segunda-feira, 30 de abril de 2007

Ela não consegue ser feliz esta noite

Texto novo, meu. Música não tão nova, de Sonic Youth, Shadow of a Doubt, para acompanhar. Confiram, amigos:



Ela Não Consegue Ser Feliz Esta Noite

a palavra que falta para completar o quebra-cabeças
quem pensaria nela quando na longa madrugada
a companheira fiel é a ausência (de sono)?

compreender... compreender o quê?

objetivos a alcançar e não fora de alcance
mas para quê? e... para quem?

ela repleta de perguntas mas ninguém para respondê-las
todos dormem ao redor

uma viagem, uma breve viagem fará bem

escapa
há uma porta lateral, de vidro
ninguém com olhos abertos para ver
sempre é possível

sussurrar poesias no ouvido do vazio
tendo por testemunha a garota que posa na capa da revista de moda
jogada na cama ao lado
mas apenas um gosto de uva na boca, após o cigarro

contém açúcar, xarope de glicose, aromatizante regulador de acidez, corantes artificiais...

um livro espera para ser aberto
outra espera e aqueles pontos de interrogação... uma leve angústia

é tudo o que há para carregar

E isto é tudo que tenho para mostrar, hoje. Beijos e abraços, pessoal!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Let's just take a walk in the afternoon

Depois de Arcade Fire e seu Neon Bible, mais uma aposta musical para 2007. 23 é o trabalho novo do Blonde Redhead.


A banda é composta pela japonesa Kazu Makino (vocais/guitarra) e pelos gêmeos italianos Simone (bateria/percussão) e Amedeo Pace (guitarra/vocais). Foi formada em 1993, nos EUA. É, se prestaram atenção, eles não contam com baixista fixo na formação. Isto porque, desde 1995, após o lançamento do primeiro CD, auto-intitulado, Maki Takahashi deixou o posto vago.

Conheci sua música a três anos, aproximadamente, quando ouvi o penúltimo trabalho deles,
Misery Is a Butterfly, lançado na primavera de 2004 em terras norte-americanas. Ali já estava cristalizada a metamorfose de crisálida para borboleta (o trocadilho é, talvez, inevitável), ou seja, de clone de Sonic Youth para banda-herdeira do Cocteau Twins, no melhor sentido que se possa encontrar para a expressão "banda-herdeira".

Mas falemos de
23. Se a incursão pelo dream-pop - com algumas nuances eletrônicas - acentuada sobretudo no trabalho anterior faz lembrar baluartes como Cocteau Twins e My Bloody Valentine, também aproxima o trio de recentes revelações como Asobi Seksu (curiosamente, outra banda com vocalista japonesa). Certamente seu trabalho mais acessível, sem perder qualidade e certo ar "assustador", característica marcante sobretudo em ...Butterfly.

O primeiro destaque das audições iniciais é a faixa-título, que também é a faixa que inicia tudo. Acompanham-na
Dr. Strangeluv, The Dress, Spring and by Summer Fall, Publisher, Heroine e My Impure Hair, entre outras. Mas são 10 músicas para sonhar por todo o tempo que resta de 2007 e além.

Discografia

1995 Blonde Redhead
1995
La Mia Vita Violenta
1997
Fake Can Be Just as Good

1998 In an Expression of the Inexpressible
2000 Melody of Certain Damaged Lemons
2004
Misery Is a Butterfly

2007 23

Agora, o vídeo e a letra de 23:



23

23 seconds, all things we love will die
23 magic, if you can change your life

Your tainted heart, my tainted love, repent now
How many times?
As long as you live, how many times?
The world will go around

He was a friend of mine, he was a son of god ... he was a son of a gun

23 seconds, in you I see a chance
23 magic, if you change the name of love

Your crazy heart, my crazy love, repent now
How many times? As long as you wish
How many times? The world will go around
How many times? As long as you want
How many times? The world will go around

He was a friend of mine, he was a son of a gun ... he was a son of god

E isto é tudo por hoje, meus amigos. Beijos e abraços!

terça-feira, 17 de abril de 2007

A hóspede

Breve texto para passar o tempo.


A Hóspede


- Não, no meu livro você não entra.

- Mas por quê?


- Não importa. Você só não é como eu esperava.

- E o que você esperava?

- Não sei. Só sei que não era você.


- Mas qual é o problema comigo? Eu vou ser boazinha pra você.

- Viu? Esse é o problema! Você vai ser boazinha pra mim. Boazinha até demais pro meu gosto. Parece até aquelas tias que fazem caridade para a igreja...


- E qual é o problema nisso?

- Você não cabe no meu livro.

- Eu... não entendo.

- Eu sei. Sempre soube, desde que você se colocou aqui na minha frente, com essa cara de panaca, implorando pra ser personagem da minha história.

- Então eu devo pegar minhas coisas e ir embora da sua cabeça. É isso?

- Sim, é isso.

- Então, tá.

- Vê? Você não contesta, não quebra o pau, não causa dor de cabeça. É fácil de dispensar. Você não tem jeito, não tem drama. Nem mesmo comédia.

- É? E que mais eu não tenho?


- Quer que eu liste tudo o que lhe falta?


- Tá, então você acha que seus personagens queridinhos vão lhe render um bom livro. Enganou-se, meu bem. O seu livro precisa de equilíbrio. E-qui-lí-brio! Nem todo mundo tem que encher a cara ou se entupir de drogas toda a hora. E eu me lixo pro seu indie rock e pros seus filmes alternativos.

- Ah, agora resolveu me contestar? Quer provar alguma coisa... ah ah ah!

- Ai, desculpa, eu não queria explodir assim... mas você me humilha, fica aí me enxotando, quando eu sou a salvação do seu livro.


- Pára! Vai embora, por favor.

- E se eu fizesse o que você quer? Olha, eu já fui atriz pornô no conto de um amigo seu.

- Você não entendeu ainda, né?


- Eu posso mudar...


- Seria uma mudança falsa. Não quero você no meu livro, muito menos fingindo que é outra pessoa.

- Você não era assim... o que você tem, afinal?

- Nada.

- Então é assim mesmo... tenho que ir embora, né?


- Por que não fez isso ainda? Estou perdendo um tempo precioso. Eu podia estar escrevendo sobre coisas muito mais... vivas.

- É, eu nem vida tenho, porque você não me dá chance mesmo...

Ela abaixa a cabeça e derrama a lágrima que ele não percebe ou finge não perceber. Pega a mochila cheia e, sem dizem palavra, vira-se e começa a ir, mas...


- Espera! Você sabe preparar almôndegas?

- Sim.


- E cafuné? Você sabe fazer?

- Aham.

- Tá, então pode ficar.


- Posso?

- Não me pergunte outra vez.


- Então em que quarto eu fico?

- Deixa eu ver...

Ele coça a cabeça e pensa. De repente, seu rosto se ilumina num sorriso de "eureka".

- Já sei! Seu quarto vai ser o último à esquerda. É o último que eu tenho livre.


- O quê? Ao lado do quarto daquele casal que vive brigando? Eu não gosto deles. Não entendo porque você gosta tanto deles...

- É o que tem. Se não quiser...


- Ai, tá bom, eu topo. Guarde toda essa ranzinzice pra sua obra-prima.

- Ranzin... o quê?

- Nada, nada.

- Melhor assim. Agora, pode se instalar. E só me faz mais um favor...


- Qual?

- Apenas tente se manter com a boquinha fechada, tá legal?


E assim se encerra nossa pequena discussão, meus amigos. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: THE SMITHS - Panic.

20 dias, 2 destinos


Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: THE RAKES - Binary Love.

Como iniciei minhas férias com Teresa

Férias. Tranqüilidade suficiente pra me dedicar a uma das minhas paixões, a leitura.

Incrível como com a rotina, a grande pressa do dia a dia, eu não me dispunha a ler o texto mais simples (não era bem assim, mas era quase isso). Pois hoje simplesmente devoro um livro de um pouco mais de 150 páginas em 4 ou 5 horas, alternando com algum cochilo. Claro, o tema ajudava e Zé, que já foi visionário, já dizia a um bom tempo que sexo é assunto popular.


O livro em questão é
Teresa Filósofa, lançado no século XVIII por autor anônimo (hoje diz-se que foi um certo Jean Baptiste de Boyer, marquês de Argens, que quase viveu pra ver a Revolução Francesa - morreu em 1771).

Teresa é uma jovem cuja história sexual ela relata ao amante - esta é a história que encontramos no livro. Vai contando sua experiência sexual desde os primórdios, da descoberta ingênua da masturbação, de como isso lhe foi tolhido por uma série de argumentos pseudo-cristãos até a sua transformação em uma mulher plena, quando encontra o amor na pessoa do conde que a salva da prostituição, passando pelos ardis que membros do clero utilizam para satisfazer suas vontades mais sombrias.

Paralelamente, através de suas descobertas, Teresa vai também formulando teorias sobre o ser humano, a sociedade, Deus, a igreja, a natureza, entre outras coisas.

É um livro de leitura fácil e, ao mesmo tempo, abre espaço para reflexões mais profundas. Mais gostoso que Ovomaltine do Bob's.

E que eu encontre ânimo para muito mais leituras, principalmente quando eu retornar à Terra. :-)

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: THE ARCADE FIRE - No Cars Go.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

É! Vamos à Lua!

Vejam só que beleza... ri muito desta notícia.

Imaginem cenário parecido, só que na Lua...

A Rússia está trabalhando em um sistema de transporte espacial que pode futuramente levar à industrializaçao da Lua, informou à Reuters um especialista em espaço. 38 anos depois que os EUA colocaram o primeiro homem na Lua, a Rússia pode alcançá-la usando foguetes Soyuz, disse o chefe da companhia espacial russa RKK Energia, Nikolai Sevastianov, ao jornal Vedomosti - "É uma época para se pensar no desenvolvimento industrial da Lua. Nós somos criticados algumas vezes por fazer essas sugestoes muito cedo", disse Sevastianov na entrevista - "Mas é a época de fazer isso dado os limites das reservas naturais na Terra e o passo do progresso da civilizaçao. Não podemos descartar a idéia de levar indústrias prejudiciais para o espaço".

Então é isso: vamos levar degradação além da Terra. E vocês, que me dizem?

Link original: http://www.bluebus.com.br/show.php?p=1&id=75986

Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: MORRISSEY - I'll Never Be Anybody's Hero Now.

domingo, 8 de abril de 2007

Estrela solitária

Uma resenha intimista e nada técnica para vocês, hoje.


Sou muito lento. A algum tempo, disse em algum tópico da comunidade Cinema Europeu do Orkut, pela qual sou responsável, que queria ver Estrela Solitária, este irmão mais novo de Paris, Texas (de fato é assim), e só agora o vejo.

Bom, acabo de assisti-lo e... acredito que resgatei o gosto de ver filmes do Wim Wenders, pois sua filmografia mais recente representava, para mim e para uma boa parte de seu público, creio eu, uma curva descendente. Mas se era assim, de fato, este filme, lançado em 2005, é responsável por um novo acidente nesta curva que agora sobe. Com uma pequena (?) ajuda de Sam Shepard, co-responsável pelo roteiro e também o ator principal, o decadente astro de faroestes Howard Spence, que abandona as filmagens e vai ao encontro da mãe, que revela a ele a existência de um filho.

Este pequeno grande ajuste de contas com o passado, com os fantasmas que o perturbam (não à toa, acredito, o nome do filme que Spence abandona é Fantasma do Oeste) é tudo que ele precisava para colocar a vida nos trilhos.

A atuação de Shepard é brilhante, e pode-se dizer o mesmo de Jessica Lange, Gabriel Mann, Sarah Polley e de Tim Roth (talvez o personagem mais "gélido" de sua carreira - será?).

A fotografia (sempre primorosa em filmes de Wenders, mesmo nas pequenas bobagens que ele realizou nos últimos anos), o enredo, as atuações, a trilha sonora (desta vez, o country ganha destaque) realmente nos levam a pensar em poesia. É deste tipo de filme que eu gosto.

A música, Don't Come Knockin' (também título original do filme), não sai da minha cabeça, enquanto uma chuvosa tarde de domingo se torna mais significativa para mim. Que Wenders nos traga seu universo de gente solitária e cenários desolados muito mais vezes ainda. Trata-se, mesmo que às vezes erre, de um autor único.

Sobre o título, devo dizer que Estrela Solitária não é um mau título (pra quem não sabe, é também o nome da biografia do Garrincha), mas eu acharia mais original e interessante se o filme tivesse sido batizado como Não Perturbe ou Não Incomode. Enfim...

Bom, isto é tudo. Ando meio recolhido nestes últimos dias e tem sido bom que eu fique mais em casa. Acredito que vocês já perceberam que meu passatempo favorito, nos feriadões, é assistir filmes. Pois bem, durante a semana eu posto aqui a lista completa dos filmes que vi nesta semana santa. Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: BONO VOX & ANDREA CORR - Don't Come Knocking.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Ashes to...

Obrigado, Mr. Richards! Precisamos de um pouco de escândalo e um pouco de mito - são temperos que têm faltado ao rock nos últimos tempos. Você põe Michael e Britney no chinelo, fácil!


E vocês, amigos que não sabem do que falo, fiquem sabendo aqui.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: RON SEXSMITH - Imaginary Friends.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Dia de Charlies, Henries e Clarices

Dia 14 tem mais poesia. Quem viver, verá!


Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: SERGENT GARCÍA - El Asalto.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Nos 60's os comunistas comiam criancinhas, hoje os rabinos roubam gravatas e amanhã vai faltar água... ou alguma coisa assim.

Porque nada permanece no lugar nestes dias e tudo o que ensinaram a vocês na infância está sendo posto à prova.



O Furto
Milly Lacombe

Quando eu tinha uns seis, sete anos, lembro que fui com minha mãe à farmácia perto de casa. Enquanto ela comprava remédios, eu, desassistida, achei que seria divertido furtar coisinhas que estavam ao alcance de minhas pequenas mãos. Peguei algumas canetas, que estavam ali sabe-se lá por que, chicletes e coloquei o material tungado em meus bolsinhos. Ao entrarmos no carro, tirei o saldo do bolso e joguei tudo sobre o painel (anos 70, quando crianças ainda andavam no banco da frente). Orgulhosa da estrepulia, mostrei tudo à minha mãe. Ela, sempre muito esperta e capaz de voltar para casa com boa parte do couvert do restaurante na bolsa, reagiu de forma estranha. Nem riu, nem passou a mão em minha cabeça em sinal de aprovação. Inclinou-se em minha direção, abriu a porta do carro e mandou que eu saísse: “Entre na farmácia novamente, devolva tudo isso e peça desculpas pelo furto”. As palavras soaram como uma sentença de morte. Não havia, em meu minúsculo mundo, nenhuma chance de me submeter a tamanho constrangimento. Comecei imediatamente a chorar e a implorar que ela me deixasse ficar com o saldo porque eu jamais faria novamente. Como ela parecia muito resistente, tentei negociar que então entrasse ela na farmácia. Eu jurava por tudo que não repetiria o gesto. Mas a matriarca se mostrava decidida. Nem fazia menção de colocar as mãos na chave e dar a partida. “Não sairemos daqui enquanto você não entrar na farmácia e devolver o que furtou”. Depois de uma eternidade, minha pessoinha de seis anos, moralmente em farrapos, voltou sozinha à farmácia, chamou o moço e pediu, gaguejante, desculpas pelo furto. De volta ao carro, eu já não era mais a criança que um dia fui. Naquele dia, aprendi um pouco sobre certo e errado.

Eu não acredito em Deus - pelo menos não nesse Deus punitivo e intervencionista vendido pelos cristãos - não rezo, não vou à Igreja, não faço o sinal da cruz, não leio a Bíblia (embora, para fins de diversão, visite regularmente o Gênese), não peço favores ao divino, nem espero dele recompensas. Ainda assim, quase que por milagre, consigo distinguir certo e errado.

Consigo, por exemplo, entender que o tal Rabino pop e ecumênico errou ao surrupiar gravatas de grife de uma loja em Miami. Consigo entender que todas as desculpas agora dadas para justificar o bestial erro fazem parte desse manto de hipocrisia que nos cega. Fosse o tal Rabino um negro, uma dona-de-casa, ou apenas um anônimo filho de Deus a meter a mão nessas mercadorias, não haveria bondade humana interessada em desculpá-lo. Mas, como se trata de um homem religioso, alguma explicação extra-terrena deve haver para que ele tenha, em surto, cometido o ato. A mulher que rouba leite no supermercado para alimentar o filho é presa em flagrante, jogada numa cela e ignorada por todos. O Rabino que rouba gravatas de marca em Miami para se vestir melhor está por aí culpando forças ocultas e superdosagens de antidepressivos pelo equívoco, enquanto continua paparicado. A mulher do supermercado não estudou, não teve oportunidades na vida e, orientada pelo mais natural estado de necessidade, comete o furto. O homem culto, representante de Deus na Terra, mesmo sem a atenuante do estado de necessidade, consegue convencer a opinião pública que fez aquilo porque estava dopado. E a opinião pública, eternamente complacente com nossos sacerdotes, por pior que seja o crime, finge acreditar. Assim, o jogo da hipocrisia é perpetuado.

Fica tudo certo, o furto do Rabino será esquecido e ele, rapidamente, falará com propriedade, diretamente de seu altar, sobre o que é certo e o que é errado. Não reconhecerá que foi ele, e apenas ele, que cometeu o delito, e ficará escondido atrás desse ser estranho, movido por superdosagens de antidepressivos, capaz de cometer erros boçais.

Enquanto o rabino passa pela vida protegido e desculpado por sua suposta divindade, a mulher que furta leite no supermercado está presa, ignorada pelos representantes de Deus na terra, mais preocupados em incrementar seus sofisticados guarda-roupas. Se houver mesmo essa tal justiça divina, num lugar longe daqui, todos os papéis serão invertidos. E, aí sim, a brincadeira vai ficar divertida.

E já que é assim mesmo, o inacreditável tomando o lugar do corriqueiro, tenho um bom pretexto pra postar aqui uma poesia do irlandês Yeats. (Não, eu não preciso de pretextos, de verdade...)

A propósito, espero que o inglês de vocês esteja um pouco além do verb to be, porque poesia, amigos, não se traduz... mas esta traduz nossos dias desde antes de eles chegarem.

The Second Coming
William Butler Yeats

Turning and turning in the widening gyre
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.

Surely some revelation is at hand;
Surely the Second Coming is at hand.
The Second Coming! Hardly are those words out
When a vast image out of Spiritus Mundi
Troubles my sight: somewhere in sands of the desert
A shape with lion body and the head of a man,
A gaze blank and pitiless as the sun,
Is moving its slow thighs, while all about it
Reel shadows of the indignant desert birds.
The darkness drops again; but now I know
That twenty centuries of stony sleep
Were vexed to nightmare by a rocking cradle,
And what rough beast, its hour come round at last,
Slouches towards Bethlehem to be born?

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: THE DECEMBERISTS - The Crane Wife, Part 3.