Porque todos os pequenos ciclos fazem parte de um ciclo maior. Entre cada um e dentro de cada um, há poesia. Então vamos:
Do Sol
Tudo foi um sonho bom,
um pesadelo.
Tudo soa um escândalo
aos ouvidos dos que não sabem.
Não vivem.
Era um piano fora de tom.
Uma cafonice, pieguice.
Era o desejo, mais um.
E só um.
E era tão bom
quanto capaz de doer.
As flores da estação rendiam homenagem
a este desejo.
Era um querer bem
e algo mais.
Não se explica, uma vez mais.
Parou com tudo. Tudo parou:
O trabalho, as drogas,
as peladas no campinho do bairro,
as orações das senhoras piedosas
e as lamúrias das tias chatas.
Arruinou-se.
Regou as plantas, aproveitou e
lavou a calçada. Descobriu
uma nova verdade.
Tão óbvia, tão desnuda
quanto secreta.
Era amor e se acabara.
E se dera sem importar-se,
mas piano desafinado,
a melodia rota.
Uma roupa velha.
Assim mesmo,
o mundo se abriu outra vez,
porque os dias sempre vêm
e o sol iluminará
outras histórias.
Beijos e abraços, pessoal!
NA MINHA VITROLA: NATALIE MERCHANT - King of May.
Um dia de céu limpo, uma dose de conhaque, o porco engravatado que rumina dinheiro alheio, as noites solitárias, as crianças fazendo algazarra, amores possíveis e impossíveis. Tudo o que há sob o sol (e além do sol) é a matéria da poesia. Este blog é um livro inconcluso com páginas abertas para que você encontre textos escritos com verdade, sentimento e, principalmente, com ALMA. Uma viagem que nunca termina. Por Alessandro de Paula. Contatos em palavratomica@gmail.com
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