segunda-feira, 31 de julho de 2006

Filmes e mais filmes

Eu vinha planejando, desde a semana anterior, ficar em casa assistindo uns filmes. O frio que finalmente faz jus ao inverno paulistano ajudou. Com exceção do início de noite de domingo, quando fui ver a peça de algumas amigas, foi o que fiz quase o tempo todo.

Bom, vamos aos filmes:

A AVENTURA Michelangelo Antonioni
O primeiro filme da trilogia da incomunicabilidade. Após o sumiço de Anna (Lea Massari), Sandro (Gabrielle Ferzetti), o amante, e Claudia (Monica Vitti), a melhor amiga, sentem-se atraídos um pelo outro, ao mesmo tempo em que tratam de procurar a desaparecida. Um abismo de silêncios e discursos mal-conduzidos e mal-interpretados, com Monica Vitti roubando a cena. Não é pouco para um filme que marca o início do auge de Antonioni.


A NOITE Michelangelo Antonioni
Seqüência da trilogia da incomunicabilidade. Neste, somos conduzidos por um labirinto de incompatibilidades e inconstâncias do trio de personagens composto por Giovanni (Marcelo Mastroianni), Lídia (Jeanne Moreau) e Valentina (Monica Vitti). Grandes atuações do trio central, diálogos sensacionais e silêncios angustiantes fazem do ato de assistir este filme um prazer sofrido, mas ainda assim, prazer.


SONHOS Akira Kurosawa
Filme essencial deste expoente do cinema oriental. Spielberg produziu e Scorsese foi Van Gogh. Se a aproximação de Kurosawa e seu cinema ao Ocidente foi mal-vista no Japão, não creio que possamos concordar com a opinião deles. Enfim... são oito histórias, oito experiências oníricas que, de alguma forma, tratam da relação do homem com a natureza e a degradação da mesma. Imagens ora belíssimas, ora angustiantes ou realmente dantescas. Obra-prima definitiva.

ESSE OBSCURO OBJETO DO DESEJO
Luis Buñuel
Mathieu (Fernando Rey) quer conquistar Conchita (Carole Bouquet / Angela Molina). Ele, um homem abastado e próximo da 3ª idade; ela, uma arrumadeira inexperiente no frescor dos 18 anos. A relação dos dois é um jogo de gato e rato, com direito ao inusitado. Duas atrizes interpretam Conchita. Há coisas como vinganças com baldes de água, ataques terroristas que acontecem do nada, moscas e ratos em lugares inoportunos... a conferir!

ANTES DO AMANHECER
Richard Linklater
Um trem para Viena. Começa ali o affair entre o americano Jesse (Ethan Hawke) e a francesa Celine (Julie Delpy). Os dois estão dispostos a se conhecer melhor e enquanto se conhecem, mostram-nos uma Viena cheia de encantos. A relação fica intensa e é impossível não torcer ou não se enxergar neles. Porém, cada um terá de seguir seu caminho no dia seguinte. Romance inteligente. Indicadíssimo.


ANTES DO POR-DO-SOL
Richard Linklater
Paris, nove anos depois. Ele está lançando um livro sobre certo encontro em Viena. Ela é ativista ambiental, trabalha numa ONG. São infelizes em seus relacionamentos. Por isto, descrêem no amor. Diálogos afiados. E eles vão, assim, desnudando-se de suas dores. O tempo é pouco, ele tem de partir. O reencontro será uma segunda chance? Apenas digo que é uma seqüência digna, senão superior.

Alguns destes filmes eu já havia visto. Antes do Por-do-Sol cheguei a ver no cinema. Assistir ambos os filmes em seqüência era algo que eu queria ter feito a mais tempo. Sonhos, eu vi pela terceira vez. Creio que comecei a entendê-lo agora... eh eh eh! Mas é isto... outros filmes virão e eu terei mais coisas a contar. Espero conseguir logo O Eclipse, que fecha a trilogia da incomunicabilidade (palavra complexa, não?). Por hoje, é só. Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: SONIC YOUTH – Lights Out.

Preciosos brinquedos musicais

Sempre fui curioso. Desde que passei a ter acesso à internet em casa, ainda mais.

Sempre, também, respirei música. Rock. Respirei a ponto de, anos atrás, montar um grupo com um amigo e me tornar um tecladista medíocre. Águas passadas, pois decidi que o melhor era mesmo cuidar da palavra. Mas minha relação com a música, enquanto ouvinte, só tornou-se mais intensa.

Estar na internet me deu a possibilidade de ir atrás de muito mais informação e, conseqüentemente, muito mais música. Não é novidade. Alguns de vocês fazem isto muito bem e as dicas que recebi foram muitas e, geralmente, muito boas.

Num universo musical tão vasto, muitas vezes escuto algo de uma banda não mais que uma ou duas vezes. Isso, quando escuto. Mas há um momento em que algumas melodias ficam ali, circulando pelo cérebro, e não saem mais.

Foi assim com Rather Ripped, o CD novíssimo do Sonic Youth. Não é o melhor trabalho da banda. Quem já ouviu os ótimos Sister, Daydream Nation e Goo – só pra ficar nestes três – sabe bem.

É um CD mais simples e menos barulhento. Não creio que eles tenham subido um degrau na carreira, musicalmente falando. O multi-instrumentista Jim O’Rourke já não está lá, também. Nem precisa. Os veteranos sônicos Moore, Ranaldo, Gordon e Shelley dão conta do recado, exatamente como era antes. Bom, nem tanto “como era antes”. As músicas são mais leves, mas cativantes o suficiente. Algumas delas merecem destaque:

Rapture
(...) Do you believe in a sweet sensation / Do you believe in a second chance / Do you believe in rapture, babe? (...)
Breves arpeggios, microfonia light e refrão meio lugar comum, mas que funciona muito bem no contexto.


Rats
(...) Let me place you in my past, / With other precious toys / But if you're ever feeling low, down, / In the fractured sunshine / I'll help you feel the noise (...)
Gostei da letra de dor de cotovelo. É agradável de ouvir no caminho para o trabalho.

Turquoise Boy
Turquoise boy I must confess to you / Sweet liberation has come / You are a legend in a lovely game / But now I feel I must run / Turquoise boy the sky is calling me / Sweet isolation in the sun / You are a soldier in a sad charade / How can you lose whats never found.
Melodia perfeita para a voz de Kim Gordon deslizar suave. Li num site que a letra é romântica. Talvez doce. Romântica... definitivamente, não.

Enfim, mesmo não sendo um CD inovador e não tendo o apelo pop de um Dirty, é um CD que vicia. Talvez o melhor do ano, junto com A Hundred Miles Off, dos Walkmen. Bom, ainda devo ouvir o último Grandaddy, que dos últimos lançamentos ao meu dispor, é o mais elogiado. Mas deste eu falo noutra hora...

Beijos e abraços a todos!


NA MINHA VITROLA: RAY CHARLES – Eleanor Rigby > FRANÇOISE HARDY – L’Amitié > CARLA BRUNI – La Noyée.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Dinâmica

Eu disse que os textos poéticos não iam desaparecer, certo? Pois bem, não desapareceram. Aí vai um:

Dinâmica

Muda por inquietude, ainda que as coisas pareçam no mesmo lugar.

Mas não, não é bem assim. Nada tem ficado em lugar algum.

Onde está a primeira escola? E a antiga estação de trem? Ou mesmo os velhos programas de TV?

Então se fixa aos velhos livros. Neles, as palavras não mudam, salvo uma nova tradução. Ainda assim, a essência da palavra permanece.

Mas a música muda. Então tenta acompanhar.

Antes, não se atrevia. Agora arrisca uns passos, ainda que desconexos.

A dança da vida é dinâmica. Reconhece que não pode ser acompanhada.

Não rigorosamente.

Comentem, meus amigos. Comentem. Beijos e abraços!

Figura: Mario Guido Dal Monte, Il Motociclista

Fonte: http://www.studioesseci.net/immagini.php?IDmostra=270

NA MINHA VITROLA: THE WALKMEN - Lost in Boston.

domingo, 16 de julho de 2006

Divagações sobre Cinema ao Voltar do Quarto de Vídeo

Um momento para si, é tudo o que qualquer um deseja. Não sou diferente. Meus momentos, gosto de passar com amigos queridos e não vou negar que tenho alguma sorte em tê-los em bom número, de todos os tipos e em todos os lugares que vou.

Às vezes, reúno alguns deles no que eu chamo de "quarto de vídeo". É um quarto parecido àquilo que os portugueses chamam de água-furtada (mas sem o charme das águas-furtadas portuguesas). Neste quarto reúno meus livros, a maioria dos meus CDs, meus velhos discos de vinil e muitos filmes, em VHS e DVD, assim como os aparatos para desfrutar de tudo isso. Além disso, uma cama em que cabem três convidados sentados e uma cadeira de escritório toda torta onde me sento para ver os filmes, quando há os convidados. Foi assim hoje.

Vimos 21 Gramas, do mexicano Alejandro González-Iñárritu. Um show de interpretação dos atores e de edição. Um estória simples, mas fragmentada de forma genial. Os despreparados certamente se perdem e perdem o interesse. Mas não estávamos despreparados. Metade de nós já conhecia o filme, aliás.


Bom, fiquei me perguntando "por que raios gostamos tanto desse tipo de filme?". Porque... poderíamos nos interessar por blockbusters mais óbvios, que não exigem tanta atenção. Mas sim... nos prendemos a este tipo de filme nada relaxante num momento em que os amigos deveriam descontrair. Bom, descontraímos o suficiente. E este é o meu jeito e o jeito da minha gente.

Acontece que não é aí que quero chegar, ainda. Apenas começo. E começo falando do óbvio prazer de ver filmes. Vou falar de dois projetos que estão por chegar às telas. Um parece tão óbvio, que é quase um absurdo que não tenha sido feito antes.

O outro, um projeto aguardado pelos fãs daquele cinema que podemos chamar de "cult". Neste projeto, há sinais de que haverá soluções que, se confirmadas e bem utilizadas, deixarão alguns de queixo no chão.

Vamos ao primeiro, o óbvio.

Bom, quem dos leitores daqui parou para pensar que está faltando um filme de Oliver Stone sobre 11 de setembro? Ah... não imagino se alguém andou pensando estas coisas, mas que o filme vem, vem. Já está pronto, aliás. Eu particularmente não me interesso muito pelos trabalhos do sr. Rocha, com exceção de Platoon. Mas, em todo caso, vamos ver o que o site da Folha de S. Paulo têm a mostrar sobre o novo filme do cara:

15/07/2006 - 23h50
Oliver Stone defende em NY seu filme sobre o 11 de Setembro

Agência Efe, em Nova York




O polêmico diretor Oliver Stone defendeu hoje em Nova York a "correção" de seu último trabalho, o filme sobre o ataque às Torres Gêmeas dos EUA, no qual tentou fugir da polêmica para mostrar com simplicidade o drama do 11 de Setembro.

"Provavelmente, trata-se de um filme politicamente correto, mas poderei viver com isso", disse o diretor americano em entrevista coletiva ao apresentar World Trade Center.

Acompanhado pelos protagonistas Nicholas Cage (McLoughlin) e Michael Peña (Jimeno), Stone se defendeu das críticas de alguns jornalistas que aludiram à excessiva correção do filme, sobretudo quando se leva em conta a polêmica carreira cinematográfica do diretor de Nascido em 4 de Julho, JFK e Nixon.

Neste sentido, Stone reconheceu que, frente a seus trabalhos anteriores, "trata-se de um filme estilisticamente mais simples".

Até o momento, só a imprensa especializada teve a oportunidade de ver todo o filme que narra as horas que o sargento John McLoughlin e o oficial Will Jimeno, da Polícia do Porto de Nova York, permaneceram presos sob os escombros das Torres Gêmeas.

Segundo Stone, a motivação para envolver-se neste projeto foi "o desafio de mostrar as emoções dos quatro personagens principais durante uma tragédia que, cinco anos depois, ainda impressiona".

O diretor americano assegurou que a partir daquele fatídico dia de 2001 tudo mudou, no entanto também mostrou sua esperança de que "algum dia consigamos viver em um mundo pacífico".

O ator Nicholas Cage assegurou que não se deve misturar a política, em referência à situação atual no Iraque, com um filme "cuja história termina em 12 de setembro (de 2001)", e que trata da "experiência humana e emocional de dois heróis".

Por sua parte, Will Jimeno se mostrou "muito satisfeito" com o trabalho realizado pelo diretor, embora tenha reconhecido que para ele o filme é "duro de ver", devido à proximidade temporal e ao realismo com o qual se conta a tragédia.

O filme estreará nos cinemas dos Estados Unidos em 9 de agosto.

Bom, quem viver até lá verá. Naturalmente, há a opção de não ver, também. Mas o site Cinema em Cena fala do projeto que mais está me interessando:

Wasington (2007)

Elenco: Nicole Kidman, Bryce Dallas Howard - em negociações.
Equipe Técnica: Lars Von Trier (Diretor); Vibeke Windeloev (Produtor).
Estréia: A definir.

Notícias da Produção

24/05/2005
17h50


Depois que Nicole Kidman viveu Grace em Dogville e Bryce Dallas Howard ficou com o papel em Manderlay, pode ser que as duas se unam em Wasington. Durante o Festival de Cannes, onde Manderlay foi lançado, Nicole contou ao jornal Daily Mail que ela e Bryce devem dividir a personagem no terceiro filme. “Lars [Von Trier] tem conversado com Nicole assim como com Bryce, a idéia é ter ambas em Wasington”, confirma o produtor Vibeke Windeloev.

Apesar de as negociações já estarem engatinhando, a produção de Wasington só deve começar em 2007. Von Trier quer ter mais tempo para tratar o roteiro. Nesse meio tempo, ele volta aos princípios do movimento Dogma e filma The Managing Director of It All, o que deve acontecer no início do próximo ano.

Wasington será a terceira parte da Trilogia Americana do diretor dinamarquês, iniciada com Dogville. Quando soube que Nicole não poderia voltar para o segundo filme, Von Trier decidiu usar uma atriz diferente para cada um, mas chegou a uma nova e incomum solução.

É... para quem é fã de carteirinha dos filmes do Lars von Trier e acompanhou as duas primeiras partes da Trilogia Americana, é pra ficar intrigado. E... por que raios Wasington e não Washington, como seria natural? Bom, tomara que dê certo e que seja um grande filme. Estou aguardando. Enquanto aguardo, outros filmes serão vistos na minha quase-água-furtada sem o charme lusitano.

Beijos e abraços, pessoal!

Fontes das matérias:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada
http://www.cinemaemcena.com.br

Fontes das ilustrações:
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br
http://www.hollywoodjesus.com
http://www.kissatlanta.com

NA MINHA VITROLA: ELLIOTT SMITH - Big Decision > VAN MORRISON - It's All Over Now, Baby Blue > BADLY DRAWN BOY - I Was Wrong.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Outro Sarau

Olá, amigos. Esse post é basicamente pra quem estiver por perto e estiver a fim de participar. Aí vai:


E acontecerá. Com guerra ou sem guerra! Aliás, apenas para que vocês saibam... recuso-me a comentar essa coisa toda de PCC...

Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: LOS HERMANOS - Dois Barcos.

domingo, 9 de julho de 2006

Quem Não Muda, Pára no Tempo. Não É o que Dizem?


Pois é. Estou mudando o nome deste blog. "Viagem ao Âmago da Palavra" foi um belo nome, ao meu ver, durante um tempo. Mas foi. Este blog não é mais tão centrado em meu trabalho enquanto poeta e contista (se é que um dia fui um contista ou um poeta, de fato).

Não, não se assutem aqueles que estão acostumados a vir aqui e ler minhas criações. O que se passa é que há muito mais a ser dito, muito mais a ser observado. E tudo isto não precisa, exatamente, ser mostrado em forma de poesia ou conto. A coisa toda continuará sendo publicada aqui, claro. Mas haverá algo mais de crônica (se é que sou um cronista, de fato), de meros desabafos ou seja lá o que for.

Mudando o foco, mudo também o nome desta casa de palavras. Isto aqui já não é mais o que era em outubro de 2004, nem eu sou o mesmo. Portanto, meus amigos, digo que vou continuar escrevendo. Com alma. E quero que vocês leiam. Com alma e calma.

Os beijos e os abraços de sempre!

A. de Paula

Foto: Por-do-sol na Praia da Barra, província de Inhambane, Moçambique.
Fonte: http://nossomocambique.blogs.sapo.pt/.

Afinal, o que Materazzi Disse para Zidane?


Ok, a Itália é tetracampeã agora. Mas uma coisa me deixa com a pulga atrás da orelha: o que o zagueiro italiano Materazzi disse para Zidane? Afinal, um dos melhores jogadores dos últimos tempos perdeu a compostura e acertou com uma cabeçada o peito do defensor da Azzurra. Por isso, foi expulso, prejudicou totalmente os planos da França conquistar o bicampeonato e teve maculada sua despedida dos campos de futebol.

É... pode-se dizer que Zidane, gênio com a bola nos pés, tem um gênio...

Mas o que foi dito, afinal? Imagino que Materazzi deva ter dito algum desaforo racista, talvez evocando a ascendência argelina do craque francês. Se foi isso, ah... pode haver festa na Itália, mas a humanidade continua não merecendo grandes festas. O desrespeito ao diferente continua tendo seu lugar (não que me surpreenda, não que seja novidade). Se é que foi realmente isso...

Mas, já que vocês não têm nada a ver com isso, beijos e abraços!

Fotos: Zidane abandonando o campo, dando as costas para a Copa; o capitão italiano Cannavaro erguendo a mesma.
Fontes: Terra e BBC.

NO MEU HD CRANIANO: Esse jogo > As teorias de conspiração da minha tia, que não merecem crédito > Vontade de ver uns filmes.

sábado, 8 de julho de 2006

Samba da Sibéria

Tinha um início na cabeça. Sentei frente ao micro e desenvolvi. Automático, depois da primeira escrita, um ajuste ali, outro acolá. Só pra ficar mais desarranjado. Eu gostei. Talvez não seja um texto bom, mas a sensação no momento de compor é verdadeira. Sei lá, julguem vocês...


Samba da Sibéria

Tenho feito o carnaval parar
ou seguir
na minha cabeça
um tanto zonza de informação,
de canção,
frases e boatos que não quero ouvir.

À noite, quando paro em algum bar,
tento sorrir
ou sonhar,
que ser livre é viagem demais...
aonde vou depois
senão pra minha cama de pregos?

Isso não me torna especial,
porque com você é assim
e pros nossos amigos também
mas sempre dá pra fingir
que não é com qualquer um de nós.
Ou encarar.

Essas palavras que eu escrevo
têm aqui dentro o sabor de um samba
modesto e quase bossa velha
deixando um cheiro de mar
que ainda não naveguei.
Mas o que eu faço agora?

Estou feito prisioneiro na Sibéria
e carrego o peso de um mundo,
que eu me preocupo
com o que não posso mudar.
Então só resta
mudar a mim.

Hoje ainda vai ser um dia bom
pra tentar
e cantarolar a letra do samba
que eu nunca compus,
mas que sei de cor.
Ou calar.

Onde a gente vai chegar, amigo?
Onde colocar os versos
que não se encaixam na canção
do mundo?
Mas hoje mesmo vai ser um dia bom
pra escapar um pouco.


Seria bom se fosse samba. É só um poeminha sem vergonha de ser livre e quase sem ritmo. Mas eu dou um jeito no próximo sarau. Beijos e abraços!

Foto: Praça do Carmo, Funchal, Portugal.

NO MEU HD CRANIANO: Esta poesia > Recordações da Casa dos Mortos > Los Hermanos > Vinícius de Moraes > Vontade de viver.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

De Olhos Beeeeeeeeem Fechados


Quero e vou escrever sobre Fellini aqui. Embora sejam dias de cinema oriental.

De uma Cinecittá sentimental,


Alessandro de Paula



NA MINHA VITROLA: RUFUS WAINWRIGHT - The Art Teacher.

sábado, 1 de julho de 2006

Poucas Palavras


Sem revolta. Apenas prossigamos.
A vida é muito mais que uma derrota.
Beijos e abraços, amigos!