domingo, 20 de junho de 2010

O tempo das vuvuzelas: a era Jabulani

Que a Copa da África do Sul está sendo estranha, está. E feia, com menos gols, tudo isso. Poucas seleções escapam da decepção. Curiosamente, as que estão se dando bem são as latino-americanas, ao menos por enquanto. E a Holanda, que neste ponto, é a primeira e única classificada à próxima fase.

Acredito no fator Jabulani. Uma bola tão diferente, tão leve, que os praticantes do desporto criado pelos ingleses e aprimorado pelos brasileiros estão tendo de se readaptar. É quase um novo esporte. Mas alguns não se adaptam tão rápido.

Também creio no fator globalização + internet. Hoje é muito fácil pra seleções menos tradicionais estudarem os estilos, as escolas futebolísticas. Aliando essa facilidade de estudo a uma boa dose de força de vontade, é possível que haja surpresas. E estão acontecendo.

Pior para a França, que reedita o vexame vivido em 2002, na Copa da Coreia do Sul/Japão. Ou seja, corre o risco de sair da competição sem marcar ao menos um gol, depois de um empate pífio com o Uruguai e de se render ao México, que ganhou com o placar de 2 x 0.

Mas as seleções do Velho Continente têm de por a barba de molho mesmo. Pois a Inglaterra conseguiu apenas empates contra EUA e Argélia, com direito a falha do goleiro Green, a primeira vítima da era Jabulani.

E a Itália vai no mesmo caminho, apenas empatando com Paraguai e com Nova Zelândia. Apesar de que a Itália... bom, quem acompanha futebol com frequência sabe que é quase uma tradição a Itália começar mal nas Copas. Pois é, algumas vezes, apesar disso, os italianos terminam campeões.

Mesmo a Alemanha, que começou tão bem, ganhando de 4 x 0 da Austrália, na rodada seguinte sofreu seu revés ao perder de 1 x 0 pra Sérvia. É um grupo jovem e promissor, mas a inconstância da juventude pode ter um preço alto demais aos alemães.

Já a Espanha vinha sendo considerada por especialistas como a grande favorita ao título. Começou perdendo a cabeça e o jogo para a Suíça. 1 x 0.

Mas, como veem, se o fracasso (por enquanto, momentâneo) de seleções europeias (e também, podemos acrescentar, das africanas, as "donas da casa") gera uma situação dramática pra quem costuma torcer pra essas grandes potências. Seleções europeias de menor expressão e, principalmente, as latino-americanas tem sido favorecidas por tal quadro. Não apenas Brasil e Argentina, sempre credenciados ao título, mas desta vez, Chile, Paraguai, Uruguai e México podem sonhar com a chance ir um pouco mais longe neste torneio. E com razão.

Tenho grandes expectativas de uma semifinal latino-americana, ainda que, por mais que tenham soltado as zebras na África do Sul, seja um feito dificílimo de ser alcançado.

Vejamos a continuidade da era Jabulani. E das vuvuzelas.

NA MINHA VITROLA

Um comentário:

MAO disse...

Alê...

Belo texto...

É... com a facilidade que se obtém imagem dos brasileiros jogando e a exportação de técnicos, jogadores e meninos que nem começaram a jogar futebol direito(para baratear o passe) é um fator desse nivelamento do futebol mundial.

Como já dizia o jargão que não é tão novo assim: Não existe mais bobo na copa do mundo.

O destaque de uma seleção é o craque que fura essas defesas tão bem formadas. Só o Dunga parece que não vê isso.

Sorte pra gente hoje.

Abraço!

Marco