quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Não

Queridos amigos viajantes, poucos de vocês sabem minha opinião a respeito do referendo que ocorrerá no próximo domingo. Pois bem, embora este seja um assunto que não considero agradável, vou dizer-lhes o que penso.

Voto no não porque não creio que dizer sim será a solução. O mal não está em ter uma arma de fogo e sim na mente das pessoas. Uma proibição não vai mudar intenções sombrias. Quanto às armas de fogo, proibindo o acesso a elas, dá-se mais poder a um mercado negro que já é muito forte hoje, os órgãos "competentes" se esquivariam da responsabilidade de algum controle, entre outras consequências que não me agrada nem pensar a respeito. A idéia-chave aqui seria "autonomia enquanto nação".

Até o momento, procurei manter-me em silêncio, porque esse tipo de discussão não me interessa, assim como não me interessa ter uma arma. Então, vocês podem perguntar: "Por que você vota no não, se não lhe interessa ter uma arma?". Bom, voto no não, também, porque imagino algum embuste sendo urdido. Estamos num país em que embustes são a norma. E sempre desconfio quando vejo certa parcela da mídia (a rede Globo, através de seus artistas desta vez) tentando influenciar de maneira tão exaustiva a população.

E desgasta-me discutir essa questão do desarmamento, porque há tantas outras a serem discutidas. Não se resolve o problema da fome, do desemprego e, principalmente, o da violência... a discussão foi mal-colocada desde seu início. Eu digo: teatro, teatro, tudo teatro... palavras de um desiludido? Talvez. Aliás, provavelmente. Vejo nosso país como uma grande comédia sem graça.

Queria que fosse diferente. Queria que o desarmamento fosse o caminho... seria tão simples... mas não é. Desculpem-me se prometo o silêncio, mas falo tanto. Eu preferiria falar de literatura, cinema, música... qualquer coisa mais agradável a mim e a vocês.

Queria concordar com algumas pessoas notáveis a mim, tanto no mundo real como no virtual, que defendem o desarmamento, mas não posso. Estou de peito aberto e sei que este desabafo não está tão bem embasado. Há outros aspectos que nem sequer citei, que podem ser usados tanto contra como a favor do desarmamento.

Agora vocês já sabem o que penso. Volto ao silêncio, que talvez seja cortado por alguns tiros.

Volto ao silêncio, que talvez seja cortado por qualquer ato que a maldade humana torne real.

Mas, antes do silêncio, beijos e abraços.

NA MINHA VITROLA: Silêncio.

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