terça-feira, 10 de maio de 2005

O Choro, o Devaneio e a Serenata

Olá, amigos viajantes! Vejam três novíssimas paisagens:
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Por Que Você Chora Tanto?
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Por que você chora tanto?
Por que já não tem vontade de dormir?
O que está lhe faltando?
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Não é porque os Paralamas não são mais os mesmos depois do acidente do Herbert
Não é porque sua garganta dói e você insiste em beber e fumar
Não é porque o ônibus está cheio e no metrô você se torna uma sardinha
Nem é porque você encontrou na rua aquele seu vizinho chato
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Por que você sofre tento?
Por que já não vê vantagem em sonhar?
O que está lhe atrapalhando?
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Não é porque seu vizinho chato não é mais o mesmo, mas outro mais chato
Não é porque você nunca encontrou os Paralamas nas ruas da cidade
Não é porque o ônibus está cheio e você decide beber e fumar
Nem é porque sua garganta dói e no metrô ninguém repara em sua dor
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Não é nada, não é nada...
Apenas não faz sentido continuar assim
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Ora, bolas...
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Devaneios sobre Narcisismo, Auto-Flagelação, o Meio-Certo e o Xis do Erro, entre Outras Coisas
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É tão estranho quanto improvável, mas...
Eu prossigo sendo quem sou... a escrever e ser pouco lido
Não que me afete absolutamente a pouca freqüência de leituras destas crianças
Não me assusta, afinal sei em que lugar estamos
O que o mundo tem a me oferecer parece tão pouco, no entanto é o bastante
Para transformar a matéria-prima em palavra
É tão estranho ser este fã de cantores e poetas mortos
Na tela do cinema Marlon Brando está sempre vivo
Mas às vezes sou eu que estou morto por dentro
Faço tudo pelo meu dinheiro, mas não é verdade
Eu não me tornaria um vendido, de forma alguma
E se algumas vezes passam tentações por minha mente
Sempre levo comigo meus instrumentos de auto-flagelação
Tenho marcas em meus pés e permaneço um pouco desligado
Buscando não ferir quem não deve ser ferido, mas raios...
Porque eu me sinto como uma besta-fera furiosa de dor esmagando tudo pelo caminho?
Gostaria de ter as respostas a todos os meus questionamentos
Mas numa prova, o professor marcaria cada tentativa minha com o meio-certo ou com o xis do erro
Porque ele tem suas fórmulas e não admitiria as minhas próprias
Por isso talvez hoje eu me sinta incrivelmente patético
Então alguém diz que falta algo e eu penso “que novidade”...
Buscaria nas igrejas ou com os traficantes, se eu tivesse a certeza de que as coisas melhorariam assim
Mas nada basta e eu tenho meus excessos bem particulares
Todos prontos para me atacar a partir das trevas do inconsciente
Então eu sou assim...
A mãe não entende o filho
O mundo não suporta este um entre bilhões (não o primeiro, não o último...)
E nos períodos mais intensos escrevo mais febrilmente
É quando sofro mais que surge aquilo que mais me agrada e eu admiro minhas marcas
Afinal, não deixo de ser um narcisista, é preciso ser honesto em reconhecê-lo
Apenas dói demais estar vivo, porque a vida é um estupro e muitos não percebem o momento da curra
É preciso muito esforço para que o trauma seja superado e se possa entender o sentido da palavra dignidade
Esta coisa tão estranha e improvável...
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Breve Serenata Cotidiana (e Cacofônica)
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Aí estão! Espero que tenham aproveitado as paisagens. Sei que são um pouco cinzentas, mas julgo-as de certa forma belas, sem falsa modéstia. Por hoje, é só isso... eh eh eh!!! Beijos e abraços!!!

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