domingo, 1 de maio de 2005

Roma-Meca

Mais uma do condutor-poeta-reclamão-mor deste trem, amigos viajantes. Confiram!
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Roma-Meca
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vazios são os dias cheios de despropósitos
você não vê a hora de escapar
daquele lugar onde vem representando um papel
sonhando um dia improvisar
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você nunca mais viu seu time jogar
já não importa... o campeonato foi suspenso
só há a maldita dramaturgia do dia a dia
mas os papéis não existem e ninguém pensa nisso
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talvez você queira se divertir, então...
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pegue um trem rumo a Roma ou Meca
Atlântida ou Shangri-La ou qualquer outro lugar
ou pare nos bares onde podemos nos encontrar
e conversar um pouco sobre a miséria que assola o mundo e nossos corações tristes
vamos combinar uma fuga desta redoma
talvez eu consiga as passagens por um preço razoável
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há outros preços para sonhos bons
mas você tem de pagar caro, pois há impostos embutidos
quase ninguém desconfia do que está se passando
ou estão representando como você e eu?
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é que eu queria um dia de folga
não um ano, porque de outra forma haveria um assassinato
não desejo a morte da minha dignidade
mas quem terá o controle?
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eu sinto que você sabe, mas permanece calada
pois já lhe fazem ameaças
há os que têm saudade dos homens de farda, tão durões e truculentos
mas hoje há quase o mesmo contexto, apenas as coisas são mais sutis e cruéis
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faça isto, compre aquilo, não pague aquele mico
os nossos cinemas têm poltronas mais confortáveis
para comer a pipoca que você entope de sal
e quem se importa com a pressão alta?
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eu não queria dizer isto
mas parece que já estamos mortos
apenas os faraós, de suas pirâmides,
poderiam nos saudar
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o que há com a minha vontade?
onde está aquele seu sorriso?
então... diz pra mim, por tudo o que você já prezou...
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por que sentimos tanta saudade daquilo que não foi?
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Preciso dizer mais alguma coisa, amigos? Beijos e abraços!!!