terça-feira, 30 de setembro de 2008

As fotos, as poucas

Com uma máquina limitada, que me dá resultados muito ruins em ambientes fechados e noturnos, tirei umas poucas fotos do sarau - sem contar que, quando bebo e tiro fotos, começo a entender o porquê da "lei seca" - a habilidade manual não é a mesma - já basta um copo. Faltaram a energia do pessoal que estava lá, as meninas bonitas... sobretudo a energia das meninas bonitas... eh eh eh! Pois bem, eis o que temos aqui:
a. Rubão, nosso "MC", poeta e grande amigo (na mesa, o Marco) ; b. Eu e Ricardo, vulgo Adestrador de Lesmas, depois de tudo; c) Rubão conferindo de perto a apresentação "dadá" do Adestrador.

E isso foi tudo! Beijos e abraços, pessoal!

"Alto lá!", depois

Magnetic Poetry # 1, de Cassandra Tiensivu (EUA).

Bom? Ruim? Razoável? Ótimo? A verdade é que tudo o que aconteceu, o sarau em si, transcende definições. As musas iluminaram o Gruta Bar no último sábado e tivemos uma noite pra se guardar na memória.

Os velhos amigos reunidos, caras novas e interessantes surgindo. A sensação que esteve ausente em alguns saraus dos últimos 18 meses, desta vez, não faltou. Era a alegria da completitude. Amizade e companheirismo plenos e renovados.

O atraso de duas horas e meia não prejudicou. Não importa - a arte de escrever teria de ser exaltada. E foi. De lamentável, mesmo, apenas a falta de registros fotográficos suficientes.

Houve espaço para homenagens aos que se foram, mas que permanecem na memória. Eis aqui, também, as modestas palavras que dediquei a Loraci Santana, poeta, gente que valorizava as coisas mais simples como um abraço, que se emocionava com a poesias dos mais jovens e que... poderia ter passado um pouco mais de tempo conosco. Mas aqui está:


Permanência
Para Loraci Santana

Quando o velho poeta nos deixou

houve um estranho

outono sentimental.

Mas não dor,

porque a lembrança,
ainda que breve,
existe.

Que o tenha levado a da foice!
Sua presença está

nas linhas de uma suave

poesia que,
a cada estação, entre nós,
permanece.

Agradeço aos amigos que fizeram da noite de sábado mais uma noite especial. Em breve haverá mais - vocês sabem, tem criança de papel e palavras vindo aí!

Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: OUM KALTHOUM - Tichouf Oumori > BABA ZULA - Japon Halayý > TONY GATLIF'S SWING SOUNDTRACK - Le Chant de la Paix > Tajsa Ne Boudo > L'ORCHESTRA DI PIAZZA VITTORIO - Moon Suite: Lammabede.

sábado, 27 de setembro de 2008

À contre-amour

Petit contre Jour, foto de Véronique Bizard (França).
Sim, é verdade que o post de hoje pode soar um pouco brega. Bom, não há muito o que dizer contra isso. A vida é assim, também. E não é ruim. Há muito de deslumbramento, de ilusão em relação a coisas que são tidas como o contrário disso.

O fato é que acordei com essa música na minha cabeça. Embora tenha uma ideia, não sei exatamente o que diz a letra dessa música que posto aqui, porque não sou um exímio conhecedor de francês. Até por isso, vai sem tradução. Quem é de entender, entenderá.

Ah, sim... lá embaixo haverá um link para vocês baixarem a música. Já é alguma coisa.

À Contre-Amour
Paroles: Charles Aznavour, musique: J. Revaux

De contretemps en contretemps
On ne se voit qu'à contre-jour
Et vivons à contre-courant
À contre-amour

Jouant ensemble à contrecœur
Au vu des autres sans détour
La contrefaçon du bonheur
À contre-amour

En contrepoint de nos sourires
Au chapitre des illusions
De plus en plus nous ressemblons
À de fats mannequins de cire
En vitrine pour dérision

De contre-pied en contre-pas
Notre vie a changé de cours
Et tu te contrefous qu'on soit
À contre-amour

Je sais, de l'amour à la haine
Il n'y a qu'un pas à franchir
Et que l'on fait sans réfléchir
Du bonheur on passe à la peine
Et me voilà avec les chaînes
Forgées par trop de souvenirs

À contre-voie de nos serments
Le contre faisant place au pour
Je n'entends plus le contre-chant
De mon amour
À contre-amour

De contretemps en contretemps
On se se voit qu'à contre-jour
Et vivons à contre-courant
À contre-amour

Jouant ensemble à contrecœur
Au vu des autres sans détour
La contrefaçon du bonheur
À contre-amour

Ent contrepoint de nos sourires
Au chapitre des illusions
De plus en plus nous ressemblons
À de fats mannequins de cire
En vitrine pour dérision

De contre-pied en contre-pas
Notre vie a changé de cours
Et tu te contrefous qu'on soit
À contresens de nos beaux jours
Moi contre toi, toi contre moi
À contre-amour

A música vocês podem baixar aqui.

No mais, deixo vocês por ora. Tenho um sarau daqui a pouco e preciso correr.

Beijos e abraços!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Alto lá!

Sábado que vem tem sarau dos Prophanos, num de nossos tradicionais (eh eh eh!) espaços.

Sintam-se convidados, amigos! Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: COLDPLAY - Viva la Vida.

Boletim do DDF # 0010

Hoje, no DDF, um post sobre o documentário Heima, sobre a turnê de encerramento do CD Takk, dos islandeses do Sigur Rós.

Quem acompanha Com Alma há algum tempinho sabe que já falei sobre o documentário aqui. Há algumas alterações no texto, mas a essência é a mesma.

Aproveitem e prestigiem o DDF. Os temas da semana são:

- Mistério do Samba, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor.

- Estudos culturais ou quem tem o direito de mostrar quem num filme.

- 100 anos sem Machado: Dom.

- Charlie Chaplin exercita o imprevisto em O Circo.


Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ANTONY & THE JOHNSONS - Hope There's Someone.

História de um João e uma Maria - Manhã

Quando um conto ingênuo, romântico e que não deve ser levado muito a sério encontra seu final.

Plaza Ramirez, Concepción, Uruguai.
História de um João e uma Maria # 4

Manhã.
Brilha o sol, ainda que diferente, no mesmo jardim.

Outro João. Outra Maria.


Quem sabe?

Continua - na vida de cada um de nós, de alguma forma.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: R.E.M. - Supernatural Superserious.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

História de um João e uma Maria - Madrugada

Quando o desastre. Quando a ausência. Quando desolação. Quando loucura. Quando o-fim-está-próximo. Quando não-olhe-pra-trás. Mas sem nos esquivarmos do golpe, continuemos.

Plaza after the Rain, de Paul Cornoyer.
História de um João e uma Maria # 3

Madrugada.

Era aquele momento único. Maria acabava de aparecer pelo caminho e João já estava lá. Era um belo dia.

Mas a natureza era caprichosa.


Num instante, tudo se tornou treva. As nuvens surgiram repentinas como se fossem uma tocaia. Trovões anunciavam o batalhão. Haveria guerra. Ao perceber o horror - Maria o teve estampado em sua face - fez o movimento contrário. Correu para longe dos olhos de João, que a viu desaparecer para não voltar.

Incontrolável, a tormenta não deu trégua ao lugar. João via tudo de longe, sem nada poder fazer. Viu tudo o que se tornara tão caro a ele ser levado pela força da água.

Claro, a natureza, no decorrer dos dias, tratou de restabelecer tudo ao lugar, menos aquela flor.


João se perguntava, olhar perdido, onde estaria Maria. Desesperado, começou a buscar em cada caminho, em cada jardim. E assim foi por anos a fio. Mas Maria não estava lá, no banco em que ele sempre a encontrara.


Maria não estava lá, no gramado por trás do banco.


E também não estava lá, na avenida que leva à praça.


Não estava nos bares ao redor. Nas casas de família. Nas casas sem família. Não estava no bairro vizinho. No aeroporto. Nos navios. Nos museus. Nos cemitérios.

Maria não estava no mundo.


João tornou-se mais andarilho do que era. Não dormia, não se alimentava. Não se importava. Perdera a esperança, mas buscava sua Maria, que já não era sua, porque era a única coisa que podia ainda fazer.

Um dia, os pássaros já não viam João.


A continuar

Quando eu voltar, será o fim. Deste conto, claro! Beijos e abraços, povo!

NA MINHA VITROLA: CHARLOTTE GAINSBOURG - 5:55.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

História de um João e uma Maria - Noite

Quando os dias se fazem escuros. Quando a maçã do Éden. Quando a canção sombria. Quando o trovão se anuncia, prosseguimos.

Mulher jovem no jardim, de Giovanni Fattori.
História de um João e uma Maria # 2

Noite.

Com o passar dos anos, não se cansavam do breve singelo ato de parar e observar. João passou a dedicar-se à escrita, ao louvor daquelas pétalas. Quando o sujeito de seu encanto era ausente de seus olhos, era presente em suas linhas. Quantas poesias foram escritas, por quantos lugares Maria, a heroína de seu culto, se aventurara não se pode contar. Todavia, os pássaros estavam ali e Maria, naqueles quinze minutos diários, tomava conhecimento de tudo.

E admirava.

Sublimes, João e Maria permaneciam.

Um movimento a mais e tudo era perdido. A única regra do jogo.

Mas... se o movimento viesse de fora? João estarrecia à ideia de que um elemento intruso pudesse colocar fim ao que dava sentido aos seus dias.

No entanto, os dias prosseguiam indo e vindo, assim como os minutos de João e Maria, que gozavam o momento, inertes, porém repletos de amor e admiração.

Queria o autor permanecer neste quadro. Mas, o leitor sempre sabe, há a dinâmica dos fatos, das fatalidades.

Certo dia, estavam os dois a mirar-se, como de costume, quando a canção surgiu, ameaçadora, com letra rude, impassível, fria. Sabe-se que as estações do ano sempre vão suceder-se umas às outras, mas o encanto - e por isso tinha esse nome - prevalecia a qualquer condição.

No entanto, os pássaros voavam diferente.

Era como noutro idioma, nada ou pouco se entendia. Mas o andarilho era um estudioso. Pôs-se a pesquisar até que a mensagem se tornasse clara:

Deves voltar, Maria. Se à noite não estiveres pronta, eterna treva haverá.

Tremor em João. Tremor nos céus. Era verão. Da mesma forma como tudo se tornava mais escandalosamente belo, depois viria a tempestade que faria a beleza retrair-se no tempo de sua duração.

A ameaça permanecia.

A continuar

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: JACQUES BREL - Le Moribond.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

História de um João e uma Maria - Tarde

Quando há um encontro. Quando nada tem de ser dito. Quando tudo tem de ser, simplesmente. Quando há uma ameaça. Quando o susto. Quando acaba. Quando busca. Quando sem esperança. Quando os períodos do dia passam assim. Quando as estações do ano passam assim. Quando recomeça.

Vamos a esta pequena alegoria sobre todos esses quandos e tudo o que há de patético nessas personagens tão humanas quanto irreais. Tão irreais assim?
Plaza Ramirez, Concepción, Uruguai.
História de um João e uma Maria # 1

Tarde.
Era inverno, todos os corpos resguardados em seus casacos.

Não um típico. O início da tarde tinha algo de primaveril naquela praça. Todas as flores, pássaros, crianças sabiam. Era o melhor dos tempos, quando qualquer coisa poderia acontecer.


Vivia a caminhar, observar, sentir, esse João que andarilha por estas linhas. Todas as vias eram suas, cada dia uma diferente, sem limites. Não tinha compromisso com o mundo ou fazia o possível pra se manter em pé e em movimento. Para escapar das armadilhas.


Mas seus caminhos sempre o levavam àquela praça. Foi ali.


Era uma bela flor, de uma espécie que ele nunca teria observado sob alguma circunstância diferente. Não pensou, mas poderia ser a luz, o ângulo de incidência dos raios do sol sobre todas as coisas, principalmente a flor, que era gente.


Esse encontro imprevisto. Quando os olhos se encontram, quando um pequeno gesto...

Quando diz é.


Ele fica ali, do outro lado do caminho. Para mirar. Ela, à pequena distância, no banco. Estático momento extático. Ambos.


Apenas olham. Por instante breve que o artista bem que gostaria de emoldurá-lo para a eternidade. E é assim, ainda que efêmero.

A música dos pássaros ecoa. Entre elas, João capta a melodia que diz:


O nome da flor é Maria.

Que se levanta. E vai.

Todos os caminhos levam àquela praça e João sempre passava ali, meio-dia, meia-noite, três da tarde, qualquer hora, quase sempre. Percebeu, nos outros dias, a presença. Quinze minutos, naquele banco, permanecia Maria. No segundo que sucede o último daqueles minutos, a visão esvaecia.

João gostava daquilo, de encontrar Maria. Passava aqueles minutos sem andar, mirando e mirando. Ela tem a arte. E também mirava João. Maria gostava daquilo e gostava de poder ir. A flor percebida sempre estava lá. O sol também. Durante aqueles minutos, a imagem natural, antes que fosse levada de seus olhos.

Ficava a memória e a vontade de dias vindouros...

E vinham, esses outros dias. Cada vez mais gostavam daquele exercício, sem dizer palavra.

Um dia
, pensava João, um dia colherei esta flor.

Mas percebeu, então, que se modificasse o gesto, se levasse a flor consigo, os raios daqueles instantes iriam incidir sobre o nada. O que era magia seria perdido para sempre. Ou encontraria um lugar em que incidiria a mesma luz? De qualquer forma, as flores morrem.

Não aquela, não aquela, desejava.

A continuar

Depois de tanto, depois de nada, resta deixar beijos e abraços. Volto logo!

NA MINHA VITROLA: COLDPLAY - Yes.

sábado, 13 de setembro de 2008

A confraria dos joões bobos e das marias moles

Em primeira mão pra vocês, a re-escrita poesia que dá título ao meu livro a ser lançado em breve, assim como a capa - ainda que a imagem não corresponda - em qualidade - exatamente ao que ela realmente é, espero que vocês gostem!

A Confraria dos Joões Bobos
Segunda e quase definitiva versão


ali na fila,
mais um
com toda sua individualidade:
um universo.

ao mesmo tempo,
um nada.

um número.

noutro lugar,
aquela outra,
no elevador
claustrofóbico.
mas se controla
porque só isso há.

doi a dor
do abandono,
mas o mundo simplesmente prossegue.

daqui a meses,
a barriga cresce.
ela tem de trabalhar:
um telefonema
após outro
e mais outro
.

ele tem fome
de comida,
não de vida.
que não sabe o que é isso
e espera sua vez,
na fila.

hip hop nos ouvidos,
da periferia ao centro,
do centro do seu nada
ao centro de tudo que não é
coisa alguma.


papéis amassados
no chão das ruas
testemunham
suas pequenas histórias.

cada vulgar feição.

os postes,
os sinais ora vermelhos,
ora verdes,
os igualmente insignificantes passantes
são testemunhas que não importam
e não se importam.

dois reais o prato.
ele finalmente
mata
a fome.

ainda falta
muito
pro fim do expediente.

telefonema após telefonema.

um sorriso corporativo
esconde sua alma.

ele tem outra fome,
mas não sabe
gritar.

já disse Clarice,
de Macabeas e Macabeus.

nenhum dos dois sabe,
nenhum dos dois sonha.
nem sequer se esbarram
numa esquina.

e se assim fosse,
não se reconheceriam.

a cidade é tão grande...
uma enorme confraria
onde ninguém é
irmão.

esta, sim,
é a confraria dos joões bobos
e das marias moles.

seguirão para lá
ou para cá
sem vontade própria,
sendo castrados,
apupados,
vilipendiados,
sem consciência.

com um sorriso.


Opiniões sempre são bem-vindas. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: DUFFY - Rockferry.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Oui!

Opa, tem coisa boa vindo por aí:

Não, na próxima terça eu não fico em casa. Eh eh eh!

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: JUAN STEWART - Si Hay Bulla No Hay Futbolín.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Poesia feito (p)rosa - para Patrícia

Uma modesta homenagem a uma amiga muito querida que apareceu tão de repente na minha vida e foi ficando, crescendo em importância e confiança. É hoje uma pessoa essencial, que não pode desaparecer... mas, vamos ao que interessa:


Poesia Feito (p)Rosa
Para Patrícia


Permaneces linda como o sempre. Como o raiar do sol que anuncia horas floridas, tão floridas que não existem de outro modo.


Iluminaste minha treva, eu digo. E comigo pela terra caminhaste, ainda que distem as presenças físicas - e assim, ainda, és tão presente. Sim, um presente!

Amiga. É um prazer dizer a palavra.


Se algum dia tua presença me faltar, a luz do mundo se enfraquece.

Mas esquece! Que tal dia tarde por eternidades. E que as tardes das noites se agigantem, que a prosa nunca se exalte.

É um prazer grande dizer-te amiga. Que este poema feito (p)rosa, feito beijo, nunca lhe falte, que é pra ti, Patrícia.


Baixilda, te adoro! Perdoe os sumiços vez por outra. Beijão! Todo um jardim, do tamanho do mundo!

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ANTONY & THE JOHNSONS - You Are My Sister.

sábado, 6 de setembro de 2008

Vídeo: Cro-magnon hi-tech



Cro-Magnon Hi-Tech

celulares e laptops
tudo o que o mercado oferece
mais o populismo no norte do sul do mundo


self-service de caos e luxúria
acesso rápido ao seu traficante via ligações gratuitas pela rede
tudo o que qualquer um quer
quiproquós hardcore e dp

há anestesia demais para toda a gente neste hospital
euros e dólares para o corpo

dogmas e deuses para a alma
mas ainda somos os mesmos e morremos
ainda somos os mesmos e matamos
como nossos pais

tendo a receita à mão, ainda foi escolher o porrete, opção estúpida...
para romper e romper e...

o sangue jorra, ao mesmo tempo, nos botecos, nas lan houses e nas bancas de esquina meninas e meninos tagarelas como pombas de espírito santo riem frente às fotos dos jornais

e assim seguem...
o sem-conteúdo
o final feliz do último capítulo
nos iPods a última geração do que toca na pista e o ritmo faz dançar nas estações de trem

gigabytes, terabytes de informações perdidas

porque ainda somos os mesmos e fodemos como os tataravós de nossos tataravós

atente à promoção

compre este produto e ganhe uma viagem à África do Sul com direito a curso de sobrevivência na savana
abra um sorriso, qualquer coisa
um guarda-chuva
uma conta no meu banco
você sabe, você merece
nada que seja original
tudo é remix, inclusos eu e você

e quem se importa quando há:

- milhas para viagens internacionais;
- listas de presentes de orkut;

- docs para transferências bancárias;
- terapias zen (ou afins) para relaxamento dos músculos e da mente;
- receitas de comidinhas afrodisíacas;
- listas de discussões sobre a eutanásia?

...

...

...

há um cara agora no corredor do trem vendendo balinhas e o velho discurso gerador de piedade está em uso

assim como há o velho porrete
guarde-o junto ao seu home theater
e esteja pronto ao primeiro sinal de invasão

porque ainda somos os mesmos e temos medo
defendemos territórios e posses
como qualquer um

sim, ainda somos os mesmos...


É, é um vídeo seco, como a poesia o é. Estará em A Confraria dos Joões Bobos. E espero que vocês tenham gostado, amigos. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: AIR FRANCE - No Excuses.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Boletim do DDF # 0009

Hoje, no DDF, está em cartaz Quanto Vale ou É por Quilo?, de Sergio Bianchi, filme baseado no conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis. É o início de uma série de posts sobre a obra deste patrimônio de nossa literatura e sua ligação com cinema.

Leiam este e outros posts de qualidade em Depois Daquele Filme.

Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: BADLY DRAWN BOY - You Were Right.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Tudo e um pouco mais

A sombra refletida na parede clara, o cabelo desalinhado, a jaqueta surrada... tudo isso significa alguma coisa.

Aguardem!

Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: SMASHING PUMPKINS - Bullet with Butterfly Wings > M83 - Too Late > AMELIA - Everytime Anytime.