sábado, 23 de outubro de 2004

Olá, caros leitores viajantes!!!

Olá, caros leitores viajantes! Aqui começa nossa viagem ao âmago do reino das palavras. Para quem me conhece, não preciso explicar muito, mas para os viajantes novatos, cabe dizer que este é meu mais novo blog. Sim, porque eu já tive o Átomos do Alessandro, que funcionou de fevereiro de 2003 até o mês passado. Decidi desativá-lo porque... não sei... inquietude, talvez. Precisava de novo pique, um ar novo. É isso que tento agora ao conduzi-los nesta nova viagem. Espero que seja de seu agrado e chega de papo furado, que nosso trem já vai partir. Boa viagem, ilustres passageiros. E vamos de poesia!!!

Vertiginosa

O que poderei fazer se o sonho cair por terra?
O ocaso encerra uma existência
A aurora impõe novamente a mesma
Não quero ter esperança em excesso
Nem acender velas à era do desespero
Sou quem sou
E isto não é muito nem pouco
Então ouso lutar até o fim
Com minhas próprias armas brancas ou não
Se o que houver em mim
Nas horas obscuras
Tiver um gosto amargo
Releve
É o trecho de uma busca
Não será por temor que pedirei abrigo
Nos braços do esquecimento
Nos seios de alguma ausência
Será por vontade
E quando por trás das cortinas se esconder e fugir a verdade
Eu a deixarei partir de minhas vistas
Para construir com minhas mãos
Uma nova, uma minha
Filha de tudo que já vi fugir ou ficar
E é só por isso
Que continuo fitando o abismo
O monstruoso e adorável abismo feito vida
No qual vou pular mais uma vez
Adeus e até mais, lá em baixo


Os Dias

Não, Júlia não tem problemas, ela jura
Então por que justamente agora lhe dói a vida e quer ir embora?
Quebra o espelho, o caco, o pulso sangra
E atravessa
Já é tarde...

Dani busca diademas de ouro, a besta
Beatificamente aspira o pó e sente que encontrou o que queria
Abre mão do tesouro, um canudo e um baú
E chora
Já passou a hora...

Quando Nando foi fazer a fita, que fácil
Abandonou tudo que havia lá atrás no tempo em que podia sorrir
Sem lembranças, uma arma, o terror
E escapa
Já é outro dia...

Todos jovens, horizontes, caos
Nada jovens, nada a ver, nadam contra a corrente
Limites, moral... quem matou o meu igual? E por quê?
Não há dinheiro na conta-corrente
Taxas, impostos se acumulam sobre o vácuo da razão de não haver sonhar
E a fumaça do cigarro invade o peito do poeta que se põe a denunciar

Até que a morte nos ampare

Pseudo-Pop-Flip-Flop-Remix

novo aeon sgt. peppers
melhores dias passaram
porção de fritas cerveja
vejam vocês tudo passa
passa
dormir tarde acordar cedo
bons dias a gente persegue
a mente agente secreto
medo mistério agüente

bossa nunca mais nova
chansons-trance-remix
quem irá contra fossa
antibossa desafina flor???

silêncios sisudos simulacros
solenes um-de-si-mesmo
veladamente anulado
deletado ex-cândido escândalo

igreja orações duma coisa
desejo-da-contra-coisa
corações sangrados maria
não mãe minha coisa alguma

cerra-se porta-palavra
encerra-se outra paixão
agora resta nem resto
descanta-se pseudo-pop-flip-flop

A Garota Sem Nome

Entre todas as denominações, entre todos os rótulos,
conheci uma garota sem nome.
Sim, uma garota sem nome, mas com o rumo que ela escolheu.
Eu a conheci e reconheci: não é junkie, também não é careta.
Não quer que se intrometam em sua vida.
Pobre garota sem nome, sem ombro em que se apoiar...
Políticos pedem apoio durante a campanha.
A campainha toca e há sempre alguém pedindo o apoio dela contra a fome, a sede, o frio.
Contra o contrário de tudo.
Ela chora, sem emprego e sem ter como empregar suas forças.
Não é pró-yankee, tampouco anarquista. Não gosta de funk carioca.
O idiota do ex-marido a abandonou por um tempo de glória (ilusória).
Sente sede quando está calor
e transpira como qualquer outra.
Pira quando quer
fogo para apagar o dilúvio.
Dança... não é bailarina, não é dervixe.
Fita a fita, forward e rewind, mas a vida não é extática, então dança.
Se não era musa (pois agora é), também não chega a bagulho.
E tem sempre a vantagem (?) de ter escolhido o próprio rumo.
Não é raro que escolham rumos em tais dias?
Não é Lolita ou Cleópatra, danem-se as comparações.
Uns a chamam de santa, outros de vadia...
esses juízos que os de vida vazia fazem.
Bobagens... é tão simples: é o que quer ser.
Isto basta e eu gosto de sua presença
mesmo quando ela não me conhece
quando nos vagões de metrô a gente se esbarra e nem diz "oi".
Eu gosto dela, esta garota, minha garota sem nome, que vive por aí...
Espero dizer-lhe "oi" o quanto antes.
E isto é tudo, por hoje...

Realmente, isto é tudo por hoje. Vamos pernoitar! Boa noite! Beijos e abraços a todos!!! Até breve!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Ei, estou só testando os comentários, porque me disseram que não conseguiram comentar aqui. Só que quando eu fui ver as configurações, quando me é perguntado sobre quem pode comentar neste blog, desde a primeira vez que eu fui lá eu selecionei a opção "anyone". Só que pediram ums senha pro rapaz... eu confesso que fico meio perdido, então, se alguém ler isto daqui, me desculpe. Vou tentar resolver a questão. Conto com a compreensão de vocês, amigos.

Neysi disse...

Gostei cara, boa sorte para o teu novo blog!
Esse sistema de comentários é meio confuso mesmo, ou vc comenta como anônimo ou cadastra uma senha. Preferi usar o do Haloscan.
Um beijo
Neysi