sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O livro de nossos dias

Caramba... eu nem tinha me dado conta!

Simplesmente me abateu uma tristeza no início da madrugada e me deu vontade de ouvir Legião. E assim... num 11 de outubro Renato foi embora. Há 11 anos. E, agora, 11 anos e um dia.

Bom, como acredito que muito sobre ele já foi dito, fica aqui o meu tributo, três letras de canções da Legião Urbana - algumas das que mais me tocam.

Sem mais delongas, aí vão:

L’avventura
quando não há compaixão >
ou mesmo
um gesto de ajuda > o que pensar da vida > e daqueles que sabemos que amamos?
quem pensa por si mesmo
é livre > e ser livre é coisa muito séria > não se pode fechar os olhos > não se pode olhar pra trás > sem se aprender alguma coisa pro futuro.

corri pro esconderijo > olhei pela janela > o sol é um só > mas quem sabe são duas manhãs > não precisa vir > se não for pra ficar > pelo menos uma noite > e três semanas.

nada é fácil > nada é certo > não façamos do amor > algo desonesto > quero ser prudente > e sempre ser correto > quero ser constante > e sempre tentar ser sincero.

e queremos fugir > mas ficamos sempre sem saber.

seu olhar > não conta mais histórias > não brota o fruto e nem a flor > e nem o céu é belo e prateado > e o que eu era eu não sou mais > e não tenho nada pra lembrar.

triste coisa é querer bem > a quem não sabe perdoar > acho que sempre lhe amarei > só que não lhe quero mais. > não é desejo, nem é saudade > sinceramente, nem é verdade.

eu sei porque você fugiu, mas não consigo entender...
eu sei porque você fugiu, mas não consigo
entender...


Andrea Doria
às vezes parecia >
que de tanto acreditar > em tudo que achávamos tão certo... > teríamos o mundo inteiro > e até um pouco mais > faríamos floresta do deserto > e diamantes de pedaços de vidro...

mas percebo agora
> que o teu sorriso > vem diferente > quase parecendo te ferir... > não queria te ver assim > quero a tua força > como era antes.

o que tens é só teu
> e de nada vale fugir > e não sentir mais nada...

às vezes parecia > que era só improvisar > e o mundo então seria > um livro aberto... > até chegar o dia > em que tentamos ter demais > vendendo fácil o que não tinha preço...

eu sei é tudo sem sentido!


quero ter alguém > com quem conversar > alguém que depois > não use o que eu disse > contra mim...

nada mais vai me ferir
> é que eu já me acostumei > com a estrada errada > que eu segui > e com a minha própria lei...

tenho o que ficou > e tenho sorte até demais > como sei que tens também...


O livro dos dias
ausente o encanto antes cultivado
> percebo o mecanismo indiferente > que teima em resgatar sem confiança > a essência do delito então sagrado.

meu coração não quer deixar
> meu corpo descansar > e teu desejo inverso é velho amigo > já que o tenho sempre a meu lado.

hoje estão aceitas pelo nome > o que perfeito entregas mas é tarde > só daria certo aos dois que tentam > se ainda embriagado pela fome > exatos teu perdão e tua idade > o indulto a ti tomasse como benção.

não esconda a tristeza de mim > todos se afastam quando o mundo está errado > quando o que temos é um catálogo de erros > quando precisamos de carinho, força e cuidado.

este é o livro das flores > este é o livro do destino > este é o livro de nossos dias > este é o dia de nossos amores.

E se sou um pouco assim, um criador - ou tento ser - é por que houve, entre outros, um Renato Russo.

Beijos e abraços, pessoal!

O livro dos dias

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