terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Do sol

Porque todos os pequenos ciclos fazem parte de um ciclo maior. Entre cada um e dentro de cada um, há poesia. Então vamos:


Do Sol

Tudo foi um sonho bom,
um pesadelo.
Tudo soa um escândalo
aos ouvidos dos que não sabem.
Não vivem.
Era um piano fora de tom.
Uma cafonice, pieguice.
Era o desejo, mais um.
E só um.
E era tão bom
quanto capaz de doer.
As flores da estação rendiam homenagem
a este desejo.
Era um querer bem
e algo mais.
Não se explica, uma vez mais.
Parou com tudo. Tudo parou:
O trabalho, as drogas,
as peladas no campinho do bairro,
as orações das senhoras piedosas
e as lamúrias das tias chatas.
Arruinou-se.
Regou as plantas, aproveitou e
lavou a calçada. Descobriu
uma nova verdade.
Tão óbvia, tão desnuda
quanto secreta.
Era amor e se acabara.
E se dera sem importar-se,
mas piano desafinado,
a melodia rota.
Uma roupa velha.
Assim mesmo,
o mundo se abriu outra vez,
porque os dias sempre vêm
e o sol iluminará
outras histórias.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: NATALIE MERCHANT - King of May.

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