domingo, 24 de setembro de 2006

O gosto do papel velho

Sensação de que muito está sendo ganho, mas muito está sendo desperdiçado. Por quê? Para quê? Quem sabe no momento da morte haja uma resposta? Vocês também se questionam, meus amigos?


O Gosto do Papel Velho

um estranho gosto de página de livro em minha boca
a pálida noção do que conquistei e depois abandonei
para apenas voltar.

o tempo está presente no ar com seu odor azedo
porque os dias andam assim, estagnados.

consumindo e sumindo e reassumindo o controle mas nunca basta
o ciclo que...

aquela vasta biblioteca não faz sentido sem ser devorada
sinto que, de alguma forma, tornei-me rato de mim mesmo
um personagem-roedor que se devora
e desaparece no meio do "boa noite".

como o livro termina, não sei.

É isso, meus amigos. Esse post também é para dizer que começo o árduo processo de escolher as poesias para o próximo livro. Desta vez, de verdade. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: CASSIA ELLER - No Recreio.

Um comentário:

Anônimo disse...

ale, esse gosto é de cigarro.