quinta-feira, 30 de julho de 2009

Lembrança do sol que ainda virá

Quantas vezes passado e presente se confundem? Quantas vezes um pode cair na mesma armadilha? Não se sabe ao certo, nem se deve saber, uma vez que cada um tem a possibilidade de criar suas próprias trilhas. Esta poesia nasce na fronteira da ilusão e do desejo. É apenas mais uma poesia do mundo criada sob tais condições.


Lembrança do Sol que Ainda Virá

Sonha de sol.

Tira as roupas pesadas e mostra-se ao mundo.

O vento acaricia simplesmente.


Nada mais lá fora.
Não as palavras vazias.
Não a distância entre dois pontos.
Não o conflito entre discurso e prática.

Tudo está morto,

exceto pelo sonho.


Quantas vezes um pode passar pelos dias de frio, aguardando pelo sol? Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ORNATOS VIOLETA - Ouvi Dizer > THE BEATLES - Within You, Without You.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

De tempo nublado e chuva no decorrer do período (ou, simplesmente, "com música")

Há certos dias em que...

The Beginning of Love and Music, de Alfred Gockel (Alemanha).

De Tempo Nublado e Chuva no Decorrer do Período
(Ou, Simplesmente, "Com Música")


Acorde.

Chove num mundo.

Segunda, terça, quarta, quinta, sexta feia. Sábado e domingo também.

Não para (ratararatararatararatararat).

Enter - isso mesmo - a depressão pré-fabricada onde reside uma pequena criatura
e o amargor da própria boca, além de mínimas cáries dentárias.

Há dias em que existir é muito.
Insiste.

Com música.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: THE ROLLING STONES - Ruby Tuesday.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Não ofereça flores a fantasmas

Há certas poesias que nascem de uma única frase. De um rápido vislumbrar a tempos que gostaríamos de deixar onde devem ficar - no passado -, mas sempre acabamos por rememorar.


Não Ofereça Flores a Fantasmas

esvazie as gavetas de memórias carcomidas pelas traças
recuse à trágica dama Mentira o direito da última valsa
máscaras de ontem já não servem e não protegem mais

dirija sem temor para outro lugar que queria ter visitado
a direção oposta lhe convida e pode ser muito atraente
há tanta gente nova que aguarda ansiosa um novo você

agora que já sabe que o engano era imaginar-se certo
destrone o absoluto imperador da ilusão que alimentava
pois como era o mundo antes, nunca mais poderá ser

não tenha piedade alguma de quem pode lhe sangrar
não ouça os sussurros de quem lhe implora a voltar
não ofereça flores aos fantasmas que habitam ao redor

eles não podem sentir o odor

Muito me agradaria que esta poesia fosse o último adeus a uma fase que não deixará saudade. Espero que, sim, seja isto.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: MOONSPELL - The Hanged Man.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Gostos e gozos

Um tanto às cegas, mas era assim que eu queria.

Por isso, penso que a poesia a seguir pode ir além de uma definição. Poderiam ser tantos temas, que definir um a limitaria. Em sua introspecção, talvez aborde um pouco de cada tema que me é caro. E quem me conhece há algum tempo sabe quais são meus temas caros. Quem não conhece, que passe a conhecer agora.


Gostos e Gozos

Dos gostos, o amargo.

A sensação de partir o perfeito espelho
dos melhores intenções.

Que parecem não existir.

Já não soa a poesia:
há o mundo e sua miséria.

Cubra meus olhos, por favor.
Tentarei enxergar o que não há.
Tentarei acreditar nas palavras que tanto me traíram.
Que há amor.
Que há progresso.
Que há ordem.

Há uma casa muito grande, na qual adentro.
Sigo o caminho que leva a uma escada.
Um momento glorioso aguarda acima.

Porém os degraus...
altos como os muros repletos de cercas elétricas
produzidas pelas fábricas do medo.

Intransponíveis?

Quem sabe, não.

Gosto de outro gosto. Não o amargo que predomina hoje.
O doce que se imagina de uma boca.
O sal das águas do mar.

Parto do desconsolo.
Rumo ao inclassificável, o que não pode ser adivinhado.

Uma voz chama do alto da escada.
Já se discerne uma silhueta.

Quem? O quê?

Ouço a voz, vejo o vulto.
Mas com toda a poluição,
já não se sabe quem está lá
nem o que diz.

Parto do desconsolo à esperança
de que a distorção feneça.

E que, assim, haja

dos gozos, o amor
àquilo que chamam de viver.

Da próxima vez, quem sabe a poesia terá outro gosto? Beijos e abraços, pessoal!

Ah, sim... sei que ando em falta com a leitura dos blogs amigos. Há uma falha técnica no compartimento craniano que será corrigida em breve e logo estarei de volta às leituras dos amigos... eh eh eh!

NA MINHA VITROLA: ASOBI SEKSU - Sing Tomorrow's Praise.