quarta-feira, 16 de maio de 2007

Vai, Mônica... vai viver!

Segundo de uma série de pequenos contos baseados em músicas. Desta vez, parto de Eduardo e Mônica, da Legião Urbana.


Vai, Mônica... Vai Viver!

Sabe...? Não, você não sabe. No máximo, desconfia. Por isso mesmo vou lhe contar: eu desisti de nossa música.

É isso mesmo que você ouviu. E já até sei a sua reação. Vai ficar aí, calada, olhando e analisando o quanto de verdade há no que estou dizendo. Pois eu continuo. Aproveito o seu silêncio.

Eu a admiro muito, sabe? Sim, isto você sabe. Pelo menos, sente.

Aprendi tantas coisas com você... a apreciar a boa arte, o cinema, a poesia. Tantas coisas... tivemos nossos filhos e você os têm criado muito bem. Realmente admiro isso em você: sua força.

Quanta coisa nós passamos juntos. Quantas vezes me senti perdido e você foi a luz no fim do túnel... – não ri do meu clichê. Não com esse riso desesperado.

É, eu a admiro, mas já não é amor nem outra coisa. Só admiração não serve pra continuarmos juntos. Olha só, as crianças já cresceram, não são mais crianças nem precisam tanto da figura de um pai.

O quê? Não, não chora, vai. O que havia entre nós foi bom, foi bonito, mas passou. Pensa nisso, são mais de vinte anos. Acontece.

Fica com esse apartamento. Eu vou embora. Não percebe que apenas nos acostumamos? Nossa música não toca mais...

Agora eu tenho que ir, pra continuar vivo. Vai, Mônica, vai viver você também.

- Eduardo, você é um babaca.

Aguardem, porque vem mais por aí. Beijos e abraços, amigos!


Nenhum comentário: