quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Angústia do Reinvento

Outra, para fechar o dia:


Angústia do Reinvento

Sente a angústia de um deus que se reinventa.

Cada nascimento não é em qualquer sítio que as mitologias tenham tocado.
Não numa manjedoura em um estábulo.
Não num palácio,
mas em qualquer hospital.

Em qualquer esquina de metrópole.
Numa estrada enlameada, depois de um dia de trabalho na roça.
Nas mesas de bar.

Então cresce e abre mão de tudo o que lhe foi incutido.
Ou tenta.
Tem lugar a batalha... todas as batalhas ocultas dos livros de história.
Não a Guerra dos Cem Anos.
Não as guerras mundiais,
mas a de impor-se a si mesmo e encontrar um lugar em que possa tranquilamente tornar-se deus de si mesmo.

O menino-Jesus de Caiero, que fugira do céu e hoje foge da aldeia.
O super-homem de Nietzsche.

O descompromisso com o que há de mais estúpido sobre a Terra.

Mesmo a criança sofre. Primeiros dentes caem.
Ainda assim, ela se mostra deslumbrada quando crescem os novos.

Reinventar-se é uma angústia. E mais que angústia, é necessidade.

Pra quem não lembra ou não conhece Alberto Caiero e sua poesia sobre o menino-Jesus que foge do céu: http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa.html e http://www.revista.agulha.nom.br/fp213.html. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: BOB DYLAN - You're a Big Girl Now > Idiot Wind.

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