Olá, senhores passageiros. Hoje é dia de uma digressão minha, muito particular, mas quero compartilhá-la com vocês.
Engraçado, passei a última madrugada dando uns últimos toques no texto de uma monografia na qual estou estou trabalhando. Foram 3, 4 dias de leitura intensa a respeito de jogos e brincadeiras no ambiente escolar, um tema bastante interessante. Uma madrugada quieta, temperada com estas leituras e com uma sutil trilha sonora de Enya, Era e Kitaro. Total New Age... eh eh eh!!!
É neste ponto que eu quero realmente chegar. Que seria de nós, simples passageiros do trem da vida, sem música? (Isso me faz lembrar de uma canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, Encontros e Despedidas, agora sendo rememorada na voz de Maria Rita e tema de novela da Globo.)
Hoje, todos sabem, é dia de finados. Após a madrugada de trabalhos, uma manhã de descanso na minha enorme (muito para mim somente, é verdade) cama de casal, conversei com minha mãe acerca de visitas a cemitérios. Falei para ela que eu acho realmente de pouca valia visitar cemitérios. Meu pai não reside ali, verdadeiramente. O que existe naquele local é um resto de ossos dentro de uma caixa de madeira. Ele existe, sim, em nossas memórias. E, dentro de nós, ele não está realmente morto.
Como ainda é um tanto traumático lidar com este fato, pus-me a chorar. Sempre é difícil, mesmo que tentemos racionalizar, não é? Então subi as escadas que levam ao meu lugar na casa, ao meu universo, onde ficam livros, computador, CDs, vídeos e tudo mais. O que salvou-me foi uma audição de um vinil dos Paralamas. Depois, fiquei pensando e pensando no meu pai. Foi me dando vontade de ouvir Pink Floyd, exatamente Shine on You Crazy Diamond. Ouvi a música com um sentimento quase religioso. Claro, meu pai não era nenhum Syd Barret (que é o homenageado na música). Ao contrário, mas penso que a figura do velho Jair, para mim, brilha. Com todas as suas limitações, ele foi um dos bons.
As músicas foram passando, passando. Não é um CD oficial do Pink Floyd, é um pirata de um show de 1994, em Miami. Fui indo mais fundo naquele mar de canções, que eu colocava, fora da ordem, de acordo com meu interesse. Astronomy Dominé, Breathe, Time, Wish You Were Here, The Great Gig in the Sky, Us and Them, Confortably Numb, Hey You... em meio a tudo, a figura do meu pai. Não sei porque, mas preciso falar disso. Preciso falar do que é a música para mim, de como ela me salva. Agora eu me sinto melhor, mais vivo. Daqui a pouco vou sair pra ver o sol, que brilha quente lá fora. Afinal, está sendo um belo dia. Quem sabe eu encontre amigos e juntos escutemos a singela música da vida?
Sim, isto é tudo, meus amigos. Beijos e abraços!!!
Ao som de Pink Floyd, claro... eh eh eh!!!
Um dia de céu limpo, uma dose de conhaque, o porco engravatado que rumina dinheiro alheio, as noites solitárias, as crianças fazendo algazarra, amores possíveis e impossíveis. Tudo o que há sob o sol (e além do sol) é a matéria da poesia. Este blog é um livro inconcluso com páginas abertas para que você encontre textos escritos com verdade, sentimento e, principalmente, com ALMA. Uma viagem que nunca termina. Por Alessandro de Paula. Contatos em palavratomica@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário