Acordei. E tinha de transformar sonho em arte de alguma espécie. Quando vou perder este hábito? Eh eh eh...
Faz Tempo
eu era o garoto que se perdeu da excursão
que tinha nas mãos uma playboy
com a musa do verão
chovia e estava frio
quem dera me encontrar
eu não contava com a falta
e que podiam me buscar
tinha fome e medo
mas alguma coragem
girar por aquelas ruas
era o único a fazer
sem conhecer o lugar
parei na lanchonete para perguntar
com aparente dó de mim
um mendigo pagou um lanche
e quis arranjar um canto pra eu dormir...
com ele
eu tinha sonho e sorte
ele pensou e pensou
deixou-me ir
antes de ser
voltei pra rua e chuva
querendo me encontrar
não tinha mais revista
mas eu tinha eu
e a alegria quando vi aquelas grades do lugar
onde estavam todos os amigos saudosos
mas nada...
tudo que encontrava era nada
beijei uma menina que estava lá
e ela sorria
mas isso foi antes
de perder-me
tinha uma mochila pra reencontrar
com lanches deliciosos que mamãe fez
eu tava tão faminto
mas era certo
os amigos maldosos pegaram todos
e ninguém se importou em me buscar
eu vi, eu vi... jogavam handebol
e todos sorriam e suavam
mas isso foi antes
de eu partir
eu tinha uma magia
e um caminho estranho a trilhar
dentro do sonho
e fora, sim...
agora eu também tenho que
acordar
não tenho mais 10 anos. e isto faz tempo.
É, agora sigo sonhando acordado. Sonho imprescindível. Mas não, não estou perdido. Embora os caminhos sejam estranhos, sei de uma coisa: tenho objetivos.
E vocês... vocês têm a poesia! Beijos e abraços!
NA MINHA VITROLA: MADREDEUS - O Sonho.
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