sábado, 16 de fevereiro de 2008

Papo de bar versus velhas canções

Não os iludo, amigos. De novo, aqui, não há nada. Ou a percepção, ao menos. Leiam vocês e depois me digam.


Papo de Bar versus Velhas Canções

classicamente

violões se encontram
vozes começam a entoar
seus hinos de amor e desamor

os copos estão cheios num instante
no outro, não mais
depois, novamente
cheios

pelo meio
nada


as canções são as mesmas
as de um dia, de outro e mais outro

então, ela, a amiga,
começa a dizer o que está preso
num momento nos isolamos

e trocamos os dramas

todos esses pequenos dramas...

quando não, algum projeto que se torna sólido aqui
outro que se esvai ali


tudo tão grande que não podemos suportar
sem isso ou aquilo

tão pequeno que o mundo explodiria
em riso
a respeito do ridículo


mas não importa a qualquer um
cada qual com seu pequeno grande drama
ou um projeto redentor


sua mais absoluta solidão
e a mais ardente traição das vontades

todos temem alguma coisa

e a vingança é dizer que não se importam
é assim a cada fim de semana
é assim em todo boteco razoável

trocam os copos
as conversas perduram
eu penduro a conta


as músicas prosseguem soando
as mesmas

eles, aqueles dedos,
ao menos

progresso... ?
esquecem enquanto tocam
as velhas canções

de sempre

Ei, é isso. Só isso, hoje. Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: ELLIOTT SMITH - Miss Misery.

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