segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Ei, pode isso?

Olá, amigos! Aí vai mais uma historinha encontrada na rede sobre um mundo que gira e onde nada fica no lugar. Confiram:


Fenômeno iPod Esvazia Clubes de Música
Segunda-feira, 29 de janeiro de 2007 - 11h12. Por Aiko Wakao, da Reuters.

YOKOHAMA - Tradicionais casas para ouvir música estão ficando vazias no Japão.
"Hoje em dia, os jovens não ouvem jazz e caminham pela rua com iPods, o que torna irrelevante a idéia de 'lugar' para se ouvir música", diz Michael Molasky, autor de "The Jazz Culture of Postwar Japan".

Setenta e três anos depois de abrir as portas, o Chigusa, um dos mais antigos e respeitados cafés de jazz do Japão, se tornou vítima da revolução da eletrônica.

Para os frequentadores, quase todos homens solitários, o café oferecia aprendizado e conforto. As regras informais, seguidas fielmente, incluíam ouvir em silêncio e esperar a vez para fazer um pedido, anotado em um pedaço de papel. E nada de álcool ou de estalar os dedos para acompanhar as músicas.

"Repletos de som, fumaça e centenas de discos, os cafés especializados em jazz costumavam ser um espaço para os jovens que estavam à procura de um entendimento correto da música", diz Molasky, professor de línguas asiáticas e literatura na Universidade de Minnesota.

O Chigusa desfrutou de um período de glória nos anos 60 e começo dos 70, quando estudantes e músicos o usavam como ponto de reunião para ouvir discos importados que, de outra maneira, estariam fora de seu alcance.

"Agora temos apenas 10 visitantes regulares, que vêm ao café há anos", diz Masatomi Kaneshige, 65, um aposentado que ajuda no café ocasionalmente. "Jovens raramente vêm aqui. O lugar deve parecer escuro e estranho demais para eles, com homens velhos sentados em silêncio, tomando café e ouvindo jazz vibrante."

Mas em seu último sábado de operação, o pequeno café estava lotado desde antes de seu horário oficial de abertura, ao meio-dia. Em torno das seis pequenas mesas, havia 10 fregueses, metade deles pessoas conhecidas e os demais recém-chegados -jovens e velhos-, que foram ao café para sua primeira e última experiência no Chigusa, depois de serem informados de que o lugar ia fechar.

Kaneshige olhava as 40 capas de discos que decoram as paredes do café, e apontou para uma cópia autografada de "Waltz for Derby", do Bill Evans Trio: "Um dos discos favoritos de Mamoru Yoshida, fundador do café, morto há 13 anos."

O Chigusa, que será em breve substituído por um novo complexo imobiliário, foi aberto em 1937 por Yoshida, então com 20 anos de idade. Ele se apaixonou pelo jazz e começou a colecionar álbuns importados.

A Segunda Guerra Mundial trouxe grandes problemas para Yoshida, que teve de esconder seus 6 mil discos no porão em uma época em que muitos cafés de jazz foram invadidos e a maioria das pistas de dança fechadas.

Um bombardeio norte-americano em 1945 destruiu o café e toda sua coleção de discos de vinil. Yoshida reabriu a casa pouco depois da guerra, criando um refúgio para soldados dos EUA e músicos que tocavam em bases militares próximas.

Eles também trouxeram a Yoshida muitos álbuns de 12 polegadas, valiosas adições a sua nova coleção.

Antes de fechar as portas em definitivo, o Chigusa, localizado em um antigo distrito de casas noturnas da cidade portuária de Yokohama, foi sala de aula para muitos talentos japoneses, incluindo a pianista Toshiko Akiyoshi e o trompetista Terumasa Hino, hoje artistas conhecidos no mundo todo. Lá no Chigusa, eles ouviram LPs raros de John Coltrane e aprenderam a escrever partituras.

Eu até que gostaria de ter conhecido o lugar... só que é um pouco longe... eh eh eh!

Beijos e abraços!

Link de origem da notícia
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/012007/29012007-4.shl

NA MINHA VITROLA: PINK FLOYD & THE BEATLES* - Who's Knocking on My Door? > Bird No Prisoner > A Joker on a Tree > Man Today > Friendship.

* Provavelmente, uma fraude de internet. O álbum é chamado Apple Juice e, supostamente, foi gravado à época em que ambas as bandas estavam no estúdio Abbey Road - o Floyd gravando o disco de estréia (Piper at the Gates of the Dawn) e os Beatles gravando Yellow Submarine. O problema não está no som, que é bom (até demais), mas no fato de que não é uma colaboração das duas bandas, de forma alguma. Soa como alguma banda de rock progressivo dos anos 70 ou como uma banda indie desconhecida tentando parecer Floyd e Beatles juntos. Agora, vai saber...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Babel

Bom, pessoal. Aqui vai uma matéria que sintetiza o que é Babel. E, na minha opinião, sintetiza muito bem. Tive a oportunidade de assisti-lo já duas vezes. Uma em casa, outra no cinema. E não me arrependerei se assistir mais trinta vezes. Vocês, leitores fiéis, sabem que eu o coloquei na relação dos melhores filmes do ano passado. Confiram a matéria aqui.

Oscar 2007: Babel
Antônio Augusto Valente - 25.01.07

Como em 21 Gramas (2003) e Amores Brutos (2000), filmes anteriores do mexicano Alejandro González Iñarritu, na intrincada trama de "Babel" - sete indicações para o Oscar, incluindo melhor filme e diretor - um evento trágico une várias histórias em várias partes do mundo.

Não se trata, no entanto, de uma demonstração primária de como nos dias de hoje um simples acontecimento em um canto do planeta pode afetar a vida de pessoas que estão do outro lado do mundo e que aparentemente não têm ligação alguma com o ocorrido. Iñarritu merece mais respeito intelectual do que isso, e seu filme, obviamente, não deve ser visto como mera ilustração de uma metáfora bíblica.

Em boa verdade, "Babel" nada mais é do que um filme sobre a funcionalidade das relações humanas - "testadas", aqui, em situações-limite. O resultado é caótico e sublinha a visão - pessimista, em um primeiro momento - do diretor.

Ninguém se entende, quando a turista americana frívola precisa pedir ajuda desesperadamente na aridez do Marrocos; ninguém se entende, quando a babá mexicana (Adriana Bezarra, indicada ao Oscar de melhor atriz) precisa cruzar a fronteira com os filhos do patrão; ninguém se entende, quando os pobres meninos marroquinos precisam se explicar aos policiais; ninguém se entende, quando a surda-muda japonesa (Rinko Kikuchi, concorrendo à mesma categoria de Adriana) precisa dizer a alguém que tudo que quer é ser amada.

Porém, mais interessante do que o radicalismo desse embate entre pessoas, completamente diferentes em suas essências, é o discurso sutil que se constrói em paralelo, a indagação silenciosa de Iñarritu acerca da compreensão entre os seres, digamos, de mesma espécie. O casal americano está em crise, as crianças que dispararam o tiro não podem conversar com o pai a respeito, a babá mexicana é incapaz de estabelecer uma identidade geográfica no país aonde vive há anos, e a japonesa surda-muda está destinada a ouvir o silêncio ensurdecedor de um mundo do qual ela parece não fazer parte.

No limite, todos parecem estar perdidos numa tragédia errante, caminho que aparentemente não tem volta. Mas a salvação vem. Seja no final, quando o filme devolve às suas personagens o seu centro do mundo, seja em uma festa de casamento meio desengonçada, onde as crianças americanas lourinhas dançam e todos, felizes, parecem se entender perfeitamente.

Iñarritu fecha a trilogia iniciada por Amores Brutos provando estar mais maduro. Os comentários políticos anti-Bush são feitos na medida certa e a montagem, indo de encontro ao exibicionismo despropósito de um " 21 Gramas", é precisa, servindo estritamente o filme.

Babel, mais do que a crônica de um mundo caótico e globalizado, é um poderoso ensaio sobre a incomunicabilidade do mundo. Filme em perfeita sintonia com seu tempo, cuja figura nos dias de hoje é essencial.

Então, já conferiram a matéria, claro. Agora confiram o filme no cinema. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: ANDRÉS CALAMARO - Todo lo Demás.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Videar # 9988

The Decemberists - 16 Military Wives


Janeiro passou quase inteiro e não havia postado um clipe neste ano. Pois agora temos The Decemberists. Ótima banda. Uma das mais regulares desta década.

Beijos e abraços, amigos!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Quatro breves textos sobre prepotência e desolação

Um quarteto de pequenas poesias. Sem pontos, sem maiúsculas, algumas reticências e exceções às exclamações e interrogações. Pequenas poesias sobre o nada, ou sobre as angústias de um nada perante tudo (todo o nada?) que o cerca. Haverá outra forma de existir? Sim, camarada, só a palavra poderá nos salvar!

Enquanto isso, haverá a prepotência de uns e a desolação de um bar vazio, as razões pelas quais estas palavras vieram a existir.

Senhor

hitler
lênin
médici
mussolini
stalin
salazar
pinochet
napoleão... todos mortos!

fidel... quase lá...

bush, com poder, mas quem não o queria morto?
poucos, não?

e eu, que sou um nada? que posso querer com o poder, este estado tão efêmero?
quase nada, que é o que me convém

nunca fui um senhor, nem quis ser

poder?
apenas o suficiente para ser o senhor do meu nada


Questionamentos sobre a Arte de Esquivar-se
_
o que você faz?
como ignora as pedras que lhe são atiradas?
ainda que a esmo, algumas
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por que finge não sentir dor?
tanto finge que, por fim, não sente
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você consegue... é um maestro do insensível
exatamente da forma que os dias pedem
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como é que você faz?
_
me ensina?
ainda que esta seja a morte da poesia...
_
Proteção
_
gosto um pouco da escuridão
é esta que me protege quando estou fraco
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mas gosto também dos dias de sol
destes raios que me recompõem
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Com Alma?
_
tomo lentamente minha cerveja
enquanto o bar aos poucos se esvazia
cedo demais...
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é que sua alma foi embora
as almas de todo o mundo, aniquiladas
_
nenhum outro lugar pra ir
ninguém pra me acompanhar
também, não quero alguém sem alma, se é que alguém sem alma é um alguém, o que duvido
_
insisto!
toco este pequeno pedaço de morte e tento me sentir relativamente bem
_
Beijos e abraços, amigos!
_
NA MINHA VITROLA: LEGIÃO URBANA - L'Avventura.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O Eduardo sugeriu uma lanchonete...

Bom, pessoal, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, começa a exibir, hoje, filmes do cineasta francês Jean-Luc Godard. A mostra vai até fevereiro. Confiram aqui a programação de janeiro.

Brigitte Bardot em Le Mépris (O Desprezo), que será exibido em janeiro, na Cinemateca.


Beijos e abraços!

NA MINHA VITROLA: THE CHEMICAL BROTHERS - Block Rockin' Beats.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Estar ou não estar mais


Interessante o quanto cada um de nós pode estar tão perto de um limite, não? Num determinado momento, você está vivo, caminhando pela rua, divertindo-se com seus amigos, assistindo TV, fazendo qualquer coisa.

De repente, algo acontece. E você não está mais lá.

Hoje algo aconteceu. E eu poderia não estar mais aqui, ouvindo meus amigos da agência e digitando esse texto que crio de cabeça, pra contar-lhes que sim, eu estive perto de virar estatística.

Tinha pressa. Mal o sinal ficara verde para mim, fui atravessando, sem olhar para os lados. Alguém em uma caminhonete estava com mais pressa e ultrapassou o farol que, lógico, estava vermelho para ele. Uma fração mínima de segundo deve ter feito a diferença. Se eu estivesse adiantado exatamente em uma fração, a caminhonete teria me pego de frente.

Não cheguei a ser derrubado, embora o impacto tenha sido razoável. Sorte minha ser um cara grande. Mas a lateral da caminhonete deixou uns arranhões e uma dorzinha na altura do peito, causada pelo choque com o retrovisor. E Dona Vani vai ter trabalho pra lavar a camisa. Com certeza, ela prefere assim.

Ela estaria absolutamente sozinha, de outro modo.

Há, justamente hoje, coincidências e proximidades relacionadas a pessoas da família que já ultrapassaram o limite. Um prato cheio para os espiritualistas. Ela teria por companhia apenas suas dores, as causadas pelas ausências e as causadas pelo corpo já antigo que a trai.

Mas... importante: estou aqui.

Continuo aqui pra trazer minhas construções feitas de palavras. Estas mesmas que novamente virarão livro.

Para rir com meus amigos de trabalho e para rir e chorar com meus amigos de poesia.

Para me indignar ou ficar boquiaberto com as notícias que leio na rede.

Para o bilhar e a cerveja. Para os berros do papagaio, que se traduzem por "manhêêêêêêêêê". Para a Dona Vani reclamar da porta que esqueço de trancar ou pela migalha de pão no chão, para ela me contar suas histórias de vizinhos.

Para talvez conhecer uma que gostasse da minha companhia e quisesse andar ao meu lado, ao menos por um tempo, e que me inspirasse algo parecido em relação a ela.

Não. O cara da caminhonete não me tirou nada. Tudo o que fiz foi tirar o fone de ouvido. Não dá pra ficar escutando Rammstein nessas horas.

Havia muita gente. Algumas pessoas pararam. "Está tudo bem com você?". Tinham pressa, também. Precisavam seguir seu caminho. Não pedi a atenção delas, mas agradeço terem dedicado um instante da vida ao desconhecido levemente acidentado. "Ufa...", a desconhecida testemunha pensa, antes de um julgamento íntimo da situação.

O cara da caminhonete também parou. Não pensei em ordenar que me levasse a um hospital (eu que tenho horror a esses lugares...). Não pensei em registrar na polícia. Não pensei em anotar a placa. Não exigi nada dele e disse o mínimo sobre respeitar faróis.

No final, apenas havia um senhor, um mendigo que me pegou pelo braço e me conduziu pela avenida, sinal vermelho para nós. Nenhum carro passava, naqueles segundos em que atravessamos.

E isto não é ficção.

Mas estou aqui. E rir é bem melhor que chorar. :-)

Beijos e abraços, amigos!

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Angústia do Reinvento

Outra, para fechar o dia:


Angústia do Reinvento

Sente a angústia de um deus que se reinventa.

Cada nascimento não é em qualquer sítio que as mitologias tenham tocado.
Não numa manjedoura em um estábulo.
Não num palácio,
mas em qualquer hospital.

Em qualquer esquina de metrópole.
Numa estrada enlameada, depois de um dia de trabalho na roça.
Nas mesas de bar.

Então cresce e abre mão de tudo o que lhe foi incutido.
Ou tenta.
Tem lugar a batalha... todas as batalhas ocultas dos livros de história.
Não a Guerra dos Cem Anos.
Não as guerras mundiais,
mas a de impor-se a si mesmo e encontrar um lugar em que possa tranquilamente tornar-se deus de si mesmo.

O menino-Jesus de Caiero, que fugira do céu e hoje foge da aldeia.
O super-homem de Nietzsche.

O descompromisso com o que há de mais estúpido sobre a Terra.

Mesmo a criança sofre. Primeiros dentes caem.
Ainda assim, ela se mostra deslumbrada quando crescem os novos.

Reinventar-se é uma angústia. E mais que angústia, é necessidade.

Pra quem não lembra ou não conhece Alberto Caiero e sua poesia sobre o menino-Jesus que foge do céu: http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa.html e http://www.revista.agulha.nom.br/fp213.html. Beijos e abraços, pessoal!

NA MINHA VITROLA: BOB DYLAN - You're a Big Girl Now > Idiot Wind.

Underwear

A primeira do ano, amigos. Confiram:


Underwear


Quem é você por trás destes olhos que brilham?
E por que brilham assim, ou por quem?
Se é que brilham de verdade.
Deixa eu olhar bem pra ver se é de verdade.
Abre bem a boca, pra eu olhar além dos seus dentes.
Há um buraquinho ou dois, fechados pelo amálgama,
Isso não importa. Quero mais e não há como. Ainda.

Quanto tempo leva pra chegar aonde quer chegar?
Se é que quer chegar a algum lugar...

Qual é o deus de sua crença?
O que você queria ser quando criança?
Eu pagaria o preço, ainda que sem um centavo.
Talvez eu vendesse a alma para conhecer o que se passa aí
e tiraria a roupa de sua mente, lentamente.

Assim, seus mistérios se fariam claros ante meus olhos,
que brilhariam por você, até que a graça se perdesse.

Porque o tempo é um senhor caprichoso
e pode acontecer de eu desejar outros olhos.

Mas isto é o futuro, e ele não veio hoje.
Hoje busco em você um enredo que me surpreenda
e eu tento convencê-la. O melhor negócio é confiar
e não se perder nas minúcias de uma ficção que se desdiz.
Estou aqui.
Podemos escrever a quatro mãos
um conto em que perscrutamos as almas já despidas,
um do outro.

Aí o paraíso enquanto momento existiria.

Mas desesperadamente, como nunca existisse ocasião,
arruma a maquiagem e se veste
como se partisse àquele outro encontro
em que você pensa se deveria ir ou não
por puro medo de não mais voltar.
Também conheço o pavor tolo que a acomete.

Por isso, nunca se revela o mistério, e eu nunca sei o que significou
o brilho daqueles seus olhos.

Mas não, a coragem não é nossa natureza.
Abismos nos apavoram.

Não alcançamos o cerne do desejo.

E nada mais existe que se queira despir.


E como nada mais tenho pra dizer, beijos e abraços! :-)

NA MINHA VITROLA: GOTAN PROJECT - Notas.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Se há milagres...

Dito a uma amiga, hoje pela manhã:

O sorriso de uma criança é incondicionável. E se devo acreditar em milagres, que seja este.

Ainda que depois esta criança cresça e partilhe dos mesmos dramas de outros adultos. Ainda que esta criança, uma vez que lhe tenha sido tomada sua infância, aprenda a dissimular com maldade, como a maioria de nós faz.



Beijos e abraços, amigos!

NA MINHA VITROLA: SAXON SHORE - Silence Lends a Face to the Soul.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Tudo sobre o ano já ido - Parte 1

É isso, amigos: outro ano acabou. Um ano que proporcionou dificuldades, como todos os anos propocionam. Desafios, na verdade. E creio que fui além deles. Enfim... um ano bom.

Viajei. Bastante. Rio, Salvador, Brasília... não houve lugar que tenha sido melhor que outro. Contento-me como criança por saber há mais a conhecer.

Ao optar pelas viagens,
abdiquei dos projetos literários, como o próximo livro. Pois 2007 será pra isso: o livro (e uma viagem, uma só, que ninguém é de ferro). Nada tão estrondoso. Será de acordo com minhas capacidade$. Se eu conseguir 100 exemplares, tá bom. Será um projeto independente, sem editora pra meter o dedo e dizer o que vale e o que não vale. Independente, sim. E com amigos que darão uma mãozinha quando eu não puder resolver.

Bom, vamos às listas de 2007, não? Ok, então vamos lá!

Todos os sons
Não foi um ano em que fiquei atento a lançamentos e novidades. Vai aí uma listinha, não o listão dos outros anos. Mas só com lançamentos de 2006. Ei-los:


















































Tudo sobre o ano já ido - Parte 2

Todos os palcos
A grande coisa ao vivo do ano foi, sem dúvida, Stones em Copacabana. Eu estava lá. Sem máquina para a ocasião. Pena. É verdade... não via o palco, uma área VIP imensa tomava um grande espaço (não, eu não xingo... cansei disso). Tambem havia telões enormes (ao menos...), o som rolava alto e havia uma energia brutal. Coisa que muita banda não tem. Prefiro Rolling Stones sem palco a ver banda ruim na primeira fila.

Das coisas daqui, Cordel do Fogo Encantado continua mandando bem. Vi-os em duas oportunidades. Não me arrependi.

Todas as telas

Um ano de grandes
lançamentos. Passei um tempo no cinema boquiaberto. Outro tanto, na mesma condição, no quarto de vídeo. Iñárritu se firmou, pra mim, como forte nome da sétima arte com seu Babel - digo sem medo: o melhor filme do ano. Karim Aïnouz fez O Céu de Suely, um filme forte e triste, com atuação perfeita de Hermila Guedes, e vai se tornando um autor cada vez mais interessante. Caché, de Michael Haneke, é inquietante e não necessariamente agradável. Por isso mesmo, do jeito que eu gosto. Por fim, dois nomes mais do que consagrados retornaram à excelência, como não faziam a anos. Martin Scorsese deve ganhar o Oscar por Os Infiltrados. Se isso não acontecer, mudo de sexo e passo a me chamar Madalena (humm... esqueçam isso, ok?). Woody Allen, com Match Point, primeiro filme na ilha da rainha, primeiro filme com Scarlett, fez algo de genial. (Aliás, o novíssimo Scoop caiu novamente no lugar comum de seus últimos filmes - claro, a média do velho Woody nos últimos anos ainda é melhor que muita coisa produzida nos States).

































Interessantes, também, foram as mostras de cinema do CCBB (estive nas de cinema argentino e de cinema japonês). Uns filmes que não imaginava que existissem. Espero pela próxima.

Tudo sobre o ano já ido - Parte 3

Todas as palavras
2006 foi muito bom em muitos aspectos, mas devo confessar que não li muito. Ficam registradas as leituras de Mate-me, Por Favor e Vidas Minúsculas. O primeiro, um histórico do punk rock, dos primórdios à decadência inevitável - Iggy Pop, Lou Reed, Patti Smith... gente boa (e alguns chatos, ora bolas...) contando o que havia de mais belo e podre no punk. O segundo, uma série de contos sobre pequenas pessoas em pequenos lugares, com seus mínimos ou máximos delírios. Não, não terminei. Estou gostando. Não por causa da tradução extremamente rebuscada, cheia de palavras difíceis. Mas, se é assim, vale a pena que seja num canto tranqüilo, de preferência numa rede, tendo a visão de um céu grandioso e azul (tá, utopia por esses dias...).

























Todos os outros palcos

Em teatro, o que mais me agradou foi o crescimento das minhas amigas do Grupo Experimental de Teatro. Estou certo de que elas têm muito a crescer e a oferecer e alcançarão novo patamar em 2007.


Este ano também foi propício a conhecer uns cômicos muito bons, os Grandes Bosta, do camarada de trabalho Rafael Fanganiello. Humor
inteligente e escrachado. Pessoas que se levam muito à sério, passem longe!


Hysteria, do Grupo XIX de Teatro, fala de mulheres e foi encenada num galpão antes abandonado da Vila Maria Zélia, um espaço da Zona Leste perdido no tempo. Impressiona a peça, impressiona o ambiente.


Timão de Atenas foi levado ao palco do SESI Paulista por
Renato Borghi e o Teatro Promíscuo. Um Shakespeare pouco lembrado. Bastante sombrio. E bom, muito bom. Devia ter visto mais de uma vez...


Tudo sobre o ano já ido - Parte 4

Todas as coisas
2006 foi o ano em que voltei a uma série de TV, com gosto. Lost foi o seriado que conseguiu a proeza. Misterioso e desconcertante. Ano que vem, quando voltarem a exibir novos episódios, continuarei acompanhando.
Os saraus... ah, eu nunca falo muito dos saraus, né? Pois bem... esse foi o ano dos saraus no Gruta Bar. Noites insanas, onde os amigos se reuniam em nome da boa música e da poesia. 2007 seguirá com esta rotina. O final de 2006 trouxe também o ensaio de uma retomada desse tipo de evento em Itaquera, através do Antonio Primus. Que haja mais! Gostei de estar num sarau, pela primeira vez, na universidade onde passei uns anos desta vida.


Todo novo ano é a chance de...
... mudar. Sei, todo mundo fala isso. Eu não costumava pensar em mudanças quando anos anteriores começavam. Está chegando a hora. Não entro em detalhes, mas digo que, em alguns aspectos, darei passos para estar mais "de acordo com a sociedade". Um pouco de calma, outro tanto de esforço e tudo acontecerá. 2007 está aí e 2008 estará também, daqui a um ano. E assim por diante...

Beijos e abraços, amigos! Espero que 2007 seja uma seqüência de alegrias, com obstáculos a serem vencidos e, mesmo que haja tanto de abominável no mundo em que vivemos, que amor e respeito existam também, ainda que em pequenos frascos.
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NA MINHA VITROLA: BELLE AND SEBASTIAN - Another Sunny Day > THE BEATLES - All You Need Is Love > MANIC STREET PREACHERS - A Design for Life > THE WHITE STRIPES - Hotel Yorba > Seven Nation Army > Blue Orchid > LADYTRON - High Rise > SMASHING PUMPKINS - I of the Mourning.