sexta-feira, 10 de julho de 2009

Não ofereça flores a fantasmas

Há certas poesias que nascem de uma única frase. De um rápido vislumbrar a tempos que gostaríamos de deixar onde devem ficar - no passado -, mas sempre acabamos por rememorar.


Não Ofereça Flores a Fantasmas

esvazie as gavetas de memórias carcomidas pelas traças
recuse à trágica dama Mentira o direito da última valsa
máscaras de ontem já não servem e não protegem mais

dirija sem temor para outro lugar que queria ter visitado
a direção oposta lhe convida e pode ser muito atraente
há tanta gente nova que aguarda ansiosa um novo você

agora que já sabe que o engano era imaginar-se certo
destrone o absoluto imperador da ilusão que alimentava
pois como era o mundo antes, nunca mais poderá ser

não tenha piedade alguma de quem pode lhe sangrar
não ouça os sussurros de quem lhe implora a voltar
não ofereça flores aos fantasmas que habitam ao redor

eles não podem sentir o odor

Muito me agradaria que esta poesia fosse o último adeus a uma fase que não deixará saudade. Espero que, sim, seja isto.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: MOONSPELL - The Hanged Man.

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