É, pessoal... independente de qualquer governo, não consigo ver o país de um jeito melhor. Infelizmente, não consigo.
República do Vazio Lírico
votam impostos
e as crianças têm de sair às ruas
vendem doces e salgados para poder comer
o pai não trabalha mais
o homem de terno e gravata tão empreendedor, tão orgulho-da-mamãe, não vê
nem mesmo eu (me) vejo, às vezes
há distribuição de presentes no morro
mais uns a distribuir balas em algum lugar
em qualquer lugar
ninguém com alma e
com tempo para sentir a vida e
saber que pode ser diferente
carnaval, novela, futebol...
o transporte lotado, o sol na cabeça...
o sorriso sem dentes no eme-esse-ene
o breve flerte no barzinho
vão sortear a mega-sena
temo que meu amigo ganhe e acabe assassinado
pela esposa
lugares comuns...
lugar comum, minha queixa também
a poesia (contida aqui?) não vai mudar o mundo
e, pelo meu, já fez o que pôde
mas no final, nada sobra
talvez as palavras perdidas em folhas amarelas
ou lugares que ninguém visita
um limiar nos alcança
a barreira do suportável já é bem clara
quem enxerga?
a terra será vermelha mais uma vez
e ninguém poderá chorar
porque o que poderia ter sido feito
não foi
este é o nosso lugar
de belezas descomunais
de todas as cores do arco-íris
esta é a nossa bandeira
a ser hasteada a meio-pau
esta é a nossa república do vazio lírico
Beijos e abraços, povo!
NA MINHA VITROLA: BOB DYLAN - Rainy Day Woman # 12 & 35 > INDOCHINE - D'ici Mon Amour > MOMBOJÓ - Singular > THE BEATLES - Your Mother Should Know > Misery.
Um dia de céu limpo, uma dose de conhaque, o porco engravatado que rumina dinheiro alheio, as noites solitárias, as crianças fazendo algazarra, amores possíveis e impossíveis. Tudo o que há sob o sol (e além do sol) é a matéria da poesia. Este blog é um livro inconcluso com páginas abertas para que você encontre textos escritos com verdade, sentimento e, principalmente, com ALMA. Uma viagem que nunca termina. Por Alessandro de Paula. Contatos em palavratomica@gmail.com
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