quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pouco sublime


Pouco Sublime


Quis falar com você

sob o belo sol que está
lá fora.

Então falamos das contas.

Você se irritou,
eu também.

O tempo fechou
e fui embora assim mesmo.

As contas...
m tudelas estragao.

Nada como um arrastar-e-soltar... eh eh eh! Beijos e abraços, pessoal.

NA MINHA VITROLA

terça-feira, 29 de junho de 2010

Leitor do mundo


Leitor do Mundo

Perco-me entre uma história e outra história.

Depois encontro-me,
apenas para perder-me novamente.

Assim é, sucessivamente. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA

domingo, 20 de junho de 2010

O tempo das vuvuzelas: a era Jabulani

Que a Copa da África do Sul está sendo estranha, está. E feia, com menos gols, tudo isso. Poucas seleções escapam da decepção. Curiosamente, as que estão se dando bem são as latino-americanas, ao menos por enquanto. E a Holanda, que neste ponto, é a primeira e única classificada à próxima fase.

Acredito no fator Jabulani. Uma bola tão diferente, tão leve, que os praticantes do desporto criado pelos ingleses e aprimorado pelos brasileiros estão tendo de se readaptar. É quase um novo esporte. Mas alguns não se adaptam tão rápido.

Também creio no fator globalização + internet. Hoje é muito fácil pra seleções menos tradicionais estudarem os estilos, as escolas futebolísticas. Aliando essa facilidade de estudo a uma boa dose de força de vontade, é possível que haja surpresas. E estão acontecendo.

Pior para a França, que reedita o vexame vivido em 2002, na Copa da Coreia do Sul/Japão. Ou seja, corre o risco de sair da competição sem marcar ao menos um gol, depois de um empate pífio com o Uruguai e de se render ao México, que ganhou com o placar de 2 x 0.

Mas as seleções do Velho Continente têm de por a barba de molho mesmo. Pois a Inglaterra conseguiu apenas empates contra EUA e Argélia, com direito a falha do goleiro Green, a primeira vítima da era Jabulani.

E a Itália vai no mesmo caminho, apenas empatando com Paraguai e com Nova Zelândia. Apesar de que a Itália... bom, quem acompanha futebol com frequência sabe que é quase uma tradição a Itália começar mal nas Copas. Pois é, algumas vezes, apesar disso, os italianos terminam campeões.

Mesmo a Alemanha, que começou tão bem, ganhando de 4 x 0 da Austrália, na rodada seguinte sofreu seu revés ao perder de 1 x 0 pra Sérvia. É um grupo jovem e promissor, mas a inconstância da juventude pode ter um preço alto demais aos alemães.

Já a Espanha vinha sendo considerada por especialistas como a grande favorita ao título. Começou perdendo a cabeça e o jogo para a Suíça. 1 x 0.

Mas, como veem, se o fracasso (por enquanto, momentâneo) de seleções europeias (e também, podemos acrescentar, das africanas, as "donas da casa") gera uma situação dramática pra quem costuma torcer pra essas grandes potências. Seleções europeias de menor expressão e, principalmente, as latino-americanas tem sido favorecidas por tal quadro. Não apenas Brasil e Argentina, sempre credenciados ao título, mas desta vez, Chile, Paraguai, Uruguai e México podem sonhar com a chance ir um pouco mais longe neste torneio. E com razão.

Tenho grandes expectativas de uma semifinal latino-americana, ainda que, por mais que tenham soltado as zebras na África do Sul, seja um feito dificílimo de ser alcançado.

Vejamos a continuidade da era Jabulani. E das vuvuzelas.

NA MINHA VITROLA

sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago, à eternidade

Este post não é um adeus.

José de Sousa Saramago, 16.11.1922 - 18.06.2010. Foto de 1996 por Sebastião Salgado, em Lanzarote, Ilhas Canárias, onde o autor viveu até seus últimos dias.
"Então ela, a morte, levantou-se, abriu a bolsa que tinha deixado na sala e retirou a carta de cor violeta. Olhou em redor como se estivesse à procura de um lugar onde a pudesse deixar, sobre o piano, metida entre as cordas do violoncelo, ou então no próprio quarto, debaixo da almofada em que a cabeça do homem descansava. Não o fez. Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu."

José Saramago em As Intermitências da Morte, 2005.



À eternidade, mestre!

sábado, 5 de junho de 2010

(Vida) em construção


Vamos lá, que é hora de fazer este espaço ser alguma coisa mais uma vez.

Então vou começar contando como vai a vida.

Neste ano, tive propostas de trabalho bem cedo. Foi animador e também recompensador. Apenas um mês e uma semana depois do último freela de 2009. E os quatro meses que passei na editora grande de livros didáticos valeram a pena. Dez dias de folga e lá estava eu assumindo outro compromisso, outro freela, noutra editora, essa um pouco menor, mas também com nome no mercado.

Claro que é muito bom ter desafios e experiências novas pro currículo. Mas é custoso, também, quando se mora num bairro relativamente afastado de tudo e quando se vive numa cidade tão insana, com uma população enorme e igualmente louca como São Paulo. Por isso, tive a certeza de que, morando próximo de onde as coisas acontecem, tudo seria mais fácil. Mas não é fácil dar este passo sem haver uma certa estabilidade.

Verdade que trabalhei e sigo em frente, mas tal estabilidade ainda não existe. Não se pode planejar a vida a contento quando o que você tem são freelas, por mais generosos que possam ser pra você. Uma hora isso passa, simplesmente.

Enquanto estava pelas vias de metrô, ia pensando no sentido de tudo isso (e às vezes essas reflexões - e as viagens - eram/são interrompidas por algum maluco que se atira[ra] na linha do trem).

Não, não reclamo de trabalho. Esse Alessandro que reclamava acabou, até que deem motivo. Não me deram tais motivos, felizmente. Mas pensava no porque de uma pessoa se locomover entre lugares distantes pra ter dinheiro. A resposta era prática: as contas em dia, a cirurgia da mãe, pequenos confortos e alegrias particulares. E, diabos, esta história de locomoções é a coisa mais comum que há.

Mas sacrifiquei minha criatividade e este espaço sofreu os efeitos disso. Não porque a rotina corrida exigisse isso. Não era tanto o caso. Era mais a velha questão que me afligia desde o ano passado, sobre a validade de continuar produzindo poesia num contexto em que tanta gente pouco lê.

Mentira! Puro egoísmo. Se há esse contexto, há um outro que me é muito particular. Porque no decorrer da vida, fui construindo meu universo. E posso dizer que escolho a dedo quem pode entrar nele. Afinal, posso escolher não ser afetado pelo contexto global.

Foi assim que me vi cercado de pessoas interessantes, que tem sim interesse em leituras. São pessoas que "leem o mundo" tanto quanto eu. Umas um pouco menos, outras um pouco mais. E prova disso é que este blog não deixou de ter certa visitação durante minhas longas "férias". Não foram raras as vezes que me perguntavam, em encontros combinados ou fortuitos, se eu estava escrevendo algo.

Bom, fiz pouco disso e não publiquei aqui. É provável que não publique aqui muito do que escrevo, nos próximos tempos, porque volto a ter projetos. E alguns desses projetos exigem ineditismo. Mas este espaço não estará mais abandonado.

Pois se perderá algo sobre minha própria produção, ganhará em "projeção do externo". Sem perder a alma. Então não se preocupem, gente minha.

Sempre voltarei. De uma forma ou de outra. E, a partir de agora, com mais frequência.

Já não é mais hora de esperar ou refletir. É hora de fazer acontecer.

Beijos e abraços. E não deixem de torcer por mim.

PS: A foto que abre este post é minha, com alterações providenciais (ou um pouco over - não deixem de me dizer, se for o caso) feitas no Picasa, do Google.

NA MINHA VITROLA