sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Insumopoema

Leiam. A oferta é imperdível.

Variação minha sobre The supermarket lady,
de
Duane Hanson (EUA), 1969.
Insumopoema

Eu consumo, você sabe.
Eu sei, você também.
A soma de nossos consumos
gera algum alívio?
Ou alienação garantida?

Sem seu dinheiro de volta.

Não li metade dos livros
nem metade dos filmes eu vi.

Passeio patético
por vitrines que nem queria
ver de verdade.

Assumo minha vontade
de sumir.
Com uma companheira
apaixonada e apaixonante.
Sem cifrões. Cartões. Talões.
O diabo que a parta, suciedad.

Sem documentos
nem nomes. Ou números.

Informação é poder,
mas qual delas vale a pena
quando se está preso
no labirinto do centro de compras?

Pouco importa.
Consuma-me enquanto permito.
Velozmente
enquanto não sumo
entre as nuvens
de produtos
e a saudade
das velhas máquinas de escrever.

Leve 3, pague 2 poemas. Arrivederci. Beijos e abraços, pessoal!

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