Dessas coisas que não são novidade. Mas sempre retornamos. Ou sempre querem retornar. E por isso, fazem-se canções, escrevem-se livros, criam ficções. E mesmo a alma mais imune - bem, ela não é tão imune assim - acaba cedendo. Em algum momento. Ou ri cinicamente escondendo o que há de verdade: a lacuna.
Retornemos ao velho e universal tema, sem o medo de não soar original. Que há algo que é comum a todos. E o que é comum também pode ser bonito. Espero que seja bonito.
Do nada ao riscoO desejo dos tímidosé qualquer coisaque não é amor,senão explodiria.Porque amor, pra ser o que é, explode.Ele sempre se dá,ainda que não seja retornado.É compreensãoe também o desejo da posse. Mas se não há a manifestação do desejo, o que é?Ilusão paupérrima, penúria da alma.O sujeito implodee recolhe ruínas silenciosamente.O que não ama está morto.Mantém os olhos fechadospras maravilhase também pro que é mesquinho e feio.É seguro. A morte é segura.É preciso amar alguma coisa.Ou pessoa.É preciso amar alguma coisa.Mesmo o lugar-comum destas palavras.Vida é risco.E assim é melhor.Por isso rabisco lugares-comuns no papele vou do nada ao risco.Também assumo a importânciade retornar do risco ao nada.Pra tomar fôlego.Pra seguir com o espetáculo.Dia após noite, noite após dia.É preciso amar alguma coisa.Que não lhes falte amor. Ou vontade. Beijos e abraços, pessoal!
NA MINHA VITROLA: ANTONY & THE JOHNSONS - Her Eyes Are Underneath the Ground.