segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nietzsche, Schopenhauer, sistemas, a imprensa vampírica e sair pra ver o sol

Enfim... quanto tempo? Quanto tempo passou desde a postagem de um último texto meu? Eu já sentia falta. E vocês?
Mais de um mês... espero, ao menos, que o conto do Nelson Rodrigues postado aqui em pedacinhos - bem ao gosto de Jack the Ripper - tenha sido algo mais que interessante que minha viagem ao âmago das idéias que escapam (nome bobinho para substituir o já manjado termo "crise criativa").
Bom, agora estou aqui, com minhas próprias palavras. As meninas podem cair aos meus pés e os meninos podem pensar "quando crescer eu quero ser igual a ele". Enquanto lêem, aconselho vocês a ouvirem um bom Pink Floyd, que estava na minha cabeça e que influiu quase diretamente na composição deste conto.

Pronto! Já demonstrei minha alegria quase pueril. Agora vamos lá:

Nietzsche, Schopenhauer, Sistemas,
a Imprensa Vampírica e Sair pra Ver o Sol
Os temas da conversa, da manhã, de algumas vidas.
Dois velhos jovens e letrados amigos conversam no Metrô. Já conformados com o fato de que nada vai mudar. Conformados com a natureza. A humana.
Um capta idéias para um futuro texto. Este. Já não é mais futuro, então.
Eles provocam. Eles sabem.
Não muito distante, uma chiquita hermosa fita um, fita outro. Sol forte de verão em pleno inverno. Eles devolvem com discrição o fitar, apesar que um fixa-se mais. Nenhuma palavra sobre, mas também todas as palavras são pra eles. Pra ela – um pouco.
Talvez uma estudante de História ou Serviço Social. Ou uma consumidora de programas de TV para a massa embrutecida. Ou tudo ao mesmo tempo num pacote aprazível aos olhos.
Despercebem ou não querem perceber o senhor que se põe ao lado. Ele ouve e fita também. Sol repleto de verão no murcho inverno, patriótico inverno. Porque sabe que aquele povo é feito pelo e para o sol. Um deles, um dos velhos jovens e letrados amigos, desce.
O que fica pergunta ao senhor, finalmente desfingindo: “Quer sentar-se?” Diz-que-não. Está vivo. Isto é para quem trabalha. Atravessa a cidade pra ver o neto. O universo contraído fica entre Itaquera e Aclimação. Duas solidões já se juntarão e serão nenhuma. Está vivo. Chega sua estação.
Sai pra ver o sol.

Espero que tenham gostado, porque eu gostei ao menos um pouco. Com o tempo eu posso gostar mais ou esquecer este texto. Afinal, é o tempo que rege tudo - até os gostos.

Beijos e abraços!

Us and them

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