quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O plural, de Nelson Rodrigues (A Saga de De Paula) - Parte 4

Bom, já que a vida deve continuar... aí vamos nós, no ritmo do De Paula, caluniador de mulheres... eh eh eh!

Mas... será calúnia mesmo?



IV - O Plural: Ódio

Leon deixa-se cair numa cadeira:

- Não liga, dá o desprezo!

Leon passou, lá, umas duas horas argumentando. Vendo o estado do amigo, já achava desaconselhável e imprudente o simples desagravo do chicote. Insistia: “Todo mundo sabe que o De Paula é um mentiroso, um débil mental, capaz de caluniar a própria mãe.” Materialmente enfermo, Quintanilha já não reagia mais, ouvia, só, de olhos injetados, a alma destruída. Leon, no remorso de ter falado, de ter criado a situação, continuou:


- Basta cortar relações, negar-lhe o cumprimento. O tiro é um golpe errado. É uma solução heróica, que a besta do De Paula não merece! E agora? Vais fazer o quê?


Balançou a cabeça:


- Não sei. Estou incapaz de pensar, de raciocinar. Amanhã, fala comigo, sim?

Leon saiu, afinal. Praguejava interiormente. “Sou um imbecil completo! Que mania besta de dar palpites na vida dos outros.” Aflito, tratou de procurar, por toda a cidade, o De Paula. Mas em vão. Acabou desistindo, deixando para o dia seguinte.

Continua

Falta pouco, pessoal. Falta pouco. Beijos e abraços!


NA MINHA VITROLA: WE ARE SCIENTISTS - This Scene Is Dead.

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