quarta-feira, 10 de agosto de 2005

A Verdade sobre o Tédio

Amigos viajantes... mais uma poesia. Ou uma prosa poética, como é mais acertado definir. Pelo título, talvez vocês decidam não fazer esta viagem... bom, fica a critério de vocês. Os corajosos que me sigam ao abismo das palavras!!

A Verdade sobre o Tédio

Nunca se sabe...
O tédio ronda algumas idéias
e tudo parece não ter razão.
Precisa-se urgentemente de um fato insano,
de um ato sem medida de conseqüências,
mas não há nada que motive, ao menos na aparência.
Não, não é o início da decadência...
esta seria razoavelmente um impulso.
É apenas a constatação:
Se ao menos existisse uma divindade
a quem se pudesse lançar as culpas,
a quem se pudesse responsabilizar por todos os medos...
Faz frio nesta noite.
Os dentes doem sob a falta parcial de tratamento,
os planos todos permanecem sob este gelo de Terra do Fogo.
Poderia ser qualquer lugar ou tempo.
Poderia ser sob qualquer condição.
Ou é apenas mentira, confusão de qualquer espécie.
Talvez seja necessário um trago,
um corpo quente de mulher-musa para poetas lancinantemente subjugados.
Mas tudo que se vê pela frente é uma adaga
que se apresenta perfeita para perfurações na pele...
o sangue escorrendo para a alimentação do solo infértil.
Haverá saída? Dizem as placas no Metrô que sim.
O que é oferecido não é opção à melancolia.
Há umas peças que não se encaixam ao quebra-cabeças
e este mundo veio com defeito.
Não há garantia de trocas.
É preciso viver, apesar disto.
Sim, o tédio é inerente
e não há como fugir, definitivamente. Não o tempo todo.
A verdade sobre o tédio, se alguém quiser saber...
não, não se encontra neste texto. É preciso encará-lo.
E isto é tudo, não sendo tudo.

Agora, leitor, abra um sorriso, mesmo acanhado.

Bom, amigos viajantes, isto é realmente tudo, sem ser tudo. Beijos e abraços.

NA MINHA VITROLA: The Decemberists - The Infanta > We Both Go Down Together > Eli, the Barrow Boy > The Sporting Life > The Bagman's Gambit.

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