domingo, 18 de janeiro de 2009

Ficção sobre como voltar para casa

Como se estivéssemos vendo tudo numa tela de cinema...


Ficção sobre como Voltar para Casa

Vejam aquele que conduz a pequena nave ao longe. Ele está sozinho em seu caminho, absolutamente sozinho. Não há alma na via que possa ajudá-lo. No entanto, é um herói. Não daqueles clássicos.

É um herói. Daqueles que rotulamos vaziamente. Qualquer roteirista de seriado ou apresentador de reality show faz isso de um jeito leviano e nada pensado. Mas não os julguemos, porque podem simplesmente ter sido levados pela emoção.

De fato, ele viveu muitas coisas, o que chamamos de "ele fez o seu caminho". Nosso herói. Quase um Ulisses, um Moisés, um Sidarta.

Ele não tem nome. E está voltando sozinho. Mas reparem bem... ele não sabe para onde. E, no entanto, conheceu tantas civilizações. Houve tantas aventuras, impérios que conheceu durante todo esse tempo de universo percorrido. Uns ele ajudou a construir, outros ele contribuiu para derrubar. Houve pessoas. Amigos, aliados, amores até. Mas não era sua gente. Há tempos ele saiu da Terra.

Hoje quer voltar. E tem medo.

Porque não sabe o que vão dizer ou como será acolhido. Sabem que agora ele é um herói? Significará a eles alguma coisa todas as medalhas e honrarias? Quantos que o conheceram ainda estão vivos?

Nem ao menos sabe o caminho. Se por acaso esbarrar no velho planeta azul, poderá dizer que é um alívio. Um alívio...

Talvez de nada valham todas suas aventuras. Talvez a maior aventura seja o retorno. Se é que haverá um.

Tenta não pensar em nada disso - percebem a expressão? - e escapar de sua pior inimiga. A dúvida.

Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: SODA STEREO - Ella Usó Mi Cabeza como un Revolver.

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