domingo, 24 de maio de 2009

Entrevidas

Mas quem não vive assim, não é verdade?


Entrevidas

Hoje ele é entre vidas.

Hoje ele é.

Entre o brilhante e o opaco.
O som e o silêncio.
As músicas, as flores e o sol.
E a lama.

Entre uma vida e outra, permanece vivo.
Atrevido.

Porque não era. Não podia ser.
Mas é. E vai.

Briga.
Extasia-se.
Cai de novo.
Levanta-se.
Tarde demais.
Na hora h.

Fúria e ternura.

Hoje ele é.

E que bom que é. Óbvio, que valor se daria ao prazer sem se vivenciar a dor? Todo mundo precisa de um pouco disso.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ASPIDISTRAFLY - Red Toe Nails (remixed by Haruka Nakamura) > HARUKA NAKAMURA - Luz (remixed by Aspidistrafly).

sábado, 9 de maio de 2009

Uma identidade

Breve poesia para (não) esquecer.


Uma Identidade

Já quis fazer poesia.
Pra esquecer.
Já quis encher a cara. E encheu.
Mas só se lembra.
Já teve a fantasia.
De sumir.
E aparecer noutro lugar.
Outra face. Outro nome. Outro tudo.
Não deu.
Tem somente o que é.
E descobriu: não é tão ruim.
Não pode. Não quer.
Não vai esquecer.

Não vou me esquecer dos beijos e abraços pra vocês, pessoal!

NA MINHA VITROLA: THE BRIMSTONE SOLAR RADIATION BAND - If Man Is Still Alive > Norwaii Five-O > The Spirit of the Airborne Hogweed.

sábado, 2 de maio de 2009

Breve diálogo...

... sobre virtudes e erros.
A Virtuous Woman (2009), de Martha Lever (EUA).

Breve Diálogo

- Filho, haja o que houver, não confie em virtuosos.

- Por quê, pai?

- Porque, quando você errar, eles irão comer seu fígado. Será mais cedo ou mais tarde.

- Credo, pai. Eu não vou errar.

- Aaah, vai. Vai, sim. Todo mundo erra.

- Eu não.

- Você é humano.

- E eles, não são?

- Por isso mesmo...

Ei, quem sabe esse pai não está errado, hein? Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ANTONY & THE JOHNSONS - The Crying Light.

Up

A queda pode ser definitiva. Eu acredito que não, nem todos os quixotes, como o daqui debaixo, caem para sempre.
Abyss, 2008-2009, de Iwan Kulik (Ucrânia/Polônia).

Up

Ele já caiu.

Caiu muito. Feio.
De um jeito que quem jamais caiu poderia acreditar.

Caiu de amores. Sem amores.

Nove vezes pelos nove círculos.

Donde ele caiu, não se podia ver o céu.
Ou só havia céu.

Caiu tanto que quem já caiu também não poderia crer.
De um jeito que a única coisa a fazer era se levantar.

A queda é uma benção.

E vocês? No que acreditam?

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: MADREDEUS - Graça, a Última Ciência.