
A Esquina Inabitável
Moral pra quê? Temos as ruas e o amor que sentimos por elas. Uma cerveja bem gelada. O tempo que nos foge e que tentamos agarrar à unha. E às vezes conseguimos. As mulheres que sempre nos fogem, estas também, e nos inebriam como o vinho perfeito das madrugadas. Temos nossos dramas que insistem em nos acompanhar, melancólica e deliciosamente.
Podemos nos deixar morrer como Belmondo em Acossado. Ou reescrever a história. Três finais para o mesmo conto, o mesmo filme alemão. Corra, dizem. Então corremos. Gostamos disso. Precisamos disso. E também paramos ali, naquela esquina inabitável. Ali, as palavras são o que fica. Não me desfaço das minhas.
Seguimos reescrevendo o mundo, entre fugas e solilóquios, pedaços frios de pizza e canetas para marcar CDs. Entre o teatro e a música. A poesia e a dança.
Não, não podemos prescindir da palavra. Seguimos reescrevendo o mundo. Ah... tanta humanidade me apavora. E me encanta. O que nos condena e nos redime.
Beijos e abraços, amigos!
NA MINHA VITROLA: THE BEATLES - Because.
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