Olá, amigos viajantes!
É natal, data importante pra tanta gente... eu confesso, o sentido do natal pra mim é a possibilidade de encontrar amigos que comumente não encontramos durante o ano. A possibilidade de gula sem culpa também... eh eh eh!!! Creio que vocês, meus leitores, já devem ter percebido minha inclinação para a irreligiosidade. Daí a falta de outros sentidos para a data. Perceberam, é muito claro o fato de eu nunca haver dito algo a respeito, diretamente. Discussões sobre religião não me interessam, na maioria das vezes. Apenas queria iniciar dizendo o que penso sobre esta data, pois o meu conceito a respeito pode ajudá-los a compreender melhor o que direi. Mas o cerne do que escrevo agora é outro.
Quero falar de solidão. Sim, esta que é tão mal apreciada por tanta gente.
É que ontem passei o dia com minha mãe. Havia prometido isto a ela, mais até a mim mesmo. Ajudei-a em algumas tarefas, fiz-lhe companhia. Conseguimos até não brigar, algo que é um pouco raro... eh eh eh!!! Para hoje, havia o convite de um almoço. Eu iria, encontraria os amigos, alguns não comumente vistos. Quando dei a notícia de minha saída à minha mãe, ela ficou triste. Percebi o quanto o dia ficaria vazio para ela se eu saísse, fiquei com pena e desisti do almoço, além de que eu não ando muito bem do intestino mesmo... nada grave, trata-se apenas de um mal estar causado por alguns excessos... eh eh eh!!!
Para dona Vani, este dia marca o primeiro natal sem seu Jair. Para mim também. Mas ainda não é aqui que quero chegar, até porque já passou a principal data em que sentiríamos mais a falta dele. Aliás, 3 de dezembro passou e ele não estava mesmo aqui para completar 65 anos. E eu quase não pensei na questão. Não por insensibilidade, mas por excesso dela, por necessidade de superação. Mas sempre é um pouco mais complicado quando estou ao lado da velhinha... mas não é mesmo aqui que quero chegar.
O fato é que passei a manhã escutando certas músicas que me fizeram relembrar fatos passados. Uma paixão frustrada e mal resolvida. Tratava-se de uma "Lolita", uma garota de 15 anos, portanto, treze anos mais nova que eu. Por me relacionar com a família dela, fui bastante escrupuloso e mantive-me calado a respeito. Dado um certo momento em que as coisas se tornaram insuportáveis, eu me afastei das pessoas, principalmente dela. Isto significou uma reforma em minha vida, pois o irmão desta garota era um parceiro importante em alguns projetos de natureza musical que eu tinha. Voltei-me mais à literatura e tal situação ajudou muito a me tornar o que sou exatamente hoje.
Ocorre que, neste processo de paixão e posterior afastamento, coisas foram se misturando em minha cabeça, inclusive o fato de, naquele momento, não estar interessado em continuar sendo tecladista numa banda de death metal. Tomei algumas atitudes daquele camarada como um desprestígio a mim e, tudo somado, afastei-me. Realmente considero minha decisão a mais acertada, ainda hoje. Havia muito lixo em minha cabeça. Era hora de uma faxina mesmo, e assim pude me entregar de corpo e alma a projetos que tinham mais a ver com minha vontade.
Mas é tão estranho, mediante a audição de certas músicas, neste meu natal mais solitário, relembrar todos estes fatos... ainda me dói tanto, que chego à fronteira de certo ódio, um ódio com alvo nada determinado e que me fez mal, muito mal neste momento. Não pude contar a minha mãe, ela não entenderia, tampouco eu entendo absolutamente. Já se passaram mais de três anos de minha mudança e ainda não compreendo muito este meu mal estar.
Abrir uma garrafa de cerveja, ainda a pouco, foi um ato que me salvou de ultrapassar a fronteira do ódio e da frustração. Também mudei a trilha sonora... eh eh eh!!! Assim, pude chegar à frente do meu computador para contar-lhes isto. Sabem, ajuda muito.
Creio até que, por ora, estou salvo de meus próprios fantasmas novamente. Hora de olhar para o futuro. Estamos sozinhos, eu e minha mãe. O que mais importa. Tenho alguns amigos, inúmeros colegas. Amo a todos, incluindo seus defeitos. De alguns é preciso manter alguma distância saudável, naturalmente. Há os que eu gostaria de ver todos os dias, e há os que eu quero ver de três em três meses, senão ainda mais espaçadamente...
Sim, porque estes momentos de solidão (aí está a chave!!!) são tão necessários... confrontar os fantasmas, tecer planos... como realizar isto cercado das pessoas, por mais queridas que sejam? Há tantos que amaldiçoam sua solidão... eu a desejo, outras vezes a afasto, minha irmã Solidão. Hoje eu precisava disto, precisava mesmo... a cerveja já acabou na caneca, mas eu não preciso mais. O dia transcorrerá normalmente a partir de agora e talvez eu saia e encontre algum amigo, sei lá... talvez eu fique em casa e alguém me procure, talvez eu apenas fique aqui e isto me bastará. Estou melhor, a convivência comigo é importante e creio que meu recente embate, embora me tenha feito mal no instante, agora me traz o benefício da vitória.
Bom, amigos viajantes, agora só devo dizer que aproveitem bem estas festas, não se culpem por excessos. Sei que tenho espaçado bastante minhas intervenções aqui na rede, mas aguardem, para menos de uma semana, a minha listagem de melhores do ano (não necessariamente os melhores deste ano, mas tudo aquilo que eu curti mais, em alguns casos).
Beijos e abraços! Até breve!
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