segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Lucky

Porque tudo tem um fim. Desde os períodos em que nos sentimos por alguma razão seguros até uma breve série temática de poesias.





Lucky

aquele é um garoto de sorte.

os dramas sempre desviam dele.



___________medo?

é uma palavra que não conhece.



a confiança o acompanha.

até quando?



Como saber? Não é possível. Apenas sei que voltarei aqui com algo novo pra contar a vocês, qualquer hora dessas. Beijos e abraços!


NA MINHA VITROLA: OASIS - Champagne Supernova.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Travesti

O simulacro... a busca por ser o que não se pode ser, então o que temos aqui é o...


Travesti

all is rock. and roll.
___todas as mulheres
___e as drogas.



é o tempo de esvaziar-se
_________para preencher-se.



os tempos são hard. core.
sólidos apenas os obstáculos que, por covardia, você não quer ver
____________________tudo o que você não queria.


___traveste-se de alegria.


amanhã

_________é outro dia...




E ainda nesta semana, o desfecho!


Beijos e abraços!


NA MINHA VITROLA: THE EDITORS - Push Your Head towards the Air.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Suas raízes

Vocês já tiveram medo. É o limiar entre o atirar-se ou o voltar atrás. Entre o ser e anular-se. Eu já tive medo e muitas vezes este amigo/inimigo íntimo me visita. Se há algo a matar, este algo é o medo.

E hoje apresento a vocês a primeira parte de minha trilogia de breves poesias sobre o tema.


Suas Raízes

você precisa
______precisa
________ter os pés
______________no chão


encara seu medo!

a montanha-russa...




____________- ok, vamos!


_____a altura... faz tremer...




















_________________________
agora você pode morrer feliz...

_________________e livre!

Sem medo de seguir em frente, nos próximos dias, a segunda parte. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: LUDOV - Rubi.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nietzsche, Schopenhauer, sistemas, a imprensa vampírica e sair pra ver o sol

Enfim... quanto tempo? Quanto tempo passou desde a postagem de um último texto meu? Eu já sentia falta. E vocês?
Mais de um mês... espero, ao menos, que o conto do Nelson Rodrigues postado aqui em pedacinhos - bem ao gosto de Jack the Ripper - tenha sido algo mais que interessante que minha viagem ao âmago das idéias que escapam (nome bobinho para substituir o já manjado termo "crise criativa").
Bom, agora estou aqui, com minhas próprias palavras. As meninas podem cair aos meus pés e os meninos podem pensar "quando crescer eu quero ser igual a ele". Enquanto lêem, aconselho vocês a ouvirem um bom Pink Floyd, que estava na minha cabeça e que influiu quase diretamente na composição deste conto.

Pronto! Já demonstrei minha alegria quase pueril. Agora vamos lá:

Nietzsche, Schopenhauer, Sistemas,
a Imprensa Vampírica e Sair pra Ver o Sol
Os temas da conversa, da manhã, de algumas vidas.
Dois velhos jovens e letrados amigos conversam no Metrô. Já conformados com o fato de que nada vai mudar. Conformados com a natureza. A humana.
Um capta idéias para um futuro texto. Este. Já não é mais futuro, então.
Eles provocam. Eles sabem.
Não muito distante, uma chiquita hermosa fita um, fita outro. Sol forte de verão em pleno inverno. Eles devolvem com discrição o fitar, apesar que um fixa-se mais. Nenhuma palavra sobre, mas também todas as palavras são pra eles. Pra ela – um pouco.
Talvez uma estudante de História ou Serviço Social. Ou uma consumidora de programas de TV para a massa embrutecida. Ou tudo ao mesmo tempo num pacote aprazível aos olhos.
Despercebem ou não querem perceber o senhor que se põe ao lado. Ele ouve e fita também. Sol repleto de verão no murcho inverno, patriótico inverno. Porque sabe que aquele povo é feito pelo e para o sol. Um deles, um dos velhos jovens e letrados amigos, desce.
O que fica pergunta ao senhor, finalmente desfingindo: “Quer sentar-se?” Diz-que-não. Está vivo. Isto é para quem trabalha. Atravessa a cidade pra ver o neto. O universo contraído fica entre Itaquera e Aclimação. Duas solidões já se juntarão e serão nenhuma. Está vivo. Chega sua estação.
Sai pra ver o sol.

Espero que tenham gostado, porque eu gostei ao menos um pouco. Com o tempo eu posso gostar mais ou esquecer este texto. Afinal, é o tempo que rege tudo - até os gostos.

Beijos e abraços!

Us and them

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O plural, de Nelson Rodrigues (A Saga de De Paula) - FINAL

Hoje conheceremos o destino de nossos personagens. Ai ai...


VI - O Plural: A Prova

Segundo o De Paula, Ada encontrava-se com o amante três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas, num edifício de quatro pavimentos. Era uma terça-feira e Quintanilha teve que esperar ainda 24 horas. Advertira, porém, o miserável: “Não adianta fugir, porque eu te matarei ainda que seja no inferno!”

O canalha quis saber: “E se eu provar? Não farás nada?” Jurou: “Nada!”

Ficou assim combinado. Na tarde seguinte, do interior de um táxi, e na companhia do abjeto De Paula, Quintanilha viu a esposa descer de outro táxi, com um homem, e entrar no edifício. De Paula vira-se para ele numa euforia hedionda: “E agora? Estou livre?” Quintanilha nega:

- Ainda não. Tu disseste que minha mulher tem amantes. Por enquanto, eu conheço um. Quero os outros.

De Paula tem um esgar de choro:

- Mas é só um! Só tem esse! Só tem esse amante!

Rápido, Quintanilha o abotoa:

- Se tem um, apenas um, por que disseste que minha mulher tem amantes? O que eu não te perdôo é o plural. Vais morrer por causa desse plural!

Ali mesmo, deu-lhe dois tiros.

Fim

Não me culpem de nada, hein? A culpa toda é do Nelson Rodrigues... eh eh eh!

E, em breve, a volta dos meus contos inspirados em músicas. Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: JUANA MOLINA - No Seas Antipática.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O plural, de Nelson Rodrigues (A Saga de De Paula) - Parte 5

Apresentando o primeiro e único De Paula rodrigueano:

V- O Plural

Quintanilha não conseguiu dormir nessa noite. Pela manhã, saiu de casa normalmente, depois de beijar a mulher na boca e de adverti-la: “Hoje, tenho que resolver uma parada duríssima.” Foi só. Ela, curiosa, ainda perguntou: “Qual?” Quintanilha brincou: “Depois eu conto!” Vinte e poucos minutos depois, estava no escritório do De Paula. Sóbrio e sucinto, declarou o seguinte: “Eu soube que você anda falando mal de minha mulher.” Lívido, o outro gaguejou: “Eu?” E Quintanilha, quase cordial:

- Perfeitamente. Você, sim. E de duas uma: ou você prova o que diz ou eu o mato como se mata um cão danado. Escolha.

De Paula balbucia, apavorado:

- Provarei.

Continua

Será que ele vai provar mesmo? Será que Ada é infiel? E terá De Paula o crânio estraçalhado por Quintanilha?

Mas... e se tudo foi uma armação para prejudicar o De Paula? Pobre coitado... será?

Estas e outras questões serão respondidas no próximo episódio de O Plural - o episódio definitivo! Aguardem e verão!

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB - Cold Wind.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Você sabia que...

... agora pode assinar o blog e se manter em dia e com alma?









Não que você vá perder a alma caso não leia este blog, mas é melhor se garantir, né?

Beijos e abraços, pessoal!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O plural, de Nelson Rodrigues (A Saga de De Paula) - Parte 4

Bom, já que a vida deve continuar... aí vamos nós, no ritmo do De Paula, caluniador de mulheres... eh eh eh!

Mas... será calúnia mesmo?



IV - O Plural: Ódio

Leon deixa-se cair numa cadeira:

- Não liga, dá o desprezo!

Leon passou, lá, umas duas horas argumentando. Vendo o estado do amigo, já achava desaconselhável e imprudente o simples desagravo do chicote. Insistia: “Todo mundo sabe que o De Paula é um mentiroso, um débil mental, capaz de caluniar a própria mãe.” Materialmente enfermo, Quintanilha já não reagia mais, ouvia, só, de olhos injetados, a alma destruída. Leon, no remorso de ter falado, de ter criado a situação, continuou:


- Basta cortar relações, negar-lhe o cumprimento. O tiro é um golpe errado. É uma solução heróica, que a besta do De Paula não merece! E agora? Vais fazer o quê?


Balançou a cabeça:


- Não sei. Estou incapaz de pensar, de raciocinar. Amanhã, fala comigo, sim?

Leon saiu, afinal. Praguejava interiormente. “Sou um imbecil completo! Que mania besta de dar palpites na vida dos outros.” Aflito, tratou de procurar, por toda a cidade, o De Paula. Mas em vão. Acabou desistindo, deixando para o dia seguinte.

Continua

Falta pouco, pessoal. Falta pouco. Beijos e abraços!


NA MINHA VITROLA: WE ARE SCIENTISTS - This Scene Is Dead.