Simplesmente me abateu uma tristeza no início da madrugada e me deu vontade de ouvir Legião. E assim... num 11 de outubro Renato foi embora. Há 11 anos. E, agora, 11 anos e um dia.
Bom, como acredito que muito sobre ele já foi dito, fica aqui o meu tributo, três letras de canções da Legião Urbana - algumas das que mais me tocam.
Sem mais delongas, aí vão:
L’avventura
quando não há compaixão > ou mesmo um gesto de ajuda > o que pensar da vida > e daqueles que sabemos que amamos?
quem pensa por si mesmo é livre > e ser livre é coisa muito séria > não se pode fechar os olhos > não se pode olhar pra trás > sem se aprender alguma coisa pro futuro.
corri pro esconderijo > olhei pela janela > o sol é um só > mas quem sabe são duas manhãs > não precisa vir > se não for pra ficar > pelo menos uma noite > e três semanas.
nada é fácil > nada é certo > não façamos do amor > algo desonesto > quero ser prudente > e sempre ser correto > quero ser constante > e sempre tentar ser sincero.
e queremos fugir > mas ficamos sempre sem saber.
seu olhar > não conta mais histórias > não brota o fruto e nem a flor > e nem o céu é belo e prateado > e o que eu era eu não sou mais > e não tenho nada pra lembrar.
triste coisa é querer bem > a quem não sabe perdoar > acho que sempre lhe amarei > só que não lhe quero mais. > não é desejo, nem é saudade > sinceramente, nem é verdade.
eu sei porque você fugiu, mas não consigo entender...
eu sei porque você fugiu, mas não consigo entender...
Andrea Doria
às vezes parecia > que de tanto acreditar > em tudo que achávamos tão certo... > teríamos o mundo inteiro > e até um pouco mais > faríamos floresta do deserto > e diamantes de pedaços de vidro...
mas percebo agora > que o teu sorriso > vem diferente > quase parecendo te ferir... > não queria te ver assim > quero a tua força > como era antes.
o que tens é só teu > e de nada vale fugir > e não sentir mais nada...
às vezes parecia > que era só improvisar > e o mundo então seria > um livro aberto... > até chegar o dia > em que tentamos ter demais > vendendo fácil o que não tinha preço...
eu sei é tudo sem sentido!
quero ter alguém > com quem conversar > alguém que depois > não use o que eu disse > contra mim...
nada mais vai me ferir > é que eu já me acostumei > com a estrada errada > que eu segui > e com a minha própria lei...
tenho o que ficou > e tenho sorte até demais > como sei que tens também...
O livro dos dias
ausente o encanto antes cultivado > percebo o mecanismo indiferente > que teima em resgatar sem confiança > a essência do delito então sagrado.
meu coração não quer deixar > meu corpo descansar > e teu desejo inverso é velho amigo > já que o tenho sempre a meu lado.
hoje estão aceitas pelo nome > o que perfeito entregas mas é tarde > só daria certo aos dois que tentam > se ainda embriagado pela fome > exatos teu perdão e tua idade > o indulto a ti tomasse como benção.
não esconda a tristeza de mim > todos se afastam quando o mundo está errado > quando o que temos é um catálogo de erros > quando precisamos de carinho, força e cuidado.
este é o livro das flores > este é o livro do destino > este é o livro de nossos dias > este é o dia de nossos amores.
E se sou um pouco assim, um criador - ou tento ser - é por que houve, entre outros, um Renato Russo.
Beijos e abraços, pessoal!
O livro dos dias
Nenhum comentário:
Postar um comentário