segunda-feira, 26 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tundra


Tundra


Hoje acordei com a palavra na cabeça. Vejo a foto e imagino... se me perdesse em tal lugar.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ELYSIAN FIELDS - Bum Raps & Love Taps.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sombrios flashes

Umas ideias que passaram pela cabeça durante a semana. Nada muito trabalhado. Há de ser desenvolvido em nome dos melhores versos. Mas já é alguma coisa. Só precisava explodir agora. Já existe.


Sombrios flashes

Hoje é só um daqueles dias
em que um cara não quer muita coisa.

Já percorreu a cidade,
já doou seus profanos neurônios.
E não se importa mais
com o cadáver que vai se esconder
noite adentro.

Ainda que se morra com gosto.

Chega a noite
e compra cerveja
pra se divertir sozinho no quarto.

Na memória passam flashes
de uma vida comum.
De velhos personagens comuns
ou com algo a mais.

Sabe lá ele o que teriam consigo esses sujeitos...

Ele queria ter alguém com quem brindar...
a toda essa gente que
não vê mais.

O velho catador de lixos,
figura folclórica do bairro,
que se chateava quando o Santos não ganhava.
O pequeno gênio, com nome de filósofo grego,
filho de quem...?
ele não sabe mais.

Mas o velho Ari já se foi.
O jovem Ari
Já não é tão jovem assim.

Como se brinda a quem já não está?
Como se brinda a quem já está noutro lugar?

Ele também quis brindar
àquele cruzar de pernas,
da menina ideal
que só existiu nos seus sonhos.

As outras são tão complicadas...
Ainda assim,
ele se deixou levar
por outras pernas cruzadas.

Ame-o ou deixe-o de canto.

Num canto com um canto estranho
de outro louco qualquer.

E tanta gente vai passando
longe de sua vista.
Ele até prefere assim.
E gosta disso
em certos dias
quando não tem vontade de sorrir.

A velha síndica o interpela
como num romance russo.
Há tanta coisa em que pensar
e ele precisa estar só.

A música, baixa, ao fundo.
As luzes que se acendem e se apagam.
Tudo o que ouve, o que vê
da janela do quarto.

Noutro lugar jovens dançam como símios.
Noutro lugar a programação da televisão.
Noutro lugar alguém faz amor, amor.
Noutros lugares o mundo se faz.
Neste lugar, ele não é o mundo.

E está bem assim.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ARNALDO BAPTISTA - Será que Eu Vou Virar Bolor?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Do nada ao risco

Dessas coisas que não são novidade. Mas sempre retornamos. Ou sempre querem retornar. E por isso, fazem-se canções, escrevem-se livros, criam ficções. E mesmo a alma mais imune - bem, ela não é tão imune assim - acaba cedendo. Em algum momento. Ou ri cinicamente escondendo o que há de verdade: a lacuna.

Retornemos ao velho e universal tema, sem o medo de não soar original. Que há algo que é comum a todos. E o que é comum também pode ser bonito. Espero que seja bonito.
Woman tending garden, de Gary Braasch (EUA).

Do nada ao risco

O desejo dos tímidos
é qualquer coisa
que não é amor,
senão explodiria.

Porque amor, pra ser o que é,
explode.

Ele sempre se dá,
ainda que não seja retornado.

É compreensão
e também o desejo
da posse. Mas se não há a manifestação do desejo,
o que é?

Ilusão paupérrima,
penúria da alma.

O sujeito implode
e recolhe ruínas silenciosamente.

O que não ama está morto.
Mantém os olhos fechados
pras maravilhas
e também pro que é mesquinho e feio.
É seguro. A morte é segura.

É preciso amar alguma coisa.
Ou pessoa.
É preciso amar alguma coisa.
Mesmo o lugar-comum destas palavras.

Vida é risco.
E assim é melhor.
Por isso rabisco lugares-comuns no papel
e vou do nada ao risco.

Também assumo a importância
de retornar do risco ao nada.
Pra tomar fôlego.
Pra seguir com o espetáculo.
Dia após noite, noite após dia.

É preciso amar alguma coisa.

Que não lhes falte amor. Ou vontade. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ANTONY & THE JOHNSONS - Her Eyes Are Underneath the Ground.