quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tudo fora do seu devido lugar

Quando o mundo está estranho. Mas, para o mundo parecer estranho, há que haver um parâmetro inicial de como alguém enxergou o mundo pela primeira vez.

Então, em algum momento, as coisas pareceram sair do lugar.

Os eventos vão atirando estes pequenos e grandes objetos nas nossas caras, por que tudo está sempre mudando. Nem sempre percebemos, até que sejamos atingidos.

Então dizemos: "o mundo está estranho".


E isto está acontecendo. Cada vez mais rápido. "O-mundo-está-estranho" não é informação nova. Toda hora uma estranheza nova.

Irão os objetos do mundo serem recolocados em seu devido lugar alguma vez? Improvável.

Por isso, o poema. Vários objetos que atravessam o ar e nos atingem. Eles vêm de diversos pontos. Não sabemos bem o que são. Apenas um vislumbre rápido.

Uma tentativa de não organizar organizando, não fixar fixando. Ou apenas mais um poema caótico no mundo, a ser atirado no ar.

Tudo fora do seu devido lugar

Que fique bem claro: chiste é chiste, not shit.
Letra de música não é poema, mas pode ser poesia —
sobretudo é letra de música.

A intelectualização de alguns temas
não deveria ser proibida,
porém por vezes é improdutiva. Masturbação.

Ou antimasturbação, amor.

Sinto tesão pelas ideias, mas por favor,
não abuse.

O ministério da luz agradece.

Hippie de hoje é fake. Woodstock hipócrita.
Hollywood já foi sucesso,
hoje é câncer ou impotência
ou...

Tempos terríveis em que vivemos.

Da área VIP eles riem de nós, amor.
Ouquei, vamos sacudi-los.
Ainda que bregas,
porque chiques como eles não interessa ser.

Brainstorming.
Na rede elétrica em meu corpo recebo os raios.

E funciono.

Não sou máquina,
não repito algoritmos.
Rompo-os quando consciente.

Ao menos.

A mais, tenho amor. Estava em falta no mercado.
Não paz nem guerra, Tolstói.

Pessoal, abraços e beijos!

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2 comentários:

Marco disse...

Belo texto.

lembrou-me alguns acontecimento dos últimos dias.

Abraço Ale.

Rafael Mafra disse...

Não sei se era sobre isso. Mas me fez pensar e me confundiu um pouco:

Não organizar organizando, não fixar fixando. É o que sempre fazemos. A maior virtude da vida – não exclusividade dos humanos, mas da vida – é a insistência. A nossa, humanos, maior virtude, é ter ciência e ter plena ciência da certeza da não-recompensa. E mesmo assim... não. Não insistimos. Não é da nossa natureza insistir. Apenas nos iludimos. Nossa maior virtude: negar afirmando.


Abraços, hermano!