terça-feira, 26 de julho de 2005

O Erro

Caros amigos viajantes, continuando o review iniciado a cerca de dez dias, mostro a vocês uma poesia que me deu muito gosto. Eu a escrevi no Metrô (como muitas vezes faço, aliás... eh eh eh!!) e lembro-me que estava com uns amigos e havia um senhor com jeito de padre. Ele chamou meus amigos, apontou pra mim e disse "cuidem desse rapaz, pois ele é muito triste...". Ah ah ah!! Tudo bem, "seo padre", eu não pretendo precisar de tantos cuidados. Já se passaram dois anos, talvez até mais tempo, e estou aqui, inteiro e lembrando que você existe!! E vou escrever muitos erros e alguns acertos também. Quem sabe até erros que se tornem acertos... eh eh eh!! Agora, amigos viajantes, chega de papo furado e confiram:

O Erro

Eu que sou o erro
Carrego em meu cerne o mal
Sou eu o próprio mal...
A eternidade do que carrego comigo
É minha maldição de testemunha eterna,
Tantas coisas já vistas...
Mentira! Mentira! Mil vezes mentira!!!
Não somente presenciei, fui e sou eu o agente de toda a desgraça
Por exemplo...
Dizem ter sido Nero o incendiário de Roma...
Confesso: o inocente Nero não foi páreo para minha sede de fogo... eu fiz aquela gente arder!!!
E se Lutero reformava, eu levava o fogo da rivalidade para hoje a Irlanda tremer
Eu que faço maldita a Terra Santa prometida aos povos de Israel e Ismael
Ainda ali, dei o primeiro grito por Barrabás
Na China, marchei contra o povo na Praça da Paz
Da África vieram acorrentados os negros para aqui serem maltratados... quem os trouxe senão eu?
E quando Hitler na prisão se preparava para tomar toda a Europa
Na velha bota era eu que gerava o vinho no copo de Il Duce Mussolini
E quando os europeus decidiram fazer a América
Criei para eles belas redes de fast food e altas torres que alimentaram o orgulho
Agora mais do que nunca entulho...
E, como deve sempre ser, eu disseminei o vírus mortal
Que faz todos repensarem a conduta sexual
Como se não bastasse, sou responsável pelo sensual marketing que se espalha mundo afora
Agora não escapam de minha armadilha... ah ah ah!!!

Enfim... não há maior mal que eu tenha perpetrado...
Esqueci-me do amor por todas as minhas vítimas,
Os miseráveis da África, da Ásia, da América... pior que uma latrina...
Amor por um planeta agora claustrofóbico, cheio de tanta gente pior que vocês que estão aqui
Porque vocês comem, bebem, fazem amor, coçam o saco...
Há gente que eu privei de tudo isso!!!
Amor por um planeta agora melancólico... amor, este termo tão utópico...Esqueci... e não me sinto nada mal com isso!!!


Ah, sim... o que o "seo padre" viu foi só um rascunho, uma idéia do que seria O Erro. Se ele conhecesse este texto como está aqui, talvez ele recomendasse uma internação... ou faria um exorcismo... ah ah ah!! Não sei, não sei... enfim, beijos e abraços, meus amigos!! Qualquer hora dessas haverá mais!!

NA MINHA VITROLA: Asobi Seksu - I'm Happy, But You Don't Like Me > Sooner > Umi De No Jisatsu > Walk on the Moon > Let Them Wait > Taiko > It's Too Late.

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