segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Quase silêncio

Para inaugurar a semana.


Se estiver difícil de ler, o melhor a fazer é clicar aqui para ver a imagem ampliada. Beijos e abraços, amigos!

NO MEU HD CRANIANO: Uma energia para criar que não se explica, mas a necessidade de dormir também existe.

domingo, 24 de setembro de 2006

O gosto do papel velho

Sensação de que muito está sendo ganho, mas muito está sendo desperdiçado. Por quê? Para quê? Quem sabe no momento da morte haja uma resposta? Vocês também se questionam, meus amigos?


O Gosto do Papel Velho

um estranho gosto de página de livro em minha boca
a pálida noção do que conquistei e depois abandonei
para apenas voltar.

o tempo está presente no ar com seu odor azedo
porque os dias andam assim, estagnados.

consumindo e sumindo e reassumindo o controle mas nunca basta
o ciclo que...

aquela vasta biblioteca não faz sentido sem ser devorada
sinto que, de alguma forma, tornei-me rato de mim mesmo
um personagem-roedor que se devora
e desaparece no meio do "boa noite".

como o livro termina, não sei.

É isso, meus amigos. Esse post também é para dizer que começo o árduo processo de escolher as poesias para o próximo livro. Desta vez, de verdade. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: CASSIA ELLER - No Recreio.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Brasília

O feriado de outubro me aguarda lá.


E, por favor... não pensem em política... eh eh eh!

Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: FAINT - Agenda Suicide > SUPER FURRY ANIMALS - Something for the Weekend.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Obscuro, iluminado


Em tempo, porque a última apresentação é num ainda longínquo 15 de dezembro:

No último dia 07, estive no SESI Paulista para ver a montagem de Timão de Atenas, um texto obscuro de William Shakespeare, realizada pelo grupo Teatro Promíscuo. Não me arrependo, gostei muito e, apesar da demora, conto agora pra vocês. Ou não conto. Mostro o que escrevi no site do Teatro Promíscuo. Creio que vocês possam ter uma idéia do que é a peça, a partir disto, embora eu pareça muito bajulador... eh eh eh! Bom, com bajulação ou sem, quem puder, compareça.

Um Shakespeare obscuro. Obscuro por não ser tão difundido como outras obras, obscuro porque é a natureza de seu texto.

Mas a montagem realizada pelo Teatro Promíscuo, esta sim, brilha. E seu brilho traz aos nossos olhos esta condição de ser humano, tão pequeno. Atenas, Inglaterra, São Paulo, Kinshasa ou qualquer outro lugar. Os seres humanos são iguais. A história que é ambientada em Atenas, contada por um inglês já foi vista por mim inúmeras vezes, quase sempre em São Paulo*. Uma vez no palco, mas tantas vezes no decorrer da vida. Cada um de nós pode ser testemunha, alvo e agente da ganância, da ingratidão e da avareza dos "amigos" de Timão. Assim como da generosidade e da ira do antigo mecenas.

Este é o ser humano em um de seus retratos mais sombrios.

Enfim, adorei! Parabéns e abraços a todos!


* Sim, a vida real oferece muitos exemplos.

Bom, creio que não tenho mais o que dizer por hoje, meus amigos. Um balcão de bar, alguma conversa e umas geladinhas me aguardam. Beijos e abraços!

NO MEU HD CRANIANO: A vontade de fazer exatamente aquilo que digo no parágrafo acima. 3 minutos + todo o trajeto de ônibus até o local desejado.

Contrafluxo


A vida é às vezes um tanto esquisita. Tanto para fazer, tanto para conquistar e, ao mesmo tempo, estar aqui, entre quatro paredes tentando representar um papel. Há aqueles dias em que você é astro. Ou mero figurante. Mas basta? Satisfeito, num dia. Noutro, a coisa toda, esse monstro chamado vazio, chega e chega com força, devastando poses e palcos. Então nada importa.

Bom, o que não tem a ver com o que eu dizia no parágrafo acima é o fato de eu ter encontrado um texto perdido na minha carteira, um texto de balcão de bar, mas que, se urdido em outro lugar, ainda assim creio que teria nascido com alguma alma. Comprovem:

Contrafluxo

um brinde ao que pode ser transformado:
transtornos tornados deleite
dores agora sorrisos.

drama nem sempre é drama
nem comédia sempre há.

o outro, ao sorver o líquido áureo transparente
já não é aquele,
o que se indigna com bugs de máquinas
maus humores de chefes
e instantes em que vida não é.

atirados são os restos de sofrimento nas latas de lixo
das metrópoles enquanto aquele segue o contrafluxo
dos que vão para as casas, às seis e meia, às sete, às oito
e busca o consolo das roupas atiradas a esmo pelo quarto, na hora do amor.

a importância de os fios de cabelo se tornarem brancos não existe
perante a inevitabilidade da passagem da areia para a parte inferior da ampulheta...
é que há as limitações, e ele pensa a respeito, ainda que seja um pensamento
sobre um futuro que ainda não é,
que será, a não ser que se sobreponha um trágico incidente.

flutua, devaneia e esquece que o básico é essencial:
poucos fazem e muitos dizem.
não há mistério nas melhores horas
nem labirinto ou minotauro.
há um tesouro no profundo do ser, oculto e acessível, ao mesmo instante
(acessível a ponto de assustar. mas não, não é mistério).

a despeito de todas as coisas, um simplesmente deseja.
sim, isto basta!

Bastou? Vocês se contentam com pouco, hein? (ou... vocês estão sempre reclamando, hein?) Eh eh eh... brincadeiras à parte, com o decorrer dos dias, haverá mais. Beijos e abraços, amigos! Até breve!

NA MINHA VITROLA: BOB DYLAN - Spirit on the Water.