sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ele sonhava

Um breve conto com sabor de poesia, ou uma breve poesia com cara de prosa. De guitarras imaginárias.


Ele Sonhava

Pegou sua guitarra e fez o som de sua vida.

Pegou a guitarra e fez o som. E foi agressivo, ao modo de seus ídolos de capa de revista.

Foi o tal.

Num palco de brinquedo para um público de sonho. Lotou estádios, vendeu discos. Os outros meninos, que vieram depois, copiaram-no.

E repassavam os mp3 entre si.


Depois, era ele mesmo nas capas de revista e nos sites descolados.

O tempo passou e ele virou lenda. Mas não sabia um fá...


Ele sonhava!


Beijos e abraços, povo meu!

Baseado neste som aqui:

Megadeth - Train of Consequences


Nossa, fazia tempo que não escutava isso... eh eh eh!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

No contenido

É, pessoal... o cotidiano, este cotidiano... pra quem será?



No Contenido

temor de deixar de ser quem é
a aproximação do lugar comum
do deixar-se levar pela mão
a armadilha pronta
quando cessa a última força


a última?

não, não permitirá

há muitas cores para apenas um pacote de 100 gramas
sons demais para somente um litro
e sensações que não devem escoar pia abaixo

Logo voltarei com mais! Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA:
THANOS MIKROYTSIKOS & RITA ANTWNOPOYLOY -
Sintarta.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

You know... there's something happening here, but you don't know what it is...



Olá, pessoal!

Esta música de Bob Dylan está no disco Highway 61 Revisited (1965), que marca uma virada na carreira do músico, pois ele abandona o violãozinho folk e monta uma banda de rock, algo que boa parte de seus fãs e da imprensa de então não entendeu muito bem, chamando-o de "vendido", entre diversos impropérios não-publicáveis, durante os shows e em todas as ocasiões possíveis.

Nem tanto pela mudança musical. Talvez mais porque Dylan representasse o músico popular engajado. Suas letras da fase folk tinham forte enfoque social, muitas vezes retratando as agruras do trabalhador do campo, assim como as do trabalhador dos grandes centros. Mas ele abandona tudo isto para se dedicar a questionamentos mais universais.

Com seu violão e gaita ou com sua banda de rock, Dylan foi e é grande. E esta é uma das lendas da música pop do século passado que quis hoje compartilhar com vocês. Não é a primeira vez que falo dele aqui, mas também não creio que seja demais.

Filmografia Recomendada
  • No Direction Home, documentário de Martin Scorsese.
  • I'm Not There, filme de Todd Haynes. Aqui, vários atores interpretam Dylan em vários momentos de sua vida. Entre eles estão Christian Bale, Richard Gere, Ben Whishaw, Heath Ledger, o menino negro Marcus Carl Fraklin e, pasmem, Cate Blanchett. Creio que estará em circuito comercial apenas no ano que vem, mas já fica a dica.
Beijos e abraços, amigos!

sábado, 10 de novembro de 2007

O amigo da vizinhança

Spider-Man, Spider-Man,
Does whatever a spider can
Spins a web, any size,
Catches thieves just like flies
Look out!
Here comes the Spider-Man.


É com a musiquinha do Spider-Man que inicio este post, porque fiquei besta quando minha mãe contou a história. Eu tinha quer vir aqui e postar. Não duvido que muitos de vocês tenham sabido do ocorrido, mas eis aqui o que, depois de uma pequena pesquisa, tenho a lhes mostrar:


Menino de 5 anos salva bebê em incêndio em SC

Mãe de menina de 1 ano e 10 meses não conseguiu entrar na casa para pegar a filha. Segundo bombeiros, garoto vestido de Homem-Aranha resgatou a criança, em Palmeira.




Um menino de 5 anos, vestido de Homem-Aranha, resgatou um bebê de 1 ano e 10 meses de uma casa em chamas em Palmeira, Santa Catarina, na tarde de quinta-feira (8). O soldado do Corpo de Bombeiros Giovanni da Cunha disse ao
G1 que Riquelme Wesley dos Santos brincava em um pátio em frente à casa dos vizinhos, quando o incêndio começou.

A mãe do bebê, Lucilene dos Santos, afirmou aos bombeiros que tentou entrar na casa para resgatar a filha, Andrielle, mas não conseguiu. "Ele disse que não era para eu gritar e chorar que ele iria salvar a menina", disse Lucilene.


Segundo os bombeiros, Riquelme gritou que era o Homem-Aranha, entrou correndo na casa, pegou Andrielle e conseguiu levá-la para fora antes que o berço onde estava fosse atingido pelas chamas.


"Estava saindo fumaça do quarto. Eu pulei lá dentro e peguei ela", disse Riquelme.

Questionado se era o Homem-Aranha, ele falou que era "filho do Homem-Aranha".
De acordo com Cunha, que realizou a perícia no imóvel na manhã desta sexta-feira (9), o incêndio destruiu 80% da residência e a causa provável foi um curto-circuito.

O Sargento José Macedo disse que o menino agiu por impulso. "Por ser uma criança, não tem noção do perigo e poderia ser mais uma vítima", diz. "É preciso equipamentos especiais para entrar em ambientes confinados."


O grande barato deste episódio é como o garotinho com nome de craque da seleção argentina de futebol encarnou, ainda que sem consciência disso, o heroísmo do personagem de HQs e do cinema. Claro que houve um grande perigo e alguns pais poderiam estar se lamentando agora. Fico pensando se este fato vai significar algo pro Riquelme ali na frente. Nosso pequeno herói vai se tornar um salvador de vidas? Ou vai deixar isto subir a cabeça e estragar a própria. Não sabemos. A única coisa que posso afirmar é que foi algo perigoso... e, pra quem está muito de longe, um fato curioso e engraçado.

Beijos e abraços, amigos!

Fontes: Texto - G1 > Foto - Terra

NA MINHA VITROLA: MARILLION - Kayleigh.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Notas da Mostra - Final

Agora apresento a vocês os 5 filmes que vi na Mostra e que me causaram melhor impressão:

A Vida dos Outros
Florian Henckel von Donnersmarck - Alemanha - 2006


Longe Dela
Sarah Polley - Canadá - 2006


Lust, Caution
Ang Lee - EUA/China - 2007


A Casa das Belas Adormecidas
Vadim Glowna - Alemanha - 2006


Control
Anton Corbijn - Inglaterra/EUA - 2007

Com este post, teminei de dizer tudo o que queria dizer sobre a Mostra deste ano. Em breve, este blog voltará à sua programação normal... eh eh eh! Beijos e abraços, meus amigos!

NA MINHA VITROLA: SUBURBAN KIDS WITH BIBLICAL NAMES - Parakit > NORMA - Discos > RUFUS WAINWRIGHT - Going to a Town.

Notas da Mostra - Parte 6

Passaram-se sete dias, uma semana. A Mostra acaba hoje em sua fase retrospectiva, que não acompanhei. Não estava disposto às amplas filas que imagino terem se formado. Tinha compromissos com o mundo e, sobretudo, comigo mesmo. E 14 dias foram o suficiente. Quero crer que sim.

Apenas não contava é com as tempestades e com minha maldita falta de precaução. Tive problemas com a máquina e precisei usar um dinheiro no qual não pretendia mexer. Paciência! Mas agora tudo está em paz e posso, à vontade, postar minhas opiniões sobre os filmes dos últimos dias da fase "principal" da Mostra. Aí vai:

Dia 30

Os Solitários/A Bela Face da Tristeza
Jean-Paul Civeyrac - França - 2000

A sessão foi aberta com a exibição do curta A Bela Face da Tristeza, em que o mito de Orfeu e Eurídice é transposto para os nossos dias. Bonito e singelo, nisto difere completamente de Os Solitários, a amarga história de pessoas tão solitárias. Estão ali o viúvo que se culpa pela morte da esposa e tem visões com ela, o irmão mulherengo e abandonado pela esposa. Esta, a mulher insegura, mas que resolve reconquistar o marido. E há também a mulher atenciosa e apaixonada que cuida do primeiro homem, sem esperanças de ser correspondida em seus desejos. E ainda há o desejo carnal mútuo entre os dois irmãos. Retrato cru de gente solitária, não é um filme otimista.

Brand upon the Brain!
Guy Maddin - Canadá/EUA - 2006
Interessante aventura que lembra a estética do cinema mudo, mas com narração em off. De verdade, durante suas sessões na Mostra, ocorreram ao vivo narração, música e sonoplastia, mas isto não ocorreu desta vez. Talvez por ter sido uma sessão extra, que substituía a exibição do francês Après Lui (aliás, a única vez em que houve alteração na programação, na parte da Mostra que me coube). Fiquei curioso pra saber como as coisas teriam sido ao vivo, mas esta exibição já foi de bom tamanho para a apreciação do filme.

A França
Serge Bozon - França - 2007
Mescla de filme de guerra e musical - nada tão inédito. O filme talvez pretenda refletir sobre o que é o cidadão francês médio através de um episódio passado durante a 1ª Guerra Mundial, em que uma esposa decide ir atrás do marido no front. Pra isso, encontra um grupo de desertores e assume a identidade de um soldado. De verdade, não é pra ser levado muito a sério.


Dia 31

Caixas
Jane Birkin - França - 2007
Mulher sozinha se muda para uma grande casa no interior da França, onde relembra seus momentos com os homens de sua vida, as filhas, seus pais, além de outras pessoas que encontrou em sua trajetória. Não chega a ser ruim, mas é um pouco cansativo.



Todas as Belas Promessas
Jean-Paul Civeyrac - França - 2003

Jovem apaixonada e desprezada descobre que o falecido pai tinha uma amante. Quando a encontra, um processo de descobertas sobre si mesma tem início. Assim que retorna de sua viagem, estará muito mais preparada para lidar com as dores que o amor pode trazer. Civeyrac, claramente herdeiro da Nouvelle Vague, foi-nos trazido durante esta Mostra e é um diretor no qual os brasileiros apreciadores do bom cinema deveriam prestar mais atenção.

Os Otimistas
Goran Paskaljevic - Sérvia - 2006
Cinco histórias em que os elementos principais são o otimismo e conformismo com que os personagens encaram situações extremamente ruins. Ou seja, estão na merda (literalmente, na quinta e derradeira história). Às vezes, parece Brasil...




Dia 1º

Lust, Caution
Ang Lee - EUA/China - 2007

Sempre fui reticente com o cinema de Ang Lee. O cara já fez um pouco de tudo: adaptação de obra literária de Jane Austen em Razão e Sensibilidade (chatíssimo, a meu ver, mas talvez merecendo uma segunda chance agora); aventura oriental cheia de efeitos em O Tigre e o Dragão; até blockbuster com personagem da Marvel Comics, em Hulk. Após isto, ele reapareceu com o oscarizado O Segredo de Brokeback Mountain, que ganhou notoriedade por retratar o relacionamento entre dois cowboys apaixonados um pelo outro (como se a temática gay fosse novidade na história do cinema...). Ok, o filme foi sensível e bom o suficiente pra chamar minha atenção. E este Lust, Caution, novíssimo projeto do diretor chinês, me ganhou. Não é um filme que gerará polêmica entre nós, tão ocidentais, mas certamente as polêmicas existem no extremo oriente, uma vez havendo o histórico ódio entre Japão e China. Veneza reconheceu isto e agraciou o filme com o Leão de Ouro. Tem um tanto de Hollywood. Possivelmente estará concorrendo aos Oscar. O enredo nos revela uma rebelde chinesa que mantém um caso com um funcionário do governo colaboracionista chinês durante a ocupação japonesa. Com suas idas em vindas, durante suas quase três horas, prende. E a beleza de Wei Tang ajuda.

Caótica Ana
Julio Medem - Espanha - 2007
Os filmes de Julio Medem se caracterizam mesmo pelos enredos atípicos. Não é diferente em Caótica Ana, seu novo filme. A jovem artista Ana vive em Ibiza, numa caverna em que as paredes tem pinturas de portas que não se abrem. Para abri-las, a protagonista encontra uma mecenas que a leva a Madri, onde faz amigos, conhece o amor e encara desertos de outras vidas. Viaja de barco para os EUA, ganha a vida em Nova Iorque, foge de vidas passadas no Arizona e, de volta à grande maçã, encara o desafio de tantas vidas, encarnado num político corrupto, o que assegura algum teor político à história. Quem encara?

Eduart
Angeliki Antoniou - Grécia/Alemanha - 2006

Jovem albanês que fracassa na tentativa de se tornar astro de rock comete um assassinato em Atenas. Após voltar para a casa dos pais, é preso e lá conhece um médico alemão que o ajuda a enfrentar sua culpa em meio ao caos das agitações políticas na Albânia. Mas... não é um filme para ser lembrado...

38 filmes em 14 dias. Para alguns, é muito. Para outros, é "fichinha". Claro, deixei de ver muitos outros filmes interessantes, até porque minha programação mudou tantas e tantas vezes, mas considero-me satisfeito por ter contato com culturas tão diferentes. Agora, adeus correrias, adeus amizades circunstanciais nas filas e nas salas, adeus sonhos e pesadelos do mundo da sétima arte...

Pra valer?

Não... os filmes sempre estarão por perto. Sempre há muito a ser visto. E ano que vem tem mais Mostra. Querem saber? Paro tudo o que estiver fazendo, peço licença no trabalho (se houver um), alego problemas de família em Marte, seja o que for, mas não quero estar fora.

Bom, daqui a pouco voltarei com meu Top 5 de filmes, ok? Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: BOB DYLAN - Idiot Wind > ARETHA FRANKLIN - The Letter > LUDOV - Rubi > JOY DIVISION - New Dawn Fades > RIDE - Unfamiliar.