Apenas isto:
Beijos e abraços, pessoal!
NO VIDEOCASSETE
Um dia de céu limpo, uma dose de conhaque, o porco engravatado que rumina dinheiro alheio, as noites solitárias, as crianças fazendo algazarra, amores possíveis e impossíveis. Tudo o que há sob o sol (e além do sol) é a matéria da poesia. Este blog é um livro inconcluso com páginas abertas para que você encontre textos escritos com verdade, sentimento e, principalmente, com ALMA. Uma viagem que nunca termina. Por Alessandro de Paula. Contatos em palavratomica@gmail.com
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
O povo
O que é o "povo"? Qual é a cara do "povo"? Quantos povos há dentro do "povo"?
Dentro daquilo que pode ser, para uma elite intelectualizada, o "povo", ou que imagino ser o "povo" para essa elite, tive um breve momento de comunhão com estas pessoas sempre retratadas como o "povo que ri e que se diverte em seus momentos livres".
Não, não pertenço a uma elite, sou um que vem do "povo" (mas qual?). Apenas não costumo participar da "coisa popular". Apenas transito entre lugares e lugares. Desconfiem de mim, pois pode haver aqui um discurso preconceituoso ou inocente (temo esbarrar na hipocrisia). Porém, embora haja esta introdução, o que quero mostrar aqui é a rara comunhão. Celebro-a com este poema:
O povo
Era um bar agitado
num fim de semana
depois do trabalho
de sábado.
Parei.
Era um bar popular
e estava lotado.
Nas caixas, alto, um samba
quando eu tinha
a fome de sábado.
Havia um povo
feio, suado, malandro,
cansado da vida
e querendo brincar.
Por isso,
eram lindos
enquanto esperava
meu prato popular.
Uma cerveja à mesa.
Depois do calor
do sábado, chovia.
Também por isso parara.
Chega o prato.
De costas ao todo,
saciava a fome
enquanto saciavam-se
de sábado.
Uma mulher dançava.
O samba no pé
não era meu espetáculo,
mas aplaudi.
Porque era um povo cansado
de sábado
calorento-depois-chuvoso
no oeste da cidade,
quando voltava pra casa.
Era um povo
tão feio e suado quanto lindo
e me encantava.
Eu já partia
quando a mulher que dançava
pediu um cigarro.
Cedi, não havia importância.
Conversamos,
eu e esta mulher do povo,
que havia me notado, disse,
desde que eu chegara.
Fumamos juntos,
à saída do bar,
eu e o povo,
falando de coisas comuns
e já não chovia mais.
Então parti.
Fui pra casa
contente
porque era parte do povo
na frente daquele bar.
Sim, eu sou o povo
também.
Dividimos o momento
de um modo
tão surpreendente
quanto imcompreensível
pra quem não é
o povo.
E eu, que não era o povo,
que cheguei ninguém,
gostei de estar.
Beijos e abraços, povo!
NO VIDEOCASSETE
Dentro daquilo que pode ser, para uma elite intelectualizada, o "povo", ou que imagino ser o "povo" para essa elite, tive um breve momento de comunhão com estas pessoas sempre retratadas como o "povo que ri e que se diverte em seus momentos livres".
Não, não pertenço a uma elite, sou um que vem do "povo" (mas qual?). Apenas não costumo participar da "coisa popular". Apenas transito entre lugares e lugares. Desconfiem de mim, pois pode haver aqui um discurso preconceituoso ou inocente (temo esbarrar na hipocrisia). Porém, embora haja esta introdução, o que quero mostrar aqui é a rara comunhão. Celebro-a com este poema:
O povo
Era um bar agitado
num fim de semana
depois do trabalho
de sábado.
Parei.
Era um bar popular
e estava lotado.
Nas caixas, alto, um samba
quando eu tinha
a fome de sábado.
Havia um povo
feio, suado, malandro,
cansado da vida
e querendo brincar.
Por isso,
eram lindos
enquanto esperava
meu prato popular.
Uma cerveja à mesa.
Depois do calor
do sábado, chovia.
Também por isso parara.
Chega o prato.
De costas ao todo,
saciava a fome
enquanto saciavam-se
de sábado.
Uma mulher dançava.
O samba no pé
não era meu espetáculo,
mas aplaudi.
Porque era um povo cansado
de sábado
calorento-depois-chuvoso
no oeste da cidade,
quando voltava pra casa.
Era um povo
tão feio e suado quanto lindo
e me encantava.
Eu já partia
quando a mulher que dançava
pediu um cigarro.
Cedi, não havia importância.
Conversamos,
eu e esta mulher do povo,
que havia me notado, disse,
desde que eu chegara.
Fumamos juntos,
à saída do bar,
eu e o povo,
falando de coisas comuns
e já não chovia mais.
Então parti.
Fui pra casa
contente
porque era parte do povo
na frente daquele bar.
Sim, eu sou o povo
também.
Dividimos o momento
de um modo
tão surpreendente
quanto imcompreensível
pra quem não é
o povo.
E eu, que não era o povo,
que cheguei ninguém,
gostei de estar.
Beijos e abraços, povo!
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Duas imagens
que dizem muito. Apenas uma delas necessita contextualização.
Em 1992, Lindberg Farias era o líder da UNE (União Nacional dos Estudantes) e levou a juventude tupiniquim, por meio do movimento dos Caras-Pintadas, a exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Quase 19 anos depois, o ex-líder estudantil, pelo PT do Rio de Janeiro, e o ex-presidente da República, pelo PTB de Alagoas, encontram-se no Senado e cumprimentam-se efusivamente. Suponho que se entenderão muito bem. Collor já se prontificou a ensinar a Farias os macetes do cargo. Isso vai ser bonito, não? Ah!, as voltas que a vida dá! Tudo sob o signo da democracia...
No que diz respeito à segunda imagem... preciso dizer alguma coisa?
Beijos e abraços, pessoal!
NO VIDEOCASSETE
Em 1992, Lindberg Farias era o líder da UNE (União Nacional dos Estudantes) e levou a juventude tupiniquim, por meio do movimento dos Caras-Pintadas, a exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Quase 19 anos depois, o ex-líder estudantil, pelo PT do Rio de Janeiro, e o ex-presidente da República, pelo PTB de Alagoas, encontram-se no Senado e cumprimentam-se efusivamente. Suponho que se entenderão muito bem. Collor já se prontificou a ensinar a Farias os macetes do cargo. Isso vai ser bonito, não? Ah!, as voltas que a vida dá! Tudo sob o signo da democracia...
No que diz respeito à segunda imagem... preciso dizer alguma coisa?
Beijos e abraços, pessoal!
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