quarta-feira, 16 de abril de 2008

E minha boca se faz fonte de prata...

Bom, depois de todos estes dias agitados e que, consequentemente, geraram algum enfado, volto à carga. E volto com Hilda Hilst e o Canto III de sua Ode Descontínua...
Foto de Stanko Abadžic (Croácia).

Ode Descontínua para Flauta e Oboé
De Ariana para Dionísio

III

A minha Casa é guardiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavras
Paixão e veemência

E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.


A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada

E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?


Bom, por hoje é isso, pessoal. Logo volto com mais. Beijos e abraços!

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