domingo, 11 de setembro de 2011

Apenas

Poema de solidão.

De medo. De palavras que não se dizem mais, fora de moda que estão.

Pensamentos afastados, fora de questão. Poema de nosso tempo.

Fora de nosso tempo.

Cena de Através de um Espelho, filme de Ingmar Bergman, de 1961.

Apenas
Um poema meu, com base na trilogia do silêncio de Deus, por Ingmar Bergman.

Ela ergueu os olhos para o céu,
eu vi,
eu a vi esperar por uma resposta.

Mas encontrou apenas o vazio.

Não há nada acima
ou abaixo.
Nada lá fora.
Apenas o corpo abandonado

e algum pensamento.

Que logo é afastado.
Faz-se necessário sorrir.

E sorri.

Há o consolo da esperança
na mais absoluta solidão.

Sinto que ela volta a fazer de conta,
é tão fácil perceber.

Há um deus-aranha esperando por cada um.

Carinho, medo da guerra, apego, palavra, sexo, morte, angústia, esquizofrenia, "que imagem ridícula", "Deus é amor e amor é Deus", silêncio... apenas.

A palavra...
A palavra parte
de si
e se perde no ar
,
apenas um eco tímido.


Ela pegou suas muletas e partiu.

Deixou-me só com o vento gélido
e meus pensamentos anacrônicos.

Apenas.

A cena abaixo é do filme O Silêncio, de Ingmar Bergman, de 1963.

Isso é tudo por hoje, pessoal!

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