Então no meio da madrugada, um pouco antes de dormir, imagens sobre tudo que pude e poderia ser vêm à mente. Paro a arrumação da cama e venho para cá. Não seria melhor deixar as idéias abandonadas na noite levemente fria e permitir que escapassem pela janela ainda aberta. O resultado é este, talvez um pouco pretensioso, um pouco bobo, não sei... vocês dirão melhor que eu, quem sabe?
Sendo
já fui o ladrão a galope de seu deserto
já fui o grito na rua
o desespero de não saber pra onde ir
e a solução encontrada no último gole do copo
já fui a distorção da guitarra que já não toca
já fui o oásis que se desfaz à sua frente
a dor de ninguém
e também a risada presa na garganta
já fui o coro das igrejas
a mão que segurou a sua quando temia andar
já fui os olhos que guiavam
e a noite que teimava em prosseguir sendo
já fui sonho e acordei realidade fútil
o tempo perdido nos faróis de uma metrópole
o papo sem moreira nem bezerra
e já fui silva e de paula e alessandro
e permaneço de alguma forma
na vida de quem quer:
um vagabundo, um joão bobo,
um falsário, sedutor virgem do vazio
carrego em mim algumas verdades
todas as ficções e contradições
as bugigangas incompreensíveis do inconsciente
algum ódio, muito amor e um tanto mais de... teimosia
o que mais posso ser? e o que mais posso ter?
É, isto é tudo por esta noite. Beijos e abraços, meu povo!
NA MINHA VITROLA: ELVIS COSTELLO - Miracle Man > No Dancing > Blame It on Cain.
Um dia de céu limpo, uma dose de conhaque, o porco engravatado que rumina dinheiro alheio, as noites solitárias, as crianças fazendo algazarra, amores possíveis e impossíveis. Tudo o que há sob o sol (e além do sol) é a matéria da poesia. Este blog é um livro inconcluso com páginas abertas para que você encontre textos escritos com verdade, sentimento e, principalmente, com ALMA. Uma viagem que nunca termina. Por Alessandro de Paula. Contatos em palavratomica@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário