quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O plural, de Nelson Rodrigues (A Saga de De Paula) - FINAL

Hoje conheceremos o destino de nossos personagens. Ai ai...


VI - O Plural: A Prova

Segundo o De Paula, Ada encontrava-se com o amante três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas, num edifício de quatro pavimentos. Era uma terça-feira e Quintanilha teve que esperar ainda 24 horas. Advertira, porém, o miserável: “Não adianta fugir, porque eu te matarei ainda que seja no inferno!”

O canalha quis saber: “E se eu provar? Não farás nada?” Jurou: “Nada!”

Ficou assim combinado. Na tarde seguinte, do interior de um táxi, e na companhia do abjeto De Paula, Quintanilha viu a esposa descer de outro táxi, com um homem, e entrar no edifício. De Paula vira-se para ele numa euforia hedionda: “E agora? Estou livre?” Quintanilha nega:

- Ainda não. Tu disseste que minha mulher tem amantes. Por enquanto, eu conheço um. Quero os outros.

De Paula tem um esgar de choro:

- Mas é só um! Só tem esse! Só tem esse amante!

Rápido, Quintanilha o abotoa:

- Se tem um, apenas um, por que disseste que minha mulher tem amantes? O que eu não te perdôo é o plural. Vais morrer por causa desse plural!

Ali mesmo, deu-lhe dois tiros.

Fim

Não me culpem de nada, hein? A culpa toda é do Nelson Rodrigues... eh eh eh!

E, em breve, a volta dos meus contos inspirados em músicas. Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: JUANA MOLINA - No Seas Antipática.

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