sexta-feira, 3 de julho de 2009

Gostos e gozos

Um tanto às cegas, mas era assim que eu queria.

Por isso, penso que a poesia a seguir pode ir além de uma definição. Poderiam ser tantos temas, que definir um a limitaria. Em sua introspecção, talvez aborde um pouco de cada tema que me é caro. E quem me conhece há algum tempo sabe quais são meus temas caros. Quem não conhece, que passe a conhecer agora.


Gostos e Gozos

Dos gostos, o amargo.

A sensação de partir o perfeito espelho
dos melhores intenções.

Que parecem não existir.

Já não soa a poesia:
há o mundo e sua miséria.

Cubra meus olhos, por favor.
Tentarei enxergar o que não há.
Tentarei acreditar nas palavras que tanto me traíram.
Que há amor.
Que há progresso.
Que há ordem.

Há uma casa muito grande, na qual adentro.
Sigo o caminho que leva a uma escada.
Um momento glorioso aguarda acima.

Porém os degraus...
altos como os muros repletos de cercas elétricas
produzidas pelas fábricas do medo.

Intransponíveis?

Quem sabe, não.

Gosto de outro gosto. Não o amargo que predomina hoje.
O doce que se imagina de uma boca.
O sal das águas do mar.

Parto do desconsolo.
Rumo ao inclassificável, o que não pode ser adivinhado.

Uma voz chama do alto da escada.
Já se discerne uma silhueta.

Quem? O quê?

Ouço a voz, vejo o vulto.
Mas com toda a poluição,
já não se sabe quem está lá
nem o que diz.

Parto do desconsolo à esperança
de que a distorção feneça.

E que, assim, haja

dos gozos, o amor
àquilo que chamam de viver.

Da próxima vez, quem sabe a poesia terá outro gosto? Beijos e abraços, pessoal!

Ah, sim... sei que ando em falta com a leitura dos blogs amigos. Há uma falha técnica no compartimento craniano que será corrigida em breve e logo estarei de volta às leituras dos amigos... eh eh eh!

NA MINHA VITROLA: ASOBI SEKSU - Sing Tomorrow's Praise.

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