sexta-feira, 10 de junho de 2005

Ego!

Olá, companheiros de viagem! Raiva também é um componente interessante para a criação literária, não acham? Talvez um pouco mais brusca, porque de outra forma, haveria ironia, cinismo... qualquer outra coisa. mas a raiva... às vezes não há nada como a raiva para um selvagem como eu... confiram!

Ego!

Que há?
Esconder-se por trás destas lentes escuras
E colocar-se acima das nuvens que a tudo cobre
Parece-me...
apenas o silêncio funcionaria para você
mas teimo
Como é sentir-se majestade por um tempo?
por um turno de trabalho
Talvez um serviço burocrático
Um amor que se foi
Amor? É possível?
Não, não me faça rir quando penso em estrangulamentos
É a autoridade de um uniforme?
Ora, um uniforme...

eu deveria calar-me
mas teimo
tenho raiva demais

Então você me impõe condições
Um ticket, apenas um ticket a mais
she’s got a ticket to ride?
Ora, isso vai, aquilo vem
Se lhe serve ao ego
O que me fere é apenas a postura
ou a impostura?
Você se coloca acima das nuvens
E todos estarão sob a terra
É por isso que busca compensar-se assim?
Ao menos aí, de seu posto, não é?
E pensar que estas palavras serviriam para tantas pessoas em tantos contextos
Mas o inferno é que tudo isso é tão pequeno
sim, uma pequena piada fodida
Que nem graça consegue ter
Nem me importa se o rei cairá amanhã
Tenho mais ódio pelos atos
Outro virá dizendo palavras diferentes e aparentemente mais justas
Mas eu me sinto carregado no mesmo trem
Sou gado, mas não irão marcar-me
Quebrarei seus valores, todos eles... cada uma dessas pequeninas peças de um museu do absurdo, do orgulho vazio
mas basta... odiar cansa
Não quero mais pensar em estrangulamentos

Trata-se de uma questão que tive com um funcionário da magnânima Cia. Metropolitana de São Paulo a uns 15 dias. Tudo uma grande merda, mas que serviu para exercitar um pouco... não é um texto tão importante, mais aí está. A vocês, amigos viajantes, beijos e abraços! Até a próxima!