quarta-feira, 29 de abril de 2009

Haja vida

Para que haja vida. Para que alguém aja.


Haja Vida


Há esses dias de hiato
em que um fica imobilizado.

em que há um gesso, não gestos.

em que há uma letra h.

nada muda. nada de heroico ou hediondo.

mas noutras horas,
a letra h forma sons.

Com c, é chama; e com l, calha.
Com n, a palavra não definha.

Ao menos, um sabe que haverá outros momentos. De ação, também. Sem h.

Gosto assim, que tudo termine. Até essa poesia manca.

Até os hiatos.

Haja vida.

Para todos vocês! Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: CORALIE CLÉMENT - Sono Io > On Était Bien > Houlala > La Reine des Pommes > Paris, Dix Heures du Jour.

domingo, 26 de abril de 2009

No name # 0

A palavra, às vezes, é breve e diz tudo.


No Name # 0

Júlia começou a viver quando esqueceu a perfeição numa esquina qualquer. Depois, foi a um salão de beleza. Enquanto fazia as unhas do pé, sorria.

Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: U2 - Breathe > Cedars of Lebanon > JOLIE HOLLAND - Crush in the Ghetto > Mehitibell's Blues > Springtime Can Kill You.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Salvação

Longo tempo, tempo longo. Não estou aqui. Agora, sim. Gosto disso. Gosto de vocês. Mas fujo, entendem? É preciso que entendam. Ou nada é preciso. A minha confusão é reflexo da confusão maior. Estou aqui. Tentando ser honesto. Minha maior loucura é isto aqui. Não preciso dizer mais nada.


Salvação

Por favor, não me procure amanhã
que estarei ocupado.
Provavelmente trabalhando
pela salvação do meu bolso.

Não estranhe, não pergunte.
Eu no seu lugar
preferiria não saber.
Nunca observei sábados,
a não ser as donas quase desnudas
que passam pelo portão de casa
nos dias de sol e calor intenso.

Acredito em qualquer segunda-feira
de quaisquer paixões.
Vejo acontecer nos trens
enquanto escuto uma canção.

No meu coração cabe uma imagem.
Era a Monroe cravada na cruz.
Acredite quem quiser,
estava tão natural
que tive ganas de subir e beijar
aquela boca que dizia...
o que dizia mesmo?

"eles ainda não imaginam o que fazem".

A gente faz tanta,
tanta coisa desimportante.
Sociedade não tem nexo
mas tem dinheiro para nos comprar.
Eu mesmo me vendo e não tão caro.
Se quiser meu pé, por um pouco a mais pode levar também a perna.
Afinal, as peças são facilmente substituíveis e,
pensando bem, até gostei de sua oferta.

Então venha amanhã bem cedo,
antes que pedaços de mim estejam em falta.
Fazer-o-quê? São as regras do mercado... Um "eu-te-amo" sentido faria milagres.

Mas não se encontra em qualquer prateleira.

Vamos correr, meu bem, antes que chegue o horário de pico.
Cada qual para seu lado e
sem juízo algum.
Dylan e Madonna sabem bem.

O tempo vai mudar.
Sei que ninguém quer ir,
mas vamos fugir da enchente
e dos ratos de esgoto que já foram e um dia voltarão a ser os ratos do porão.

Não tenho fim pra estas ideias doídas
Doídas, nada. Sem dor, que já vendi a minha.
Também meu dom teve preço. Teve.

Auf Wiedersehen, inocência! Farewell, tolas crianças.
Farei seu jogo sem fazê-lo.

Procurem-me quando parecer que eu não estou. Salvo quando estiver perdido.

A imagem? Ah, a imagem. Sabia que haveria algo na internet relacionando a Monroe com uma cruz. Gostei de ver. Ela foi publicada originalmente aqui, até onde sei.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: MOLOTOV - Voto Latino.