II- O Plural: De Paula
E, de fato, podia dar-se ao luxo desse desprendimento, dessa superioridade.
Dois dias depois, porém, é procurado, no escritório, por outro amigo, o Leon. Quintanilha abre os braços, numa efusão patética: "Quem é vivo aparece!" Depois dos abraços, dos tapinhas nas costas, pergunta, alegremente: "A que devo a honra dessa visita?" Leon pigarreia, faz a pergunta:
- Tens visto o De Paula?
- Vi. Ainda hoje, vi. Dei-lhe um abraço. Por quê?
Leon levanta-se. Anda de um lado para outro e, por fim, decisivo, estaca diante do amigo:
- O De Paula não merece o teu abraço. Merecia, sim, que lhe partisses a cara. Um canalha muito ordinário!
Surpreso e divertido, Quintanilha repete: "Você acha que eu vou dar confiança de me zangar com o De Paula? Deus me livre! Ele pode falar de mim à vontade! Tanto faz, como tanto fez! Considero o De Paula um verme!" Então, Leon resolve por as cartas na mesa:
- Mas a questão é a seguinte: não é de ti que ele fala mal.
- Então, ótimo. Se não é de mim, qual é o drama? E de quem ele fala, afinal?
O amigo foi sumário:
- Da tua mulher. Compreendes agora por que eu disse que o De Paula merecia que lhe quebrasses a cara?
Continua
Aguardo vocês! Beijos e abraços!
NA MINHA VITROLA: JARVIS COCKER - Big Julie.
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