicando aqui. O resto é mais fácil que empurrar bêbado na ladeira... ops... eh eh eh!

Isto é tudo, amigos. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: THE GATHERING - Box.

Poesias de dias hostis: Jesus e Barrabás / Comédia

Poesia de dias hostis. Dias estes cujo anseio de alguns é que se negue a arte. Mas deve-se resistir. Talvez não com a força que havia em outros tempos, mas prosseguindo. Porque é o que um sabe, o que ele é. Não renegar-se. Dizer sim à vida e seguir vivendo-a como deve ou sente que deve, fazendo o que faz melhor. Se é que ainda é o melhor, mas se não for, ao menos há a tentativa.

Bom, sei que o parágrafo acima é nebuloso à maioria. Por isso, o suficiente aqui é que leiam - gostem ou desgostem - e interajam. Sei que este blog tem sido lido. Mas opiniões, que é algo de bom, têm havido poucas. Respeito a timidez de uns e o pouco tempo de outros. Mas interajam.

E, por falar em pouco tempo, tenho muita coisa a postar aqui, mas há essa falta de tempo e, quando há este, há algum cansaço. Bom, seja como for, estou aqui, neste instante. E tenho algo a mostrar a vocês. Então, aí vai:


Jesus e Barrabás

Jesus e Barrabás são amigos de tempos atrás
juntos, atravessam oceanos e séculos e ruas vazias das madrugadas ébrias
nunca brigam por mulheres, pois ter ambos é melhor que nenhum e elas sabem muito bem

São irmãos, os dois, além do sangue
eles são e; jamais &
bebendo o vinho do Porto e o das esquinas mais sujas
e fazendo a música da vida e dos vagabundos mais doce que seca

Mas se às vezes não se falam, não se deve temer pelo pior,
é só porque ambos já sabem o que pensam um e outro
filosofia é uma risada com gosto
e dá gosto vê-los assim

O mundo, sim, já tentou criar escândalos entre eles
porém sabem muito bem o que fazer,
como o mundo deve ser desprezado às vezes

E, por favor, não se assustem, pois nenhum deles irá à cruz

Jesus e Barrabás conhecem o ritmo das gentes
e entre Tom e Tom vão debatendo e desconstruindo e refazendo zés e jobins
ao mesmo tempo que amam e desprezam carolinas e ritas

Noutros dias são os piazzolas e em outros mais são os hendrixes que escapam das caixas mais vadias
é dessa forma que são além das vaidades
saboreando a poesia que há nos ares

e não passam de dois vagabundos,
estes malditos encantados chamados Jesus e Barrabás.

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Comédia

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dentro dentro da mesma jaula ... genial e giratória jaula ... pequena para toda arrogância e ferocidade ... enorme para abarcar o mundo e as ardilosas verdades

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entre as feras há o medíocre que se enxerga como gênio ... mas isto não somos todos um pouco? ... perante o espelho ele se envaidece ... arruma o cabelo e afaga sua pretendida habilidade na forma de um sorriso repleto de certeza

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poderia ser um grande amante ou tecer sua rede de teorias conspiratórias ... mas os conspiradores não lhe dão crédito ... seu troféu é a dúvida ... as senhoras o rejeitam ... então carrega outro prêmio ... o grande incompreendido

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é uma honra pensar que não faz parte dos fatos ... está acima de cada um dos outros ... aquelas outras feras ... diferentes em suas verdades ... semelhantes em suas atitudes

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tem consciência ... ainda que insconsciente ... de que é a farsa ... como são os outros

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enquanto isto ... gira a jaula ... maravilha giratória que é ... a ilusão é a de que essas feras todas se engolem umas às outras ... tudo o que conseguem de fato é devorar-se com alguma azeda vaidade

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guarda esta imagem ... pois esta imagem já é outro inferno ... além de dante

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Dois textos, creio eu, bastantes distintos entre si. Espero apenas que seja do agrado, apesar de ambos terem seu germe ruim, aos olhos de muitos. Vamos ver o que acontece... eh eh eh!

Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: THE FLAMING LIPS - Yoshimi Battles the Pink Robots Pt. 1 > Do You Realize?