terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Colo (ou manhãs da infância)

Isso quase é uma poesia, isso é quase alguma coisa. Talvez seja poesia. Leiam, amigos:


Colo ou Manhãs da Infância

isso tem o cheiro das manhãs da infância
isso tem o gosto de um fruto bom
trago uma ânsia e então me recordo
acordo no século que já morreu

queria tanto resgatar um pouco
ter o que sei hoje com sabor de ontem
e nem tão mofado estou
são estes hojes que amanhecem sem solução...

hoje há um quê de busca desesperada
hoje tem um fogo que não arde
ainda que se queira arder livre
pra buscar de alguma forma o que se perdeu

um tanto igual a você, a qualquer um
todo mundo perde coisas no caminho
todo mundo busca alguma compensação
e compreensão é um carinho raro

vejo nas ruas toda essa gente
tão preparada para matar e morrer
o que essa gente toda quer também
é um colo de mãe para renascer

ninguém vai largar as armas
mas todos querem voltar
ninguém abre mão de suas armas
mas todos querem voltar para casa

você se lembra das manhãs da infância?

A poesia é minha, escrevi pela manhã, uma dessas raras manhãs em que se consegue escapar do mundo. Claro, chegarei atrasado ao trabalho. Mas com um sorriso enorme, espero. A foto, lógico, não é minha. É um tal de Fernando Pessoa, com sua mãe carregando-o. Aliás, nunca escrevi sobre ele, certo? Algo a ser corrigido, vamos ver se logo ou daqui a um tempo. Ah... também lembro que tempos atrás prometi um conto. Pois este foi escrito até a metade, apenas. Um dia desses eu o retomo e vocês vão conhecer Sim, Ele Esteve entre Nós. Por ora, o que tenho é isso. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: CORDEL DO FOGO ENCANTADO - Morte e Vida Stanley.

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